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O PSA e as controvérsias do câncer de próstata

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Há médicos que acham absurdo deixar de pedir PSA e propor o toque retal, anualmente, para todo homem com mais de 50 anos. Outros – em número menor – consideram que essa decisão deve ser tomada caso a caso, depois de analisar os riscos e os benefícios.

* Para ajudá-lo a entender a complexidade do problema, leitor, vamos às evidências:

1. A análise do maior programa de screening conduzido nos Estados Unidos revela que para cada mil homens acompanhados com PSA e toque retal, anualmente, por um período médio de 13 anos, conseguimos evitar pouco mais de uma morte por câncer de próstata.

2. Para cada mil homens que fazem PSA e toque retal anuais, por um período médio de 12 anos, é possível impedir o aparecimento de metástases em apenas três.

3. Em torno de 25% dos homens submetidos ao screening apresentarão aumentos do PSA associados a processos benignos (hiperplasia prostática benigna, prostatite, trauma e outros) que levarão a biópsias desnecessárias, sujeitas a eventuais complicações: desconforto, dor, ansiedade, sangramento local e infecções.

4. Como parte significativa dos cânceres de próstata evolui lentamente, ganha aceitação crescente a estratégia conhecida como “supervisão ativa”, por meio da qual a doença identificada como de baixa agressividade pode ser seguida por anos. Nesses casos, o controle é feito pela repetição do PSA e de biópsias periódicas, para garantir que o tumor mantém as características favoráveis.

5. O tratamento imediato da doença assim que diagnosticada por biópsia, sem levar em conta o grau de agressividade, provoca indicações de tratamento cirúrgico e radioterápico nos casos de tumores malignos que jamais causariam problemas. Essa eventualidade é especialmente preocupante nos homens mais velhos, com expectativas de vida abaixo de dez anos.

6. Os tratamentos cirúrgico e radioterápico estão associados a complicações que afetam a qualidade de vida. Entre elas, incontinência urinária, impotência sexual e outras, além dos custos.

7. Se um homem com 55 anos resolver repetir PSA e toque retal uma vez por ano, pelos próximos 10 a 15 anos, terá 0,5% (5 em cada mil) de chance de morrer de câncer de próstata. Se decidir o contrário, a chance aumentará para 0,6%. Se for obeso e sedentário sua probabilidade de morrer de doença cardiovascular é ao redor de 30%.

8. Há subpopulações que correm mais risco, principalmente os homens de ascendência negra e aqueles com parentes próximos que tiveram câncer de próstata. Nesses casos, pouquíssimos contestam os benefícios do screening.

O que fazer com essas informações? Viver é assumir riscos. Vou dizer o que faço comigo mesmo: repito PSA e toque retal anualmente, apesar de não haver casos na família, ter passado dos 70 anos e saber que poucos estudos incluíram participantes nessa faixa etária. Anos atrás fiz uma biópsia desnecessária.

Tratamento e Prevenção do câncer

O câncer é uma doença passível de prevenção. Acaba de ser publicado o estudo mais completo sobre a proporção do número de casos e de mortes por câncer, atribuíveis a fatores de risco modificáveis. Com base num levantamento de dados do Center for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, os autores estimaram a incidência e as mortes por 26 tipos de câncer, em mulheres e homens com mais de 30 anos, associadas à exposição aos seguintes fatores dependentes do estilo de vida: cigarro, fumo passivo, excesso de peso, abuso de álcool, baixo consumo de frutas, vegetais e fibras, baixa ingestão de cálcio, inatividade física, consumo de carne vermelha e de carne processada, radiações ultravioleta e seis tipos de infecções por germes relacionados com o câncer.  Excluindo-se os cânceres de pele não melanoma, 42% dos tumores malignos incidentais e 45% das mortes por câncer foram atribuídos a fatores evitáveis.

