Cosméticos em gotas: 6 produtos interessantes para cuidar da beleza

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O mercado de cosméticos no Brasil é um dos mais movimentados do mundo, segundo o levantamento do Euromonitor Internacional. Atualmente, o país fica atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Dado essa relevância da indústria, muitas marcas investem bastante em novidades e tecnologia para beneficiar o usuário.

Diante da tendência, o Metrópoles selecionou seis produtos em frascos de conta-gotas que possuem fórmulas que ajudam a melhorar a pele, especificamente do rosto. Confira!

Sérum facial Niacinamida 10%, da Kaé Cosméticos

A niacinamida, a forma ativa da vitamina B3, é um poderoso e completo antioxidante que ajuda a clarear e uniformizar o tom de cor do rosto, previne e melhora os sinais de envelhecimento e regula a produção de sebo. Ela pode ser usada em todos os tipos de pele, inclusive as com acnes. Além disso, o produto é totalmente vegano, livres de parabéns, petrolato, sulfato e corantes artificiais.

R$ 79 Comprar

Sérum anti-idade, da Estée Lauder

Quem deseja deixar a pele com aparência mais macia e jovem, com menos linhas e mais uniforme, o sérum anti-idade, da Estée Lauder, é uma boa opção. A fórmula pode ser usada tanto à noite, onde ajuda a intensificar o processo natural de reparação da pele, quanto durante o dia, que protege contra os danos causados pelo meio ambiente.

R$ 239 Comprar

Óleo antirrugas, da Guerlain

Com ingredientes exclusivos da Guerlain, como mel de abelha negra de Ouessant e geléia real, o óleo antirrugas tem como proposta oferecer uma textura do rosto ainda mais radiante e sedosa para os usuários. A fórmula é indicada para todos os tipos de peles.

R$ 270 Comprar

Gotas iluminadoras para rosto e corpo, da Avon

Para quem usa maquiagem e gosta de brilhos, as gotas iluminadoras de rosto e corpo são ótimas opções. Com o produto, você consegue um efeito radiante e saudável.

R$ 42,74 Comprar

Sérum de alta potência, da O Boticário

Já pensou em reduzir aquelas rugas, olheiras e bolsas nas áreas do olhos? O produto do O Boticário tem como proposta preencher e melhorar a pele desde as camadas mais profundas com um alto poder de hidratação. De acordo com a marca, já é possível ver resultados a partir de sete dias.

R$ 210,80 Comprar

Óleo para massagem corporal, da Be Youthful, por Raquel Umb

Segundo a marca, o óleo para massagem corporal ou autodrenagem possui ação desintoxicante, anti-inflamatória, reduz a retenção de líquidos, melhora e combate a celulite, traz equilíbrio a oleosidade da pele. O produto é 100% vegano, feito a base de óleo vegetal de semente de uva, óleo essencial de alecrim, capim-santo e laranja doce.

R$ 129,90 Comprar

Os valores mencionados se referem à data de publicação da matéria e podem sofrer alterações de acordo com os critérios de cada loja. O Metrópoles não comercializa os produtos ou serviços citados.

Fonte: Metrópoles

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Idec notifica Hapvida e Prevent Senior por uso de cloroquina contra Covid-19

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O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) informou nesta segunda-feira que notificou as operadoras de planos de saúde Hapvida e Prevent Senior, pelo uso de cloroquina e outros medicamentos contra Covid-19.

Segundo a entidade, as operadoras contrariam recomendações de órgãos nacionais e internacionais e pressionam médicos a aplicarem o chamado tratamento precoce, colocando em risco a saúde e a segurança das pessoas.

Segundo o Idec, há indícios de que a Hapvida tem pressionado médicos a prescreverem esses produtos em pelo menos quatro Estados – Goiás, Pernambuco, Pará e Ceará. Neste último, a empresa recebeu multa de 468 mil reais do Ministério Público por impor prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina.

No caso da Prevent Senior, o Idec reiterou notificação enviada à empresa em 2020, em que pedia esclarecimentos sobre a indicação de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da doença.

Em abril, a empresa afirmou respeitar a autonomia médica e ter consentimento dos pacientes. ‘Mas denúncias que emergiram desde então mostram que kits Covid foram enviados aos consumidores antes mesmo do diagnóstico positivo para o coronavírus’, afirma comunicado.

O Idec observou que a Associação Médica Brasileira AMB) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e órgãos internacionais incluindo a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomendam o uso de medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina contra Covid-19.

‘A adoção de protocolos de saúde não baseados em normas e critérios científicos e técnicos  trazem graves impactos à vida, saúde e segurança dos consumidores brasileiros’, diz trecho das notificações.

Em nota, a Hapvida afirmou que ‘respeita a soberania médica e que todos os tratamentos são de inteira autonomia do profissional, decididos em comum acordo com os pacientes’.

