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Normalidade é miragem, dizem especialistas

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Apesar de, na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter começado a analizar duas vacinas para serem utilizadas em uso emergencial –– a CoronaVac, do Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, e a da Fiocruz, em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca ––, se os brasileiros pensam que voltarão à normalidade dos tempos pré-pandemia, devem se preparar para a decepção. Especialistas ouvidos pelo Correio são unânimes em afirmar que a sociedade ainda está longe disso.

De acordo com Eliana Bicudo, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a vacinação é importantíssima, mas os cuidados devem continuar. “Se a gente imunizar um número grande de pessoas, o vírus tende a circular menos. Mais pessoas vão ter anticorpos e menos pessoas vão adoecer”, observou.

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O problema, segundo ela, é que ainda não se sabe quanto tempo de imunidade as vacinas garantirão. “Por exemplo, a vacina contra influenza perde eficácia entre oito e dez meses. Mas o que a gente sabe, hoje, é que a vacina realmente produz anticorpos importantes. Isso vai ter impacto para o segundo semestre, porque será capaz de diminuir a circulação de pessoa para pessoa”, afirmou, referindo-se à covid-19.

Para José David Urbaez, infectologista e diretor científico da SBI, a vacinação é uma estratégia que, para funcionar, exige imunização de boa parte da população e a consciência de cada um sobre cumprir as medidas de contenção do avanço do vírus durante esse período.

“O que sabemos é que em torno de 65 milhões a 70 milhões de doses estarão disponíveis ao longo de 2021, o que dá em torno de 30 milhões a 35 milhões de vacinados. Isso representa menos de 15% da população. Para garantir a eficácia, temos que vacinar 70% a 80%. É muito importante que as pessoas entendam que quando falamos de vacina, estamos falando de uma estratégia coletiva”, explicou.

Urbaez acredita, ainda, que a sociedade não deveria se perguntar sobre a volta à normalidade, mas reconhece que a angústia leva todos ao questionamento. “O que se conhece da história das pandemias é que elas colocam a humanidade inteira em novos padrões de comportamento. Eu não sei se, em algum momento, voltaremos a ser uma sociedade igual a antes da pandemia. Sem dúvida alguma, durante o ano de 2021, precisaremos manter as medidas de proteção e diminuir nossa mobilidade. Isso é muito importante, embora até hoje não tenham entendido isso muito por conta do negacionismo predominante no poder central”, criticou.

Fonte: Correio Braziliense

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