O cigarro foi o responsável pela proporção mais elevada: 19% do total de casos e 28,8% das mortes. Em segundo lugar veio o excesso de peso: 7,8% e 6,5%, respectivamente. Em terceiro, o consumo de álcool: 5,6% e 4%, respectivamente. Em seguida, a radiação ultravioleta e a inatividade física. O cigarro foi a causa de 23,6% do total dos cânceres masculinos e 14,5% do total feminino. Cerca de um quarto dos casos ocorreu em ex-fumantes e fumantes passivos. Sua maior influência foi no câncer de pulmão. Depois vieram em ordem decrescente: laringe, esôfago, faringe, cavidade oral e nasal, seios paranasais, bexiga urinária, cólon, reto e outros (pâncreas, rim, mama, colo uterino, estômago etc.).

O excesso de peso esteve associado a 4,8% dos cânceres nos homens e a 10,9% nas mulheres. Os mais frequentes foram: corpo uterino, mama, vesícula biliar, fígado, rim, esôfago e estômago.

O consumo de álcool foi a terceira causa nos homens e a quarta nas mulheres. Nos homens, quase metade dos casos de câncer da cavidade oral e da faringe; nas mulheres, um quarto dos carcinomas de esôfago, de cavidade oral e faringe. Em relação à dieta, a proporção em relação ao total variou de 0,4% nas dietas com baixas concentrações de cálcio a 1,9% naquelas pobres em frutas e vegetais. As proporções tornaram-se mais altas quando foi analisado cada tipo específico de tumor. A maior influência foi nos cânceres de cólon e reto: de 4,9% nas dietas pobres em cálcio a 10,3% naquelas pobres em fibras. Ainda nesse tipo de câncer, o consumo de carne vermelha foi responsável por 5,4% dos casos em homens e 8,2% em mulheres. O baixo consumo de frutas e vegetais esteve associado aos cânceres de cavidade oral e faringe (17,6%), laringe (17,4%) e pulmão (8,9%).  A inatividade física foi responsável por 2,5% do total de casos. Entre eles, corpo uterino (26,7%), cólon e reto (16,3%), e mama (3,9%). A combinação de excesso de peso, consumo de álcool, dieta pobre e inatividade física foi a causa de 13,9% do total de casos em homens (só perdeu para o fumo, 24%). Nas mulheres, a combinação foi responsável por 24% do total (ganhou do fumo, 14,8%).

Dieta e câncer

Os especialistas concordam que manter o peso na faixa saudável, praticar atividade física com regularidade e ficar longe do fumo são fatores importantes na prevenção ao câncer.

Quando se trata dos alimentos que compõem a dieta, no entanto, sobram opiniões, ideologias e radicalismos, enquanto faltam evidências científicas. A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) acaba de publicar as principais conclusões das pesquisas sobre o papel da dieta na prevenção. O relato começa explicando que um terço dos casos de câncer está relacionado a escolhas de estilo de vida que incluem a alimentação. Embora muitos pesquisadores tenham se dedicado a esse tema, não é fácil chegar a conclusões definitivas.

  • Os cinco pontos mais importantes são os seguintes:

1. Não há provas da existência de dietas capazes de evitar o aparecimento da doença. É possível que dietas ricas em grãos, azeite de oliva, óleo de peixe, nozes, avelãs, amêndoas e castanhas-do-pará reduzam a incidência de câncer de mama, mas não a mortalidade. Faltam, no entanto, estudos confirmatórios. Como a maior parte dos casos de câncer está associada a mutações gênicas, é pouco provável que alguns alimentos sejam capazes de corrigi-las.

2. Vegetais como as crucíferas (brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas e outras) são ricos em minerais e vitaminas. Seus efeitos protetores foram documentados em relação aos cânceres de boca, faringe, cordas vocais, esôfago e estômago. Por outro lado, pode ser que esses vegetais façam parte da alimentação de pessoas mais cuidadosas, com estilo de vida que as proteja de diversas doenças, inclusive o câncer.

