Um levantamento global em relação às receitas geradas pelas vendas de medicamentos de prescrição mostra uma grande disparidade entre os preços praticados nos Estados Unidos da América e o restante do mundo. O assunto inclusive esteve em pauta no projeto de lei intitulado Build Back Better (Reconstruir Melhor em tradução livre), do pacote social e ambiental do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Na nova versão revisada, porém, a redução dos preços dos medicamentos RX do Medicare, sistema de seguros de saúde gerido pelo governo, acabou caindo. Desse modo, ficou descartado o plano para forçar a indústria farmacêutica a negociar preços dos medicamentos com o Medicare com base em valores praticados em outras nações ricas.
O portal Statista comparou o faturamento das farmacêuticas globais com a venda de medicamentos controlados nos Estados Unidos e no resto do mundo. Pelo estudo, o fármaco mais vendido do mundo para tratamento do HIV, o Biktarvy, da Gilead Sciences, gerou uma receita cinco vezes maior nos EUA do que a soma mundial.
De acordo com dados do Public Citizen, grupo de defesa dos direitos do consumidor, medicamentos voltados para tratamentos de câncer, doenças autoimunes e esclerose múltipla também apresentam diferenças brutais quando comparados com a realidade de preços e acesso em outras nações desenvolvidas.
O mesmo ocorre com prescrições para doenças autoimunes. Nos EUA geraram US$ 28,7 bilhões em receitas para as farmacêuticas, enquanto no resto do mundo foram da ordem de US$ 9,2 bilhões. As únicas exceções à regra são os medicamentos RX para doenças pneumocócicas e cardíacas, onde há um certo padrão de preços entre os EUA e o mundo.
Receita dos 20 medicamentos mais vendidos no mundo em 2020 por doenças
(em bilhões de dólares)
Segundo o relatório do Public Citizen, a falta de transparência de gigantes farmacêuticos como Gilead, Roche, MSD ou AbbVie afeta a qualidade das estatísticas. “Os preços líquidos não estão publicamente disponíveis” e “diferenças na receita podem refletir diferenças no volume de medicamentos consumidos”, relata o levantamento.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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