Fonte: Isto é Dinheiro Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/prevent-senior-faz-receita-padrao-e-distribui-cloroquina-antibiotico-e-whey-a-associados/

Não há justificativa alguma para escolha entre as vacinas, diz SES

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As Unidades Básicas de Saúde não têm um cardápio de vacinas onde cada pessoa pode escolher a vacina a tomar, por entender que aquele imunizante é melhor para ela. É o que afirma o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Marco Aurélio Góes, dirigindo-se aos cidadãos que têm se recusado a tomar determinadas marcas do imunizante contra a Covid-19.

Ao decidir não tomar a vacina que está disponível na unidade de saúde por não ser aquela que considera a melhor para si, a pessoa pode perder o seu momento de imunização, já que a chegada de outra pauta de vacinação traz consigo um novo grupo prioritário. ‘Importante que ninguém perca esse tempo, querendo esperar por uma vacina que se idealizou como sendo a melhor’, reforçou Marco Aurélio.

Em Sergipe, como nos demais estados brasileiros, são utilizadas as vacinas Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan; Astrazeneca, fabricada pelo laboratório FioCruz; e a vacina da Pfizer, como destacou o diretor de Vigilância em Saúde, enfatizando que todos estes imunizantes são seguros e aprovados pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa).

Marco Aurélio lembrou que a única limitação que existe atualmente é o uso da Astrazeneca em gestantes e puérperas. Explicou que está em investigação efeito adverso em uma mulher grávida e que, por medida de precaução, o Ministério da Saúde decidiu suspender a vacinação de gestantes com o imunizante da Fiocruz. Informou que nesta etapa da campanha, Sergipe vacina as gestantes e puérperas com comorbidades utilizando a Pfizer e a Coronavac.

‘É importante que as pessoas entendam que à medida que as vacinas chegam nós vamos ampliando a faixa etária e assim imunizando mais e mais pessoas. Vale ressaltar que quanto mais cedo o cidadão for vacinado, maior será a proteção individual e coletiva, considerando que quanto mais gente for vacinada, maiores são as possibilidades de bloqueio da transmissão do vírus. Então, que as pessoas não criem fantasias nem caiam em fake news, porque tudo isso atrasa o processo de vacinação’, concluiu Marco Aurélio Góes.

Fonte: SES

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/alvo-de-criticas-por-atraso-governo-mira-vacinas-para-2022-com-foco-em-producao-nacional-pfizer-e-moderna/

STF mantém quebra de sigilo de médico que teria proposto mudar bula da cloroquina

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O ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, negou nesta segunda-feira (14) o pedido do tenente-médico Luciano Azevedo para suspender as quebras de sigilo telefônico e telemático solicitadas contra ele pela CPI da Covid. A informação foi divulgada pelo portal UOL. A médica Nise Yamaguchi disse durante depoimento à CPI que Azevedo foi o autor de uma minuta de decreto para alterar a bula da cloroquina, para que o remédio passasse a ser indicado como tratamento para a Covid-19. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se manifestou e explicou que apenas o fabricante pode solicitar mudanças na bula, usando dados científicos para fundamentar o pedido.

Fonte: Gazeta do Povo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/agu-pede-ao-stf-para-pazuello-poder-ficar-em-silencio-em-cpi-da-covid-19/

Doria diz que vacina ButanVac custará R$ 10 por dose: ‘Sete vezes menos que as importadas’

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O governador João Doria (PSDB) disse nesta segunda-feira (14) que o custo de cada vacina ButanVac é de R$ 10, valor bastante inferior a outras vacinas importadas. De acordo com o governador, já existem 8,2 milhões de doses prontas da nova vacina produzida pelo Instituto Butantan, que está em fase de testes.

Na última quarta-feira (14), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu a autorização para os testes em voluntários da vacina contra a Covid-19 ButanVac. É o início da chamada fase clínica dos estudos.

“Já temos 8,2 milhões de doses prontas dessa nova vacina. A Anvisa autorizou agora apenas os estudos, mas eu confio no Butantan. Tenho certeza que o Butantan, com 120 anos de existência e o domínio da tecnologia do vírus inativo, não faz coisas erradas. Quando a Anvisa aprovar essa segunda vacina para o programa vacinal do ano que vem, nós já teremos prontas 40 milhões de doses da vacina ButanVac. Custa R$ 10 cada vacina. Quatro, cinco, seis, sete vezes menos que as outras vacinas importadas, inclusive a própria CoronaVac”, afirmou Doria.

“Já temos 8,2 milhões de doses prontas dessa nova vacina. A Anvisa autorizou agora apenas os estudos, mas eu confio no Butantan. Tenho certeza que o Butantan, com 120 anos de existência e o domínio da tecnologia do vírus inativo, não faz coisas erradas. Quando a Anvisa aprovar essa segunda vacina para o programa vacinal do ano que vem, nós já teremos prontas 40 milhões de doses da vacina ButanVac. Custa R$ 10 cada vacina. Quatro, cinco, seis, sete vezes menos que as outras vacinas importadas, inclusive a própria CoronaVac”, afirmou Doria.

A vacina CoronaVac, do laboratório Sinovac custa R$ 58,20 cada uma. A Pfizer, do laboratório Biontech, custa R$ 100 por dose. Já a AstraZeneca/Oxford custa cerca de R$ 20.

