O início de ano na Itália tem sido conturbado, um surto de casos de doenças respiratórias sobrecarrega o sistema de saúde do país europeu, que relembra o traumático período pandêmico. A maior disseminação de doenças transmissíveis se dá pelas comemorações de final de ano, que promovem grandes aglomerações e facilitam um novo surto. O aumento repentino no número de casos levou os italianos a recorrerem aos hospitais do país, que não possuem capacidade para atender tamanha demanda, atualmente mais de 1600 cidadãos aguardam uma internação em meio à crise.
Compreender o efeito que o serviço de emergência tem sobre o país e seu impacto na sociedade é de grande importância, pois muitos países podem passar por uma situação semelhante em um eventual novo surto. O objetivo deste artigo é explorar a falha do serviço de emergência na Itália, macro e micro nível, bem como seus efeitos na população, particularmente durante a pandemia.
A Itália na pandemia da Covid-19
Um dos primeiros países ocidentais a ser impactado pela pandemia, a Itália sofreu quando o serviço de emergência do país foi ineficiente antes da pandemia, agravando a crise. A infraestrutura de saúde, recursos financeiros, a capacidade de suprimento, funcionários, leis e regras que ditam o serviço de emergência, bem como a cultura geral do serviço de emergência na Itália, tornaram-no particularmente ineficaz.
Os serviços de emergência eram historicamente organizados em 11 regiões diferentes, onde cada região contava com recursos limitados, o que significa que, se um local necessitasse de recursos adicionais, não podiam ser facilmente movimentados para apoiá-lo. Esta falta de infraestrutura de mobilidade e integração foi particularmente prejudicial, pois dificultou a capacidade dos serviços de emergência de acompanhar as mudanças na população, especialmente durante a pandemia.
Além disso, o financiamento dos serviços de emergência é geralmente baixo, o que dificulta a mobilização de recursos, a aquisição de equipamentos e suprimentos, bem como a contratação de mais funcionários. A baixa verba teve um efeito punitivo durante um período de incertezas e novidades, pois o serviço não foi capaz de atender à demanda crescente e às novas necessidades, decorrentes da pandemia.
Cenário Atual
Em 2024 algumas regiões do país já se mostram à beira de um novo colapso, em Lácio, Roma, o número de pacientes à espera de uma internação passa dos 1000, na Lombardia, onde fica Milão, as internações não relacionadas a crise foram suspensas e cerca de 300 pacientes estão em macas nas emergências de 99 prontos-socorros. Em Piemonte, que tem Turim como maior cidade, 500 pacientes aguardam um leito de enfermaria.
Conclusão
As baixas verbas destinadas ao serviço de emergência na Itália não foram capazes de acompanhar as mudanças na população e de satisfazer às necessidades da sociedade, como no início da pandemia. A ineficiência do serviço de emergência teve um profundo efeito na economia, no bem-estar da população e na saúde pública da Itália. É fundamental que as autoridades responsáveis tomem medidas para reverter o colapso do serviço de emergência para evitar problemas maiores a longo prazo.
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a consulta médica. Para esclarecimento de dúvidas adicionais sobre uma patologia, medicamento ou tratamento, converse com um profissional de saúde de sua confiança. Evite sempre a automedicação