O mercado de creatinas, apesar de aquecido, ainda se vê no olho do furacão. O suplemento, alçado ao patamar de queridinho nas academias, ainda convive com irregularidades por parte de alguns fabricantes.
Dois fatos chamaram a atenção do setor na última semana. O estudo da Abenutri, que apontou produtos irregulares, teve um desdobramento na justiça. Em paralelo, uma famosa fabricante ligada a influenciadores tornou-se alvo de uma operação policial.
Mercado de creatina: cassação de liminares
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) cassou uma liminar que proibia a Abenutri de divulgar os resultados referentes aos produtos de algumas marcas. Na visão de Carlos Alberto de Salles, juiz responsável pela relatoria do caso, é direito do consumidor ter conhecimento de eventuais inconformidades.
Para o presidente da associação, Marcelo Bella, a derrubada do veto é uma vitória. “Essa é uma conquista do usuário, que tem o direito de saber detalhes sobre a qualidade dos produtos que estão disponíveis no mercado”, declara.
18 marcas de creatina foram reprovadas
No estudo em questão, 18 marcas foram reprovadas por apresentarem diferenças entre o teor declarado em seus rótulos e a quantidade efetivamente contida no produto.
Apesar de o resultado ser alarmante, houve um avanço em comparação com o último estudo, divulgado em maio deste ano e referente a 2023. Na ocasião, 25 itens não passaram pelo crivo da entidade. Mesmo com menor índice de desaprovações, marcas sem nenhum traço do nutriente em sua composição voltaram a ser identificadas.
Marca aprovada está na mira da polícia
Uma das 61 marcas aprovadas pela Abenutri, a Soldiers, virou caso de polícia. Um centro de distribuição e uma unidade de manipulação e envase de creatina foram fechados por falta de licenças. As informações são da Folha de S. Paulo.
A fabricante, que pertence aos autointitulados Rei e Rainha da Creatina, Yuri Abreu e Fabiula Freire, alega que os espaços pertencem a terceiros. As locações, uma em São Paulo (SP) e outra em Jundiaí (SP) não poderiam estocar ou produzir suplementos.
A empresa também é investigada por falsidade ideológica, crimes contra as relações de consumo e, anteriormente, uma ação investigou a venda de produto fora do prazo de validade. Por meio de nota em suas redes sociais, a companhia afirmou que a investigação não tem “justificativa plausível”. A Soldiers nega as acusações e afirma estar colaborando com as autoridades.