Programa Dignidade Íntima

O governador deu as declarações durante uma coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Zona Sul da capital, nesta segunda-feira (14), em que anunciou a distribuição de produtos de higiene menstrual para alunas em situação de vulnerabilidade econômica e social de escolas da rede estadual.

O Programa Dignidade Íntima tem como objetivo atingir 1,3 milhão de alunas da rede estadual. O investimento é de R$ 30 milhões.

De acordo com o secretário da Educação, Rossieli Soares, a verba começará a chegar às escolas na terça-feira (15).

‘Nenhuma menina vai deixar de ir para a escola do estado de São Paulo por falta de condições, sejam quais forem. Nós temos ainda no nosso Brasil e no nosso estado pessoas que precisam ir para a escola para comer. Se a menina precisa ter ajuda, sim, ela vai ter, em qualquer aspecto, para ter acesso à educação’, afirmou Rossieli.

‘Nenhuma menina vai deixar de ir para a escola do estado de São Paulo por falta de condições, sejam quais forem. Nós temos ainda no nosso Brasil e no nosso estado pessoas que precisam ir para a escola para comer. Se a menina precisa ter ajuda, sim, ela vai ter, em qualquer aspecto, para ter acesso à educação’, afirmou Rossieli.

O anúncio foi feito com a presença do deputada federal Tábata Amaral (PDT), da secretária executiva da Secretaria da Educação estadual, Renilda Peres, e do governador, que assinou o termo autorizando o projeto.

‘Quantas meninas deixam de ir às aulas por conta da falta de um absorvente? Por vergonha, por medo. Não é correto’, afirmou Doria.

De acordo com o governador, São Paulo é o primeiro estado do país a ter um projeto desse teor.

Direito à higiene menstrual

A Organização Mundial de Saúde (ONU) estima que 1 entre 10 meninas no mundo perdem aula quando estão menstruadas. Por isso, em 2014, a organização reconheceu o direito à higiene menstrual como uma questão de direito humano à saúde pública.

O programa inclui:

Formação sobre o assunto para todos na escola;

Protagonismo dos jovens;

Distribuição de material informativo;

Construção de rede de apoio na escola;

Aquisição e distribuição dos produtos.

Formação sobre o assunto para todos na escola;

Protagonismo dos jovens;

Distribuição de material informativo;

Construção de rede de apoio na escola;

Aquisição e distribuição dos produtos.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/butantan-deve-iniciar-nesta-semana-pre-cadastro-para-teste-da-butanvac/

MPF pede suspensão da vacinação contra Covid para servidores da Saúde fora da linha de frente

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O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) acionou a Justiça para que servidores do Ministério da Saúde e de órgãos ligados à pasta que não atuam na linha de frente sejam retirados do grupo prioritário de vacinação contra Covid-19. O órgão quer que a imunização desses grupos seja interrompida imediatamente.

A campanha para os trabalhadores começou em maio. Só no DF, pelo menos 8 mil doses foram reservadas para o grupo. O MPF afirma que esses profissionais exercem “atividades burocráticas e operacionais” e pede que as doses reservadas para eles sejam destinadas a outros públicos.

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A ação foi apresentada à Justiça Federal no DF na última sexta-feira (11), e pede a suspensão imediata da vacinação desse grupo. O governo do Distrito Federal também é citado porque é responsável por aplicar as doses nesses profissionais. Até a noite desta segunda (14), não havia decisão.

Questionado pelo G1, o Ministério da Saúde não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.

Ação na Justiça

A ação pede a suspensão da nota técnica, publicada pela pasta em 18 de maio, que permitiu a vacinação desses profissionais. Solicita ainda a anulação de “qualquer outro documento referente a ampliação do grupo definido como ‘trabalhadores da saúde'”.

Além dos servidores do ministério, também foram beneficiados profissionais dos seguintes órgãos:

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBESRH);

Fundação Nacional de Saúde (Funasa);

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass);

Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems);

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS);

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBESRH);

Fundação Nacional de Saúde (Funasa);

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass);

Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems);

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS);

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);

Para o MPF, a inclusão dos servidores que não atuam na linha de frente na campanha é “indevida”, porque eles “exercem atividades administrativas, que se desenvolvem em espaços controlados”.

“Sempre que se incluem entre as categorias prioritárias pessoas a serem vacinadas, mais ainda se atrasa a vacinação da população em geral e, especialmente no caso de servidores públicos não envolvidos diretamente com prestação de serviços de saúde, tal expediente se aproxima do estabelecimento de privilégios inaceitáveis em um Estado Democrático de Direito”, diz o Ministério Público.

“A escolha de grupos prioritários de pessoas para acesso à imunização contra a Covid-19 deve atender a critérios de saúde pública e sua definição não é mera liberalidade do administrador público, exatamente em função do direito de todos à saúde, previsto constitucionalmente”, continua.

