MPF e DPU agem contra cartilha de hospital federal que ensina a fazer aborto em casa

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Aborto – O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) pediram nesta terça-feira (18) providências contra uma cartilha que incentiva o aborto em casa, sem presença de um médico. O material foi elaborado com o apoio do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, que já promoveu pelo menos 15 abortos por esse método.

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A cartilha usa a pandemia como pretexto para incentivar a realização de abortos por telemedicina. Ou seja: sem jamais visitar um médico, a paciente recebe o medicamento abortivo misoprostol pelos Correios e realiza o procedimento em casa. Mas a prática desrespeita as leis em vigor.

As normas do Ministério da Saúde exigem, por exemplo, que o aborto seja precedido por exame físico, ultrassonografia e internação. Já a Anvisa determina que o misoprostol seja aplicado apenas em ambiente hospitalar, onde há estrutura para remediar possíveis efeitos colaterais. O misoprostol pode causar sangramentos e a ruptura do útero, o que oferece riscos à mãe – inclusive de morte. Além disso, a realização de um aborto traz, com frequência, consequências psicológicas graves.

A Procuradoria da República em Minas Gerais e a Defensoria Nacional dos Direitos Humanos enviaram nesta terça recomendações ao Ministério da Saúde e à Anvisa, pedindo providências diante da constatação de que o Hospital das Clínicas da UFU está desrespeitando as regulamentações sobre o aborto.

O Código Penal prevê uma pena de um a quatro anos de prisão para o médico que realizar um aborto. O procedimento, entretanto, não gera punição se for realizado após um estupro, quando houve risco de vida para a mãe ou quando o bebê é anencéfalo.

“Ao contrário do que quer fazer crer os autores da cartilha, os procedimentos de justificação e autorização devem ser seguidos não somente para garantir a segurança jurídica dos profissionais de saúde envolvidos e a adequação da situação em concreto àquelas previstas no Código Penal, mas, principalmente, para assegurar a saúde da mulher que será submetida ao procedimento”, afirma um dos documentos elaborados pelo Ministério Público Federal e a Defensoria Pública.

Responsabilização por cartilha sobre aborto

A terceira recomendação é dirigida ao Conselho Federal de Medicina (CFM). O procurador e o defensor público pedem que o conselho publique uma determinação reforçando que o aborto não pode ser realizado por telemedicina. Além disso, eles querem que o CFM apure a responsabilidade de médicos que tenham incorrido na prática – especialmente os que tenham participado da elaboração da cartilha.

Os documentos são assinados por Fernando de Almeida Martins, Procurador Regional dos Direitos do Cidadão em Minas Gerais, e André Ribeiro Porciúncula, Defensor Nacional dos Direitos Humanos.

À Gazeta do Povo, Martins acrescenta que, além das recomendações enviadas nesta terça-feira, a médica Helena Paro, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal – que assina a cartilha -, pode ser criminalmente responsabilizada. “Nós encaminhamos essa documentação para o colega procurador em Uberlândia, que tem atribuição local para avaliar eventual responsabilidade da médica tanto no âmbito criminal quanto cível e administrativo”, explica ele.

Porciúncula ressalta que, ao mesmo tempo em que oferece riscos à saúde da mulher que realiza o aborto em casa, sem assistência hospitalar, o uso da telemedicina para esse fim implica uma legalização do aborto na prática. “Em última análise, essa prática acaba legalizando o aborto no Brasil – não apenas aquele previsto no Código Penal, como o da vítima de estupro. Qualquer pessoa poderia realizar um aborto”.

Além da assinatura da médica Helena Paro, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, a cartilha tem o carimbo do Instituto Anis e da Global Doctors for Choice Brasil, duas entidades que militam abertamente pela legalização do aborto em qualquer circunstância. O Instituto Anis é financiado pela Open Society, do mega bilionário George Soros, e pela Fundação Ford. A Global Doctors for Choice, com sede nos Estados Unidos, tem organizações parceiras em sete países, entre eles o Brasil.

Em nota, a Universidade Federal de Uberlândia disse desconhecer a recomendação do MPF e da DPU, mas afirmou que o material sobre o aborto em casa “segue recomendações dos órgãos nacionais de regulação sanitária e do Ministério Público Federal.”

A Gazeta do Povo também entrou em contato com o Instituto Anis e o Doctors for Choice Brasil, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.

Fonte: Gazeta do Povo

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Hospital Público do Leste, em Paragominas, abre processo seletivo para farmacêutico

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A gestão do Hospital Regional Público do Leste (HRPL), em Paragominas, abriu processo seletivo para Farmacêutico. Os interessados devem enviar seus currículos atualizados, exclusivamente, para o e-mail: selecaoparagominas@indsh.org.br com o assunto: Farmacêutico (a), até o dia 31 deste mês de maio. A unidade ressalta que os currículos passarão por triagem que segue critérios do setor de Recursos Humanos (RH) para a vaga ofertada.

