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Novas evidências apontam que coronavírus não vazou de laboratório

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Mais de um ano depois do primeiro caso da COVID-19, cientistas seguem na busca por evidências da real origem do coronavírus SARS-CoV-2, descoberto pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China. Agora, uma equipe de virologistas divulgou uma revisão sobre os fatos já descobertos sobre o tema e concluíram que a origem da pandemia, provavelmente, ocorreu a partir do contágio do vírus de um animal para um humano. Dessa forma, o agente infeccioso não teria vazado de um laboratório.

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Divulgado na última quarta-feira (7), o artigo sobre as origens do coronavírus – ainda não revisado por pares – foi assinado por 21 virologistas, sendo que quatro deles também colaboraram para o artigo de 2020, publicado na revista científica Nature Medicine, onde foi também descartada a hipótese do vazamento de um laboratório. No entanto, novas evidências corroboram a nova defesa.

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A principal ideia é de que o vírus tenha sido transmitido, originalmente, de um morcego para um animal ainda desconhecido e, por fim, chegou até a espécie humana. Isso significa que ainda é necessário descobrir o hospedeiro intermediário do coronavírus, provavelmente, um animal presente no mercado de Wuhan, já que este ainda é considerado o primeiro epicentro do agente infeccioso.

No novo artigo, os cientistas apontam para um relatório, onde os mercados de Wuhan comercializavam animais vivos, provavelmente suscetíveis ao coronavírus, por exemplo: civeta de palmeira asiática (Paradoxurus hermaphroditus) e cão-guaxinim (Nyctereutes procyonoides). No total, o inventário listou 47.381 animais, de 38 espécies, vendidas nos mercados de Wuhan entre maio de 2017 e novembro de 2019.

Caso da SARS

Além do atual coronavírus, é importante lembrar dos outros agentes infecciosos dessa mesma família. Identificado pela primeira vez em 2002, o vírus SARS-CoV (note que não tem o número dois) é conhecido por causar a Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SARS. Esta foi uma epidemia que afetou 26 países e registrou mais de oito mil infecções desde que foi descoberta na província de Guangdong, no sul da China, em 2002. Hoje, foi controlada e não são registrados mais casos.

Civeta de palmeira asiática é um dos animais que podem ter transmitido o coronavírus aos humanos (Imagem: Reprodução/Twenty20photos/Envato Elements)

O interessante é que, só algum tempo depois, os pesquisadores conseguiram localizar o hospedeiro intermediário – aquele que fica entre o morcego e os humanos -, no caso da civeta de palmeira asiática. Esse animal selvagem também era comercializado em alguns mercados chineses para consumo. Além disso, os dromedários foram também hospedeiros intermediários (reservatórios) para a MERS (Síndrome respiratória do Oriente Médio) e, novamente, a origem estava no consumo ou contato de carne contaminada.

Localização do mercado de Wuhan

Outro argumento levantado no artigo foi o local dos primeiros casos da COVID-19 em Wuhan. ‘O mercado de Wuhan está bem no epicentro do surto, com os casos posteriores se irradiando para áreas a partir de lá’, afirmou Michael Worobey, pesquisador da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e um dos autores da nova publicação.

‘Nenhum caso inicial [da epidemia] se situa perto do WIV [Instituto de Virologia de Wuhan], que tem sido o foco da maioria das especulações sobre uma possível fuga do laboratório [deste agente infeccioso]’, complementou Worobey, durante entrevista para o jornal The New York Times.

Narrativas contrárias

Em paralelo a essas pesquisas, as agências de inteligência norte-americana também estão trabalhando em um relatório sobre a origem da pandemia do coronavírus SARS-CoV-2. No momento, há uma divisão entre os oficiais de inteligência dos EUA sobre qual cenário de origem viral é o mais provável.

Uma outra corrente de cientistas continua a apoiar a ideia de que o vírus vazou de um laboratório e de que as novas evidências apresentadas são, na verdade, argumentos apenas especulativos e uma repetição de situações que já eram conhecidas. Parte desses cientistas já publicou uma carta, em maio deste ano, na qual questionam a versão de que o coronavírus foi transmitido, de forma natural, para o ser humano. No entanto, também não existem provas que confirmem o vazamento proposital.

Fonte: Canaltech

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