“A escolha de grupos prioritários de pessoas para acesso à imunização contra a Covid-19 deve atender a critérios de saúde pública e sua definição não é mera liberalidade do administrador público, exatamente em função do direito de todos à saúde, previsto constitucionalmente”, continua.

Fonte:  

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/supremo-pede-a-fiocruz-reserva-de-vacina-para-7-000-servidores-para-contribuir-com-pais/

Não temos um combate inteligente à pandemia, afirma Dimas Covas

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Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas afirmou que as medidas de isolamento social adotadas no país têm pouca efetividade na redução da transmissão do coronavírus.

‘Ficamos reféns das restrições que nem sempre são efetivas. E agora enfrentamos o fenômeno da exaustão das pessoas, que estão cansadas de toda essa situação. Mesmo que haja orientação para ficar em casa, não há mais obediência’, disse Covas em reunião do Conselho Político e Social, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Segundo ele, outras estratégias poderiam ter sido usadas, como o confinamento mais rígido da população (lockdown) por períodos curtos, como fizeram países da Europa, ou então a chamada vigilância epidemiológica ativa, usando a estrutura do SUS para buscar contaminados em campo e providenciar o isolamento.

Mas fomos por outro caminho. Por aqui se tentou controlar a circulação das pessoas restringindo as atividades econômicas. ‘Foi restrita a entrada nos shoppings a 30% da capacidade, mas filas se formaram do lado de fora’, exemplificou o presidente do Butantan. ‘Não temos um combate inteligente contra a pandemia.’

De acordo com Covas, com não foram adotadas medidas eficientes para controlar a transmissão do vírus no país, o correto é afirmar que ainda estamos sob a influência da primeira onda de contaminação, que teve seu pior momento em abril de 2021, com ameaça de falta de recursos hospitalares, como aconteceu no Amazonas, arrefeceu nas últimas quatro semanas, mas agora volta a subir.

‘Os números mostram que haverá aumento dos casos de coronavírus nas próximas semanas’, afirmou.

A diferença agora é que o processo de vacinação da população parece ter engrenado, embora o presidente do Butantan seja cauteloso ao afirmar que as metas do governo federal serão atingidas.

Atualmente, 12% da população do país recebeu duas doses das vacinas contra a covid-19. A previsão do governo federal é que 180 milhões de doses cheguem até agosto. ‘Mesmo que essas doses cheguem, elas precisarão ser aplicadas, e até agora conseguimos vacinar no máximo 1,2 milhão de pessoas por dia’, disse Covas.

Para avançar no número de imunizações diárias, segundo o presidente do Butantan, seria preciso utilizar mais do que os postos oficiais de vacinação. ‘Será preciso buscar as clínicas privadas, as farmácias e outros caminhos. Do contrário, não será possível cumprir a meta de imunizar parte considerável da população até outubro’, afirmou.

Se as previsões do governo federal para o ritmo da vacinação não sofrer alterações, Covas diz que a partir de outubro, mesmo que os casos de contaminação continuem elevados, a mortalidade e hospitalização devem diminuir.

Estudos feitos pelo Butantan no município de Serrana, no interior paulista, mostram que após vacinar 97% da população adulta com duas doses, a mortalidade local por covid-19 reduziu em 95% em todas as faixas etárias. Os casos com hospitalizações caíram 85% e casos sintomáticos em 80%.

TERCEIRADOSE

Mesmo com a imunização da população, haverá a necessidade de uma dose de reforço, regra que valeria para todas as vacinas contra a covid-19. ‘Quem já tomou duas doses terá de tomar reforço anual. A imunidade cai com o tempo. Estamos trabalhando essa perspectiva’, disse o presidente do Butantan.

Além disso, Covas acredita que novas variantes do vírus continuarão a aparecer. Segundo ele, a cepa P1, originada em Manaus, já tem variações, chamadas de P1.2 e P1.3. ‘A ButanVac [vacina em estudo pelo Butantan] já prevê a necessidade de vacinação anual por esse motivo.’

Testes feitos com a ButanVac em animais mostram que ela tem maior poder para imunizar comparada às vacinas usadas atualmente. O Butantan tem capacidade para fabricar 40 milhões de doses dela, que, segundo Covas, tem custo de produção de 1 décimo dos demais imunizantes para covid-19.

A previsão é que a ButanVac esteja liberada para estudos clínicos em outubro, mas não há certeza. ‘No Brasil temos barreiras que não existem em outros países. A barreira regulatória é a Anvisa, que não flexibiliza normas’, disse.

Fonte: Diário do Comércio – MG

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/butantan-pode-nao-cumprir-cronograma-por-atraso-nos-insumos-diz-dimas-covas/

Alvo de críticas por atraso, governo mira vacinas para 2022 com foco em produção nacional, Pfizer e Moderna

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Alvo de críticas por ter recusado ofertas de vacinas contra Covid no último ano e demorado a fechar contratos, o Ministério da Saúde começou a mapear fornecedores e iniciar tratativas diante de uma possível necessidade de um novo ciclo de vacinação em 2022.

Alguns países já começam a negociar contratos extras de vacinas apesar da incerteza sobre a necessidade e a regularidade de novas campanhas de imunização contra a Covid.