3. A soja. Um estudo mostrou que, num período de nove anos, mulheres com câncer de mama que consomem quantidades maiores de produtos de soja diminuem 21% no risco de morrer da doença.

4. O café. São confusas as informações a respeito da relação entre consumo de café e o risco de câncer. Depois de rever perto de mil estudos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que tomar café não aumenta a incidência da doença; pelo contrário, reduz o risco de cânceres de fígado e de endométrio, e que ingerir bebidas muito quentes aumenta o risco de câncer de esôfago.

5. Churrascos. Um estudo recente mostrou que a ingestão de quantidades maiores de carnes grelhadas e defumadas pode aumentar a incidência de câncer de mama, uma vez que essas formas de preparo estão associadas à produção de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), substâncias carcinogênicas em animais de laboratório. No entanto, os estudos populacionais não conseguiram estabelecer relações causais definitivas entre a exposição aos HAPs produzidos no preparo de churrascos e carnes defumadas e o aparecimento de câncer em seres humanos. É provável que a formação de HAPs associada à poluição, ao tabagismo e a outras fontes ambientais pode ter importância maior. Alguns trabalhos levantaram a suspeita de que o consumo exagerado de carne frita e de churrascos bem passados esteja associado ao aumento de risco de cânceres de cólon, reto, pâncreas e próstata.

Uma revolução no tratamento do câncer

Raras vezes temos duas extraordinárias novidades em menos de uma semana. E ambas podem ajudar a resolver problemas extremamente graves, geralmente fatais: câncer e infecção por bactérias resistentes a todos os antibióticos conhecidos. Na última década, o número de bactérias que infectam os pacientes, principalmente os internados em unidades de terapia intensiva, e que sofreram mutações consecutivas e seleção natural pelo uso indiscriminado de antibióticos, ficou tão elevado a ponto de vários especialistas alertarem para uma eminente perda de controle geral e potencial epidemia. São organismos sem tratamento eficaz.

Os cientistas começaram uma corrida frenética para descobrir opções de terapia contra essas “superbactérias”. E a notícia boa chegou esta semana. Um time de cientistas do Departamento de Química do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, na Califórnia, liderados por doutor D.L. Boger, em estudo publicado na revista científica PNAS, conseguiu acrescentar modificações estruturais na molécula de um antibiótico potente, a vancomicina, de modo a aumentar sua potência contra as bactérias em mil vezes.  Esta nova fórmula foi capaz de matar as bactérias sabidamente resistentes à vancomicina comum, com alta eficácia. Os pesquisadores, muito entusiasmados pelos achados observados no laboratório, já iniciaram estudos em animais e em pacientes.

Os especialistas acreditam que, se as observações se confirmarem e se os efeitos colaterais da droga forem toleráveis, nos próximos três a cinco anos será possível disponibilizar esse “hiperantibiótico” para combater as temíveis infecções provocadas pelas superbactérias.

A segunda notícia representa uma quebra total de paradigma no tratamento do câncer, qualquer câncer. Até hoje, a oncologia sempre vinculou os tratamentos quimioterápicos a um determinado tipo de câncer, originário de um órgão específico, resistente aos tratamentos padronizados atualmente. Por exemplo, o tratamento de adenocarcinoma (subtipo de câncer muito comum) de mama utiliza drogas quimioterápicas muito diferentes do adenocarcinoma de intestino, ou de pulmão.

