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Os desafios da pandemia para 2021: como nos preparar?

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Com as decisões dos processos eleitorais nos municípios, uns em primeiro turno e outros em segundo turno, alguns desafios se avizinham. Ainda estaremos em uma pandemia. Na Europa, o inverno deverá ser de muitos casos e mortes na segunda onda da doença. No Brasil, seguimos na incerteza dos rumos da primeira onda.

Mas como definir primeira e segunda onda? Bem, ainda estamos aprendendo e formulando essas definições para a Covid-19. Até o momento, uma definição que tem sido bem aceita é a da Associação das Escolas de Saúde Pública da Europa. Ela leva em consideração que a segunda onda seria um “ressurgimento” de casos, que deve conter dois pressupostos fundamentais e cumulativos: 1) aumento exponencial de casos num determinado período e espaço, ou seja, a taxa de transmissão (RT) maior que 1 e que esse crescimento se siga ao quase desaparecimento de novos infectados ou, 2) a modificação de comportamento do agente infeccioso.

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Um exemplo inequívoco é o que está acontecendo na Europa. No Brasil, estamos próximos do verão e ainda não conseguimos controlar a doença. Estamos, portanto, em uma primeira onda estendida, próximos a entrar em uma segunda onda sem finalizar a primeira.

Com a proximidade da troca de comando nas prefeituras, a pergunta que fica é: com o que devemos nos preocupar? Como devemos enfrentar os novos desafios? Bem, com base no que aprendemos até o momento, várias associações científicas no mundo se fazem a mesma pergunta. Esses desafios têm se centrado em seis grandes tópicos e na interação entre eles.

No primeiro estariam as medidas de mitigação para a segunda onda da Covid-19. Provavelmente, ainda sem uma vacina em larga escala e com medidas não farmacológicas, em uma combinação, medidas focalizadas devem ganhar destaque. A testagem em massa, o rastreamento de casos nos municípios, a utilização de máscaras faciais e a prática do distanciamento físico estão entre essas medidas. Os estoques adequados de equipamentos de proteção individual (EPI) são necessários para os sistemas de saúde e cuidados nas comunidades com uma intensificação da estratégia da saúde da família.

Em segundo, será preciso lidar com a pandemia e a epidemia de Influenza e de outras doenças infecciosas. Estudos científicos já demonstram que, na presença dos dois vírus, a chance de óbito aumenta na população. Por isso, planejar o fornecimento de um programa aprimorado de vacinação contra a Covid-19 e contra a gripe, para proteger as pessoas vulneráveis, bem como focar no aumento de cobertura dos programas de imunização, será fundamental para proteger vidas.

Terceiro: em 2020, muitas condições de saúde pré-existentes não foram adequadamente diagnosticadas e tratadas devido à pandemia e, agora, se não resolvermos esses problemas durante a diminuição e desaceleração dos casos da Covid-19, eles poderão impactar os serviços de saúde já bem exauridos em uma próxima onda.

O quarto desafio deixado pela pandemia foi o seu impacto na saúde física e mental. Doenças causadas pelo sedentarismo e pelo consumo excessivo de álcool, os transtornos mentais, além da violência doméstica e sexual contra mulheres e crianças ampliada devido ao confinamento serão, talvez, um dos maiores legados da pandemia e precisarão de planos de controle bem elaborados.

O quinto desafio será enfrentar o esgotamento das equipes de saúde. Os profissionais de saúde estão sendo confrontados com depressão, ansiedade, estresse, esgotamento, sofrimento emocional relacionados ou agravados por suas condições de trabalho, que pioraram muito durante a pandemia. Os sistemas de saúde precisarão desenvolver seus mecanismos de apoio, incluindo a saúde do trabalhador e serviços de aconselhamento, para apoiar a equipe de saúde na próxima fase da pandemia.

Além disso, o sexto, mas não menos importante: as intervenções sociais necessárias para reduzir as sequelas deixadas pela Covid-19. Proteger a saúde e o bem-estar das crianças elegendo a educação como atividade essencial; e abordando o acesso desigual aos recursos digitais (a exclusão digital), devem ser prioridades para que as escolas permaneçam abertas. Quando elegemos a educação como atividade essencial, colocamos os trabalhadores da educação como grupo prioritário para a vacinação.

Por fim, diante de tantos desafios, conhecer esses problemas e ter experiência para enfrentá-los será o diferencial dos novos governantes. Fundamentalmente, precisaremos de pessoas que acreditem na ciência, que façam indicações para cargos baseados em capacidade técnica, de gestão e que possuam capacidade de diálogo com todos os setores.

Fonte: Gazeta Online ES

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