Entre as apostas no Brasil estão doses da vacina AstraZeneca/Oxford que devem ser produzidas inteiramente pela Fiocruz (e que somariam cerca de 180 milhões no próximo ano, segundo os cálculos da pasta) e da Butanvac, vacina ainda em desenvolvimento pelo Butantan.

Os testes clínicos do imunizante foram autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta semana, e a expectativa do Butantan é que os estudos sejam concluídos até o último trimestre.

Além desses dois focos, que têm em comum a produção nacional das doses, membros do Ministério da Saúde dizem ter “negociações avançadas” com a Moderna e recebido uma nova oferta da Pfizer com foco em 2022. A previsão é que haja uma reunião inicial com a empresa na próxima semana.

O governo tem, neste momento, dois contratos com a Pfizer que envolvem, juntos, 200 milhões de doses para este ano. O total que pode ser incluído em uma nova proposta ainda passa por avaliação. Procurada, a Pfizer informou que não iria comentar.

No caso da Moderna, a ideia é aproveitar uma negociação que envolve até 100 milhões de doses e reservar parte para o último trimestre deste ano e o restante como planejamento para o ano que vem.

“Temos conversado com eles sobre dois produtos: a vacina e um booster [um tipo de reforço] que é como uma ‘atualização’ da vacina. Por questões de sigilo não podemos divulgar muitas informações, mas estamos em tratativas avançadas”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.

Segundo ele, há sinais de que uma nova oferta de doses de vacina contra a Covid-19 pode se tornar necessária, daí o planejamento inicial.

“Ainda não temos estudos que comprovam a necessidade de que vai precisar imunizar novamente [a população] ou de forma constante, mas temos sinalizações fortes de que vai precisar de um reforço”, disse. “Não tem nada ainda escrito em pedra de que vamos precisar imunizar todo ano como fazemos com a da gripe”, ressalta.

Para especialistas, o planejamento é prudente, mas precisa ser acompanhado do monitoramento de estudos e de impulso à vacinação ainda neste ano.

“Apesar de não termos experiência com os coronavírus como temos com outros vírus, a experiência com influenza, adenovírus e outros mostra que a imunidade conferida por uma infecção em vírus respiratório não é muito duradoura”, afirma Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, sobre alguns fatores que podem indicar a possibilidade de nova vacinação. “Para complicar, também vieram as variantes que mostram escapar da imunidade por infecções prévias”, aponta.

Ele frisa, porém, que não há estudos conclusivos sobre esse cenário e que outros pontos também devem ser avaliados, como a diferença entre as vacinas e possíveis impactos na duração da proteção diante de novas infecções. “De qualquer forma, fazer acordos prévios para o próximo ano parece mais inteligente, principalmente porque no ano passado não compramos nada”, afirma.

Visão semelhante tem a epidemiologista Ethel Maciel, da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). “Ainda não temos certeza se vamos precisar tomar uma terceira dose ou fazer uma nova campanha. Mas é importante fazer esse planejamento”, afirma ela. “A vacinação hoje segue muito lenta porque não planejamos no ano passado, quando isso deveria ter sido feito, e não podemos cometer o mesmo erro em 2022”, diz.

Maciel cita como exemplo a possibilidade de ampliar a vacinação para adolescentes, como já aprovado pela Anvisa no caso de doses da Pfizer, e da necessidade de uma atualização de vacinas para novas variantes, ponto ainda em estudo.

Em meio ao planejamento para 2022, especialistas frisam que o Brasil ainda precisar aumentar o ritmo de aplicação das doses na campanha de vacinação neste ano.

Desde que assumiu o cargo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem dito que pretende imunizar toda a população adulta ainda neste ano. A tentativa de acelerar a campanha para atingir essa meta, porém, ainda enfrenta impasses, como o atraso em fechar contratos e a dificuldade de obter insumos da China usados na produção de algumas vacinas. Por isso a aposta para 2022 em doses feitas com insumo no país -e não mais apenas importados.

Até o momento, dados do consórcio de imprensa mostram que apenas 11% da população geral já recebeu duas doses de vacinas.

Para Kfouri, o fato de haver uma concentração maior de entregas previstas para o segundo semestre deste ano mostra que a previsão de oferecer doses a toda a população adulta pode vir a ser atingida.

Maciel, porém, lembra que as constantes revisões no cronograma tornam difícil uma previsão. “A meta depende de o cronograma ser cumprido”, afirma.

Em depoimento à CPI da Covid semana passada, o ministro da Saúde disse ter “certeza” de que o planejamento será atingido. “E já estamos pensando no ano de 2022”, disse Queiroga. Ele frisou, porém, a incerteza sobre um possível formato da vacinação no próximo ano, mas disse ver como alta a probabilidade de que uma nova vacinação seja necessária.

“Precisamos ainda ter mais dados científicos. Por exemplo, se é um booster, se é só uma dose, se vai precisar ser com duas doses”, disse.

Questionados, Fiocruz e Butantan disseram que a questão sobre a duração da proteção e necessidade de nova vacinação ainda está em acompanhamento.