Em uma ação absolutamente incrível, a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulatório de medicamentos nos EUA, aprovou um medicamento de imunoterapia chamado pembrolizumabe, para o tratamento de câncer avançado, com metástases disseminadas pelo corpo, independentemente do tipo ou de seu órgão de origem. O requerimento básico para sua indicação e eficácia é a detecção, nas biópsias do tumor, de alterações moleculares biológicas específicas.  Estudos realizados até o momento confirmaram que a presença de elevada instabilidade de microssatélites ou de deficiência de MMR (dMMR), ambas detectadas por exames de anatomia patológica, confere aos tumores alta sensibilidade à imunoterapia com pembrolizumabe. Os pacientes portadores de tumores com essas alterações moleculares, que já estariam sem possibilidade de controle eficiente com os tratamentos convencionais, tiveram respostas variando de 36% a 47% dos casos. Esses resultados, apesar de preliminares, foram tão incríveis que a FDA liberou o uso da droga de forma acelerada. O doutor Jacques Tabacof, coordenador da Oncologia Clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, comemorou a notícia: “É uma revolução na oncologia podermos concentrar nossa atenção para indicar um tratamento não mais no tipo de tumor e no seu órgão de origem, mas na presença de um aspecto molecular específico desse câncer”.

A novidade abrirá novos horizontes na pesquisa médica, fornecendo novas indicações para o tratamento mais eficiente de qualquer câncer.

Pílula do câncer ainda gera milhares de ações judiciais no Brasil

Há pouco mais de dois anos, uma mensagem disseminada pelas redes sociais e nos celulares prometia a cura do câncer sem tratamentos dolorosos e onerosos. Rapidamente, o complicado nome fosfoetanolamina passou a fazer parte das rodas de conversa, dos discursos políticos e, principalmente, das decisões judiciais. Mesmo com as recomendações contrárias e testes científicos que indicam a ineficácia do produto, o tema ainda mobiliza milhares de pessoas. Somente de janeiro de 2017 ao último dia 15, 2.889 pacientes entraram com ações judiciais em São Paulo para obter a substância.

Por 20 anos, o professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu a fosfoetanolamina sintética de forma independente. Em 2015, a notícia se espalhou e, de lá pra cá, a história é repleta de polêmicas (veja Linha do tempo abaixo). A mais recente virou caso de polícia. No início deste ano, a Polícia Civil de Porto Alegre deflagrou a Operação Placebo, que investiga a venda de fosfoetanolamina falsa por uma quadrilha para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, o bloqueio de 33 contas bancárias, a retenção de passaportes e apreensão de uma coleção de 27 carros de luxo.

A operação teve início a partir da denúncia de um dos ex-presidentes da Acolli do Brasil Humberto Silva de Lucca. Quando a substância se tornou conhecida, o empresário e mais nove sócios compraram parte da patente e fizeram parceria com o médico Renato Meneguelo e o biólogo Marcos Vinícius de Almeida — inicialmente da equipe da USP — para produzi-la e comercializá-la na forma de medicamento. Entretanto, os planos foram frustrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou uma lei recém-aprovada, em maio de 2016.

“O processo começou em 2014, comprei os direitos, busquei investidores. Tivemos uma visão empreendedora da história e queríamos transformar o sonho das pessoas em realidade”, conta Humberto. Com o veto do STF, a solução foi transformar a fosfo em suplemento alimentar. O Laboratório Federico Dias foi montado no Uruguai para sintetizar a substância e uma parceria fechada com a Florida Suplement, em Miami (EUA), para fazer a mistura por meio da empresa Quality Medical Line. O primeiro lote do suplemento saiu em 14 de abril de 2017, com 10 mil unidades. Os potes com 90 cápsulas, a US$ 150 (cerca de R$ 480) cada um, esgotaram em 48h — 95% deles vendidos ao Brasil.

Diante do sucesso, o empresário conta que os sócios decidiram comprar fosfoetanolamina pronta na China, já que o processo para fazer a síntese da substância demora de 11 a 13 dias e, ao todo, ele chega a 25 dias. Só que essa seria ineficaz. “Fui voto vencido, mas não podia concordar com aquilo. O argumento deles é que, como estão entregando suplemento, não têm compromisso com resultados. Só que as pessoas no Brasil compram a fosfo voltada para o câncer. Não se pode enganar as pessoas”, afirma Humberto.

