
Sob o comando de Eli Lilly e Novo Nordisk, o mercado de GLP-1R promete ser alvo de uma intensa disputa nos próximos cinco anos. A categoria compreende os medicamentos receptores de peptídeo-1 semelhantes ao glucagon, utilizados no tratamento do diabetes e que ganharam evidência nos últimos anos pelo uso off-label – como alternativa para emagrecimento.
Os números desse mercado em 2024 ainda não foram divulgados, mas a tendência é que tenham superado as cifras de US$ 37,2 bilhões (cerca de R$ 215,7 bilhões) de 2023.
E de acordo com projeções da GlobalData, especializada em análise de dados, as gigantes da indústria farmacêutica serão obrigadas a conviver, até 2030, com a competição acirrada envolvendo biotechs. A consultoria aponta Altimmune, Structure Therapeutics e Viking Therapeutics como principais ameaças ao reinado dos laboratórios tradicionais.
Os campeões de hoje no mercado de GLP-1R
Atualmente, os principais êxitos no mercado de GLP-1R estão concentrados nas mãos de Novo Nordisk e Eli Lilly. A primeira trabalha com a semaglutida, presente no Ozempic e no Wegovy. Já a segunda tem como matérias-primas a dulaglutida e a tirzepatida, princípios ativos do Trulicity e do Zepbound, respectivamente.
Dos 11 medicamentos da categoria aprovados até o ano passado, 99% das vendas ficaram nas mãos das duas líderes. Mas a concorrência já vem arregaçando as mangas.
Mais de 300 medicamentos estão em desenvolvimento
A explosão da demanda no segmento de GLP-1R estimulou uma corrida por medicamentos inovadores. Segundo a consultoria, mais de 300 opções se encontram em desenvolvimento. A estimativa é que esse mercado alcance US$ 48,5 bilhões (cerca de R$ 281,2 bilhões) em cinco anos. Nessa nova realidade, as líderes atuais seguiriam na dianteira, mas com “apenas” 78% de market share.
Novos medicamentos darão tração ao mercado
Para o analista farmacêutico da GlobalData, Jasper Morley, as biotechs citadas acima ganharão relevância mesmo sem registros aprovados até o momento. “No entanto, até 2030, acreditamos que elas estarão classificadas entre as dez maiores empresas em vendas de GLP-1R”, explica.
A Viking é a mais promissora, com seu agonista do receptor polipeptídico inibitório gástrico/GLP-1R duplo, o VK-2735. O medicamento, que está em fase II, tem indicação para obesidade, com via de administração oral. O remédio pode vender até US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,5 bilhões) caso o lançamento ocorra conforme previsto, nos próximos três anos. O pemvidutide, da Altimune; e o GSBR-1290, da Structure, são os outros fármacos que podem movimentar a categoria.