Recentemente, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que não há previsão até o momento de necessidade de terceira dose da Coronavac.

Em fevereiro, a Pfizer e a BioNTech anunciaram ter iniciado testes para avaliar uma terceira dose da vacina e seu papel contra novas variantes do coronavírus. O estudo ainda está em andamento.

O planejamento de doses para 2022, no entanto, ainda pode enfrentar outros impasses -um deles é o orçamento limitado neste ano e indefinido para o próximo.

Cruz diz que, por se tratar de um planejamento inicial, ainda não há previsão sobre esse impacto. Segundo ele, caso não haja reservas no orçamento, a ideia é solicitar créditos extraordinários.

Em nota, o Ministério da Economia diz que foram abertos ou reabertos neste ano créditos no valor R$ 27,1 bilhões para compra de imunizantes, valor que seria suficiente para a vacinação contra a Covid. A pasta diz que, caso haja necessidade de mais recursos, neste ano ou em 2022, os pedidos serão analisados.

Fonte: Diário de Cuiabá

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/nao-ha-justificativa-alguma-para-escolha-entre-as-vacinas-diz-ses/

Doria: Testes da Butanvac devem começar este mês

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (14), que os testes clínicos da vacina Butanvac, imunizante contra a covid-19 desenvolvido pelo Instituto Butantan, devem começar até o fim deste mês e que já há seis países da América Latina interessados na importação da vacina, caso ela seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após a conclusão dos estudos.

Na semana passada, a Anvisa autorizou o início dos testes clínicos da Butanvac. Nessa etapa, o imunizante, que já foi testado em laboratório, passa a ser aplicado em seres humanos. De acordo com Doria, os testes devem começar até o fim deste mês, iniciando pelo município de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, por meio da Universidade de São Paulo (USP).

A Butanvac é uma das vacinas desenvolvidas pelo Brasil. Outros imunizantes também estão sendo testados em universidades federais brasileiras, mas esbarram na escassez de verbas, conforme mostrou o Estadão. As vacinas brasileiras são uma aposta diante da eventual necessidade de revacinar toda a população brasileira contra a covid-19 no ano que vem.

Segundo Doria, as três fases de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. Depois disso, os dados são submetidos a uma nova avaliação pela Anvisa. Já há 7 milhões de vacinas da Butanvac produzidas e estocadas. Serão feitas 18 milhões até o dia 31 de julho, segundo o governador, e 40 milhões até 30 de outubro.

“Tão logo a Anvisa faça a aprovação, São Paulo poderá disponibilizar 40 milhões de doses. Seja para completar a vacinação no Brasil, seja para a vacinação da nova etapa, a etapa 2022, quando precisaremos novamente ter a vacina”, disse Doria, após um evento para lançar um programa de distribuição de absorventes nas escolas.

O governador afirmou ainda que a Butanvac será oferecida para compor o Plano Nacional de Imunizações (PNI) se o Ministério da Saúde desejar. “Se não desejar, São Paulo vai usar na sua própria vacinação e vai exportar também. Temos seis países da América Latina que já solicitaram ao Butantan. Tão logo tenhamos a aprovação, eles têm interesse na aquisição, com vista ao novo processo vacinal do ano que vem.” Doria não detalhou quais são os seis países interessados no imunizante.

Segundo o governador, “vários Estados e cidades” também manifestaram interesse na aquisição da Butanvac, caso ela se mostre eficaz. Entre os Estados, há oito interessados. A Butanvac custará, segundo Doria, R$ 10 por dose, quatro vezes menos do que a Coronavac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Butantan.

Fonte: Correio 24 Horas Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/doria-diz-que-vacina-butanvac-custara-r-10-por-dose-sete-vezes-menos-que-as-importadas/

Vacinas brasileiras contra a Covid patinam por falta de dinheiro e interesse do governo

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O Brasil parou para ver a enfermeira Mônica Calazans tomar a primeira dose de uma vacina contra a Covid-19 no País, o marco inicial da imunização e da esperança pelo fim da crise sanitária vigente.

Veja também: Barreiras sanitárias já abordaram 85 mil pessoas em São Paulo

Mas, agora, em um futuro ainda incerto sobre o quanto durará a imunidade vacinal contra o SARS-COV-2, a busca por vacinas 100% brasileiras esbarra em uma batalha para garantir investimentos mínimos para levar adiante as pesquisas. Tudo isso em meio à falta generalizada de recursos para a ciência.

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O Ministério da Saúde, a Anvisa e a Rede Vírus (braço do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação criado para mapear pesquisas de combate ao coronavírus em 2020), acompanham ao menos 20 projetos de desenvolvimento de vacinas brasileiras. Quase todas ainda estão em fase pré-clínica – a exceção é a vacina Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan.

Outras duas, embora em fase preliminar, também são consideradas promissoras: a Versamune, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e a Spintech, desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais.