O empresário denunciou o caso à imprensa gaúcha, que encomendou uma análise da substância ao Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que constatou não haver sequer fosfoetanolamina nas cápsulas vendidas pela Quality. Agora, o Instituto Geral de Perícia analisa 130 frascos apreendidos na operação para comprovar se há o princípio ativo. “A investigação começou com a suspeita de ligação do grupo com o tráfico de drogas e a empresa seria fachada para lavagem de dinheiro. Não ter o composto nas cápsulas configura em adulteração de substância terapêutica. Se confirmado, é uma conduta das mais reprováveis e repugnantes, pois ludibria um consumidor de altíssima vulnerabilidade”, diz o promotor de Justiça Marcelo Tubino. A pena para o crime pode chegar a 15 anos de prisão e multa.

Ameaças

Humberto vendeu a parte que tinha na empresa e se afastou dos sócios. Por ter denunciado o esquema, afirma que vive 24 horas com segurança particular, com medo de ameaças de morte recebidas diariamente — uma delas confirmada pela polícia. Pai de um bebê de 10 meses, teme pela família. Acusa o grupo também de ter montado uma armadilha que fez com que ele passasse quatro meses na prisão no ano passado por porte ilegal de arma de fogo. “É uma situação de muita tensão, um inferno. Eu não durmo, me assusto com cada barulho”, desabafa.

Apesar das investigações, a Quality segue vendendo o produto no site com um faturamento de cerca de US$ 6 milhões por mês. Segundo a empresa, os sócios estão sendo vítimas de “denúncias vazias e falsas com o claro objetivo de prejudicá-la comercialmente”. “Como prova da idoneidade do suplemento da Quality, é essencial reforçar que a produção é feita nos Estados Unidos pela Florida Suplement, que tem todos os certificados exigidos pela legislação americana para a fabricação e comercialização”, destaca trecho da nota. “A Quality não apresenta o suplemento como um produto que cura o câncer”, acrescenta.

Pesquisas confrontam expectativas

Mesmo com a falta de confirmação da comunidade científica em relação à eficácia da fosfoetanolamina sintética no combate ao câncer, milhares de pessoas no Brasil ainda buscam a substância como medicamento. Na opinião de cientistas, uma história vergonhosa que precisa ser esquecida. Para quem usa, a esperança de cura. É o caso do morador de Caxias do Sul (RS) Juvenil Nunes de Moraes, 62 anos. Depois de passar 2015 em tratamento para uma suposta infecção, descobriu um tumor maligno no intestino com 10,7cm. Um câncer nível 4, em estágio avançado. Iniciou, então, o tratamento convencional: fez quatro sessões de quimioterapia e 26 de radioterapia. “Ficava pior a cada dia. Quase morri. Tomei a decisão de não fazer mais.” Juvenil conta que, quando já estava ha três meses deitado na cama, a filha procurou na internet formas de conseguir a fosfoetanolamina. Só no Facebook, dezenas de páginas tratam do tema.

Com uma liminar, em pouco mais de um mês, Juvenil tomou as primeiras cápsulas. “Com duas semanas, andava do quarto para a sala e, em mais duas, caminhava na rua. Hoje, um ano e um mês depois, vivo a vida normal, pesco, vou ao meu futebol. Estou curado”, descreve. Ele conta que, no último exame que fez, o tumor havia diminuído para 3,6cm e lamenta que, mesmo assim, os médicos o forçaram a fazer uma cirurgia — ele questiona a decisão e garante que a fosfo lhe salvou a vida. O advogado Jefferson Vaz contesta os testes feitos no Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) que chegaram a conclusão sobre a ineficácia. “E o que eu digo para as mais de 3 mil pessoas que tomam e sentem os efeitos?”, questiona. Vaz explica que a fosfo que os clientes tomam é a mesma que o Chierice fazia na USP. Quando o governo federal determinou que fossem feitos testes com a substância, o químico Salvador Claro Neto foi cedido pela USP ao laboratório PDT Pharma para produzir as cápsulas, que são feitas até hoje para suprir a demanda judicial.

Fonte: Municípios Baianos

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