Ramo da medicina que lida com tumores e câncer, a oncologia demanda um olhar multidisciplinar ao longo do tratamento. Dessa forma, o médico oncologista desenvolve um trabalho integrado a uma equipe com profissionais de diversas especialidades. Entre eles estão, por exemplo, patologistas, radiologistas, pediatras, fisioterapeutas e nutricionistas. E os farmacêuticos, claro, são peça fundamental nessa complexa engrenagem.
A farmácia, aliás, vem conquistando espaço nas terapias oncológicas desde a década de 1990, quando o Conselho Federal de Farmácia (CFF) estabeleceu como privativa a manipulação de medicamentos citotóxicos. Além disso, o Ministério da Saúde determina que todo serviço de alta complexidade no tratamento do câncer deve contar com um farmacêutico na equipe, especialmente quando há manipulação de quimioterápicos.
Para uma garantir sua evolução profissional, conheça a atualização desenvolvida pela Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF).
A atuação do farmacêutico na terapia antineoplásica não se resume à prescrição ou manipulação dos medicamentos. O profissional assume a responsabilidade pela seleção e padronização dos medicamentos e materiais envolvidos.
Para tanto, o farmacêutico que atua na oncologia deve estar atualizado a respeito de protocolos terapêuticos e de suporte à terapia. Só assim ele garante que os medicamentos irão atender às exigências legais e que os fornecedores garantam boas práticas de fabricação.
Atribuições diárias
Cabe ao profissional de farmácia a responsabilidade de monitorar e conhecer todas as informações acerca dos medicamentos, participando ativamente do aprimoramento da qualidade das condutas terapêuticas.
Estar atento à farmacocinética e à farmacodinâmica, além de doses, formas e vias de administração usuais, doses máximas, toxicidade acumulativa, incompatibilidades físicas e químicas são atribuições diárias no gerenciamento dos processos farmacêuticos na oncologia. Afinal, é sempre o farmacêutico quem leva essas informações aos demais membros da equipe – tanto dentro quanto fora das visitas médicas.
Esse acompanhamento, conhecido como farmacovigilância, favorece a assertividade no momento da prescrição. Esse trabalho é considerado de extrema importância, já que muitos pacientes podem, por exemplo, desenvolver reações adversas potenciais devido à poliquimioterapia, com o uso dos medicamentos e do tratamento prolongado. Aqui, a participação do farmacêutico é focada em colaborar com a identificação de possíveis reações – inclusive já propondo medidas de intervenção.
As orientações farmacêuticas potencializam o melhor resultado da terapia, principalmente em relação aos tratamentos que minimizam os sintomas após as sessões de quimioterapia.
Outro foco da oncologia
Em outra ponta das atribuições da farmácia na oncologia estão as auditorias internas, que integram parte daquilo que todo farmacêutico oncológico deve fazer. Nesse aspecto, cabe ao profissional atuar junto ao preparo da estrutura da quimioterapia, com estocagem de medicamentos e manutenção preventiva de equipamentos – sempre, é claro, em conformidade com as necessidades operacionais e as normas estabelecidas.
Em um ambiente com infraestrutura adequada, o farmacêutico assume a manipulação dos agentes antineoplásicos, que consiste no preparo desses medicamentos com técnica asséptica. Como é esperado, essa etapa demanda atenção por reduzir os riscos associados ao manejo dos medicamentos e imprecisões na seleção do diluente. Por isso, o controle deve ser diário e contínuo.
Diante desses cenários, a educação continuada e a participação em comissões institucionais destacam-se entre as alternativas mais eficientes a profissionais que buscam a excelência na rotina da oncologia. Além disso, a atualização permanente ajuda os farmacêuticos a melhorarem sua competitividade no mercado de trabalho, a partir do aprimoramento e do desenvolvimento de competências.
Fonte: Secad