Com a seleção efetivada, os candidatos que tiverem seus currículos aprovados nessa fase, serão contatados pelo RH do hospital, que informará local, dia e hora da realização das provas e entrevistas. Para participar do processo, deve-se ter ensino superior em Farmácia. O diferencial, segundo o RH, é ter experiência no cargo.

Estrutura – O HRPL é referência na assistência de média e alta complexidade em 23 municípios do nordeste paraense.  A instituição é um órgão do governo do estado, localizada na rua Adelaide Bernardes, s/n, no bairro Nova Conquista, em Paragominas. Mais informações podem ser obtidas no telefone: (91) 3739.1046/3739.1253/3739.1102.

Fonte: Agencia Pará

rfxcel passa a integrar Antares Vision em negócio de US$ 120 milhões

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Especialista em rastreabilidade de medicamentos, rfxcel amplia projetos no Brasil

Líder global em soluções para supply chain e rastreabilidade de medicamentos, a norte-americana rfxcel passa a fazer parte do grupo italiano Antares Vision, um dos principais provedores de soluções para gestão de dados no setor de saúde. A aquisição está estimada em cerca de US$ 120 milhões.

O acordo permite alavancar recursos para as plataformas de cloud computing da rfxcel, cujos softwares possibilitam o monitoramento automatizado da cadeia de suprimentos. Além disso, auxilia empresas do mercado farmacêutico no processo de adequação ao novo Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que contempla a rastreabilidade e serialização de remédios de prescrição e entra em vigor no Brasil daqui a menos de um ano, em abril de 2022.

Fundada em 2003 e com sede no estado da Nevada (EUA), a rfxcel mantém escritórios na América Latina, Ásia-Pacífico, Grã-Bretanha, Oriente Médio, Rússia e União Europeia. Atua no Brasil desde 2018 e, no ano passado, assinou um contrato de cinco anos com a Hypera Pharma, justamente para adaptação ao SNCM.

“Ambas as empresas compartilham os mesmos objetivos e a Antares Vision nos ajudará a acelerar os planos de oferecer aos clientes uma solução completa de rastreamento ponta a ponta”, afirma Glenn Abood, presidente e fundador da rfxcel. Segundo o executivo, a integração das capacidades das empresas permitirá entrar em novos mercados.

“A combinação dessas tecnologias com a nossa solução de Track & Trace Antares Vision aumentará significativamente o valor para nossos clientes, acelerando suas transições para cadeias de suprimentos mais digitais e sustentáveis, com total transparência e visibilidade”, afirma Emidio Zorzella, CEO da Antares Vision.

Como funciona a solução

À medida que as matérias-primas e os bens são transportados de um lugar para outro, a rfxcel utiliza seu sistema de monitoramento para acompanhar esse processo online e de ponta a ponta – da saída da planta até o local de entrega, seja em um centro de distribuição ou no próprio varejo. A solução contribui para diminuir riscos de falsificações e problemas com falta de estoque e ruptura, garantindo que os insumos e produtos estejam na fábrica quando a indústria realmente necessitar.

Com isso, a indústria também passa a ter um controle mais pleno das informações sobre a fornecedora do insumo e a origem das suas matérias-primas. O processo, inclusive, proporciona mais confiança por parte dos consumidores, que terão acesso a toda rota percorrida pelo produto.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Vendas das indústrias paulistas devem crescer 10% em 2021

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As vendas das indústrias de São Paulo devem crescer 10,2% neste ano, de acordo com um levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

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Batizada de Rumos da Indústria Paulista, a pesquisa foi realizada com 400 empresários entre os dias 6 e 14 de maio.

Até maio, no entanto, as vendas da indústria paulista registraram crescimento de apenas 0,7%.

“Com o início da vacinação, mesmo diante do risco de um terceiro fluxo de transmissão do vírus, os empresários seguem acreditando em recuperação do setor e se esforçam no sentido de evitar mais demissões e agravar o desemprego”, afirmou Rafael Cervone, vice-presidente da Fiesp e do Ciesp.

 

O levantamento também mostrou que os empresários do setor esperam uma estabilidade no quadro de funcionários – alta de 0,3% – e um forte aumento de custos, com expectativa de avanço médio de 28,5% na comparação com 2020.

Dos entrevistados, 90,9% reportaram custos mais altos até maio.

“Desde o ano passado, houve um aumento forte no preço das matérias-primas que vem impactando os custos, por isso, em janeiro, havia pessimismo quanto a esse aspecto”, diz Cervone.

Fonte: G1

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Confiança da indústria sobe em maio

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O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,7 ponto em maio para 104,2 pontos, conforme divulgado nesta quinta-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas. Com o resultado, o indicador eliminou a queda observada no mês de abril e voltou ao mesmo patamar de março.

Em médias móveis trimestrais, porém, o índice caiu 1,2 pontos.

Segundo a FGV, a melhora foi influenciada pela melhora das expectativas para os próximos meses, enquanto a percepção das empresas sobre a