No meio do caminho, pesquisadores enfrentam a frágil estrutura brasileira em relação a centros imunobiológicos ou unidades fabris capazes de produzir vacinas – não à toa, o Butantan corre para expandir sua operação para viabilizar uma produção nacional da Coronavac ainda este ano, – e na mais aguda crise de financiamento da ciência dos últimos anos.

Mesmo com a mobilização causada pela pandemia e com repasses do MCTI, o interesse do estado brasileiro em ter um imunizante 100% nacional parece mínimo.

No caso da Butanvac, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga chegou a afirmar na CPI da Covid que a vacina seria ‘uma promessa na tecnologia brasileira e no desenvolvimento do complexo industrial da saúde’, mas não cravou, por parte do Ministério, nenhum financiamento e mencionou apenas conversas genéricas com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

‘Dentro dos BRICS [bloco formado entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], por exemplo, nós somos o único país que ainda não tem uma vacina testada em seres humanos’, pontua Flávio Guimarães da Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e um dos pesquisadores responsáveis pela Spintech.

O interesse do estado brasileiro em ter um imunizante 100% nacional parece mínimo

A realidade dos pesquisadores é de cortes e incertezas. A Versamune viu-se sem um crédito extraordinário de R$ 200 milhões para a execução das fases na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP após veto do presidente Jair Bolsonaro. Atualmente, o financiamento enviado do MCTI foi de 3,8 milhões de reais para a fase pré-clínica já concluída. O consórcio que desenvolve o imunizante tenta mais captar 30 milhões para viabilizar as fases I e II após aval da Anvisa. Nenhuma sinalização foi dada.

A Versamune, que é fruto de uma parceria da startup brasileira Farmacore, da americana PDS Biotechnology e da FMRP, havia recebido um aporte inicial de 5 milhões de dólares das duas empresas antes de apresentar projeto a demais parceiros, entre eles o Ministério da Saúde, explicou a CEO da Farmacore, Helena Faccioli Lopes.

Com a documentação já submetida à Anvisa e em fase de ajustes para aguardar a liberação dos testes em humanos, os desenvolvedores do imunizante pleiteiam mais recursos para a tirar o projeto do papel. Para o ensaio clínico de fase I e II, o consórcio está buscando recursos com o governo federal, estimados em R$ 30 milhões. ‘[Esse valor] compreende tanto o desenvolvimento do lote para o estudo como a definição de rendimentos de produção e estabelecimento das condições para produção industrial’, explica ela .

O investimento para a fase 3, que envolve logística de aplicação, estudos estatísticos, relatórios técnicos e um grande número de voluntários, é ainda maior. ‘Deverá girar em torno dos R$ 300 milhões.’, calcula. Comparado a custos internacionais para busca do mesmo resultado, entretanto, o valor não é assim tão vultoso. Nos Estados Unidos, a busca pela vacina da Moderna recebeu cerca de 500 milhões de dólares (ou R$ 2,5 bilhões de reais) para amparar a estrutura de testes necessários para garantir a segurança de um imunizante. Hoje, a Moderna oferece cerca de 90% de eficácia e é chave na estratégia americana de imunizar toda a população adulta até o mês de julho.

‘Se precisarmos revacinar a população, vai ser esse pesadelo de novo?’

Se o mundo já avança na imunização contra a Covid-19, por que buscar mais vacinas? Flávio Guimarães da Fonseca alerta que, como o vírus da gripe, o SARS-COV-2 deve exigir reforços eventuais para o sistema imunológico no futuro. ‘Daqui algum tempo, se nós precisarmos revacinar toda a inteira, vai ser de novo esse pesadelo?’

Governos e agência reguladoras tem muito claro, avalia ele, que é necessário investir em biotecnologia. ‘Ficou escancarada a nossa dependência de importação em um momento de crise mundial.’

Nos laboratórios, a taxa de sucesso de um projeto de vacina (quase sempre, lenta) pode complicar a busca pelo modelo mais promissor – que deverá ser submetido a testes em humanos de forma controlada e, depois, em maior escala. A avaliação de todo o percurso é sempre da Anvisa.

Bons e maus exemplos

A vacina 2H120 Defense, ainda em fase pré-clínica, surgiu de uma pesquisa no programa de doutorado da Universidade Estadual do Ceará, a UECE. Os pesquisadores utilizaram anticorpos relacionados ao combate a um coronavírus aviário e conseguiram chegar em resultados animadores na geração de imunidade.

‘Fizemos vários testes para saber se os anticorpos produzidos pelos animais imunizados com esse outro coronavírus, não-detectado em humanos, neutralizava o SARS-COV-2. Após essa observação positiva, nós entendemos que esse vírus pode gerar uma potencial vacina’, explica Izabel Florindo, professora de Imunologia da instituição e uma das coordenadoras do projeto.

Com o resultado, os pesquisadores conseguiram aval do governo do Ceará para financiar as fases subsequentes do projeto. O valor ainda não foi confirmado, mas há conversas para que as próximas fases do projeto aconteçam com o apoio da Fiocruz e de laboratórios da Universidade Federal do Ceará.

