Não é comum, mas existe sim uma fimose feminina. O quadro é caracterizado pelo fechamento da abertura vaginal, causado pela junção dos pequenos lábios, como se estivessem grudados. Há também uma outra variação, onde o clítoris se encontra coberto.
Casos de fimose clitoriana diminuem a sensibilidade da paciente na região e podem levar a anorgasmia (orgasmo fraco ou dificuldade para chegar a ele).
A fimose feminina é mais comum em meninas de até três anos de idade, mas pode ser mantida até os dez anos e seu tratamento costuma ser realizado por meio de pomadas. Nesses casos, ela também pode ser conhecida como sinequia vulvar ou coaptação de ninfas.
Caso o tratamento tópico não tenha efeito, o médico especializado em pediatria pode indicar um procedimento cirúrgico. Apesar de parecer inofensiva, essa é uma condição que deve ser tratada com seriedade pois ela pode aumentar a incidência de:
- Corrimentos
- Dor ao urinar
- Infecções urinárias
- Mão cheiro da urina
Já a fimose clitoriana é mais comum em mulheres adultas e também pode demandar uma cirurgia para a correção.
O motivo por trás da fimose feminina
Não existe uma resposta exata sobre o que pode causar a sinequia vulvar, mas existem duas hipóteses amplamente difundidas.
A primeira é que o quadro seria devido a baixa presença de hormônios femininos, o que é natural durante a infância. A segunda é que o fechamento seria resultado de uma irritação da mucosa causada pelo contato com a urina e as fezes presentes na fralda.
Doenças de pele como o líquen (escleroso ou plano) podem levar a fimose do capuz do clitóris, pois costumam causar alterações na região genital. Também pode ser o resultado de processos inflamatórios e cicatriciais, tanto no próprio clítoris, quando em estruturas próximas.
O uso de anabolizantes é outra possível causa para o excesso de pele na região.
Especialistas apontam que um terço das mulheres que consultam um médico especialista em ginecologia por questões sexuais possuem algum nível de fimose feminina que atinja o clítoris.
Qual o tratamento?
O tratamento costuma levar de três a quatro semanas e só costuma ser realizados após a criança completar um ano de idade. Ele é feito utilizando uma pomada à base estrogênio, que deve ser aplicada na região por, aproximadamente, três vezes ao dia.
Outras opções são umectantes, como cremes com vaselina ou vitamina B, e também pomadas com corticoides.
No geral o tratamento tópico já dá conta de resolver a fimose feminina, mas existem casos em que ela não é suficiente ou até mesmo que o fechamento se repita no futuro.
São nesses quadros que a cirurgia é indicada.
A cirurgia para coaptação de ninfas
Além dos quadros em que a pomada não foi suficiente para abrir o duto vaginal, a cirurgia também é indicada quando há um fechamento completo, que interfira inclusive no sistema urinário, atrapalhando seu funcionamento normal.
O procedimento é simples e costuma ser realizado no próprio consultório e apenas com anestesia local. Durante o pós-operatório para a abertura da fimose feminina, é importante se ater ao uso correto de pomadas antibióticas e anti-inflamatórias para evitar infecções.
Dicas para o tratamento
- Tomar alguns cuidados enquanto trata da sinequia vulvar é imprescindível para o sucesso do tratamento.
- Na hora de fazer a higiene íntima da criança, é importante respeitar o sentido vagina – ânus.
- Roupas justas ou apertadas devem ser evitadas, enquanto aquelas feitas de algodão são as mais indicadas.
- Evite sabonetes com aromas. De preferência para aqueles neutros ou então o indicado pelo pediatra.
- Tente evitar que a criança mexa na região genital.
- Se necessário aplicar pomada para assadura, coloque apenas na região anal.