Se o caso da UECE mostra como projetos de pesquisa podem desaguar em um possível imunizante, a vacina da Universidade Federal do Rio de Janeiro já é o exemplo de como tudo pode ruir repentinamente.

Os pesquisadores conseguiram R$ 2 milhões iniciais por meio de uma plataforma de aporte internacional a projetos científicos. O projeto ‘já induziu a formação de altos níveis de anticorpos nas espécies de animais em que foi testada’, diz a universidade ema nota enviada à reportagem.

No entanto, no começo de maio, a reitora da UFRJ alertou que o orçamento direcionado do Ministério da Educação para a instituição só sustentaria as operações até julho. Sem verbas descontigenciadas, o futuro seria o fechamento. O susto passou momentaneamente com o desbloqueio de R$ 152 milhões para a UFRJ, liberados pelo Ministério da Economia após intensa mobilização popular. O projeto da vacina ainda respira, mas não em solo firme – especialmente pela previsão de recursos semelhantes aos outros projetos para concluir as fases I, II e III.

Escolhas

À frente das pesquisas da Spintech, da UFMG, Fábio Guimarães da Fonseca explica que as respostas dos testes em animais apontaram produção de anticorpos e geração de resposta celular por meio de linfócitos, células também essenciais no combate às infecções. Como a Versamune, o imunizante não utiliza um vírus inteiro inativado, mas sim uma proteína recombinante entre a proteína S e uma outra quimérica (artificial, produzida no laboratório).

O virologista explica que a produção das proteínas quiméricas tem sido feita em culturas de bactérias, avaliadas pela equipe como de fácil manejo e produtividade de proteína por litro do futuro IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) da vacina. Tudo foi pensado considerando a estrutura nacional para esse tipo de biotecnologia – há unidades fabris no Brasil que já operam em sistemas do gênero.

‘É uma tecnologia de domínio nacional, seria simples de ser transferido para uma unidade produtora, seja ela uma unidade fabril pública ou privada. Tudo foi feito objetivando uma rápida transferência no caso de sucesso da vacina na Anvisa‘, explica.

O dinheiro que o grupo recebeu do MCTI até o momento foi da ordem de R$ 2 milhões, utilizado na primeira etapa de testes. Para a fase clínica, o projeto conta com R$ 30 milhões vindos da Prefeitura de Belo Horizonte e emendas parlamentares na ordem de R$ 1,5 milhão de deputados estaduais e federais de MG. A Rede Vírus, que acompanha o desenvolvimento do imunizante, não cravou qual será o valor investido pelo governo federal daqui para a frente.

A estimativa do pesquisador para o avanço à fase III é de R$ 300 milhões, valor semelhante ao apontado pela Versamune. Esse recurso, que sustenta a testagem em milhares de voluntários, pode ser o maior gargalo do atraso da produção das vacinas brasileiras.

Para Fábio, se trata também de uma escolha que vem sendo feita há anos no Brasil: ser um país consumidor e não um país desenvolvedor de biotecnologias.

‘Quando a emergência sanitária surgiu, a gente atravessava um dos piores momentos de financiamento científico na história. Laboratórios absolutamente sucateados, sem mão de obra qualificada, sem treinamento de pessoal, com pesquisadores desmotivados. O resultado foi isso que a gente viu: a gente não conseguiu e não estava preparado para fazer uma pesquisa de desenvolvimento emergencial de vacina’.

Quais são as vacinas brasileiras em desenvolvimento?

Consultada por CartaCapital, a Anvisa informou que acompanha ou já foi contatada acerca de sete vacinas [leia a nota completa abaixo]. Já a Rede Vírus, do MCTI, lista cerca de 20 projetos acompanhados pela iniciativa em seu site. O Ministério da Saúde não respondeu os questionamentos da reportagem.

Vacinas em acompanhamento pela Anvisa:

Butanvac, desenvolvida pelo Instituto Butantan. Recebeu aprovação para seguir aos estudos clínicos.

Versamune-CoV-2FC, desenvolvida por meio de parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP), e as empresas Farmacore Biotecnologia Ltda e PDS Biotechnology, dos Estados Unidos.

S-UFRJvac, desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ainda em fase pré-clínica e sem submissão formal à Anvisa

SpiNTec, desenvolvida por meio da parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Ezequiel Dias (FUNED), ainda em fase pré-clínica e sem submissão formal à Anvisa.

Vacina da UECE, desenvolvida pelo Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular (LBBM) da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Houve reunião de orientação com Anvisa, mas ainda não há pedido de estudo

Vacina de biopolímero (PHB) coberto pela proteína viral da UFPR – Universidade Federal do Paraná. Houve uma reunião com os investigadores a pedido da Anvisa. Não foi enviada documentação, nos colocamos à disposição para dar o suporte necessário.

Parceria entre Diretoria de Tecnologia e Inovação do SENAI e CIMATEC (Bahia – Brasil), HDT Bio Corp (EUA) e Gennova Biopharmaceuticals Ltd. (Índia), e Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), por meio do seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Não foi submetida formalmente, mas tem trocado informações com a Anvisa.

Fonte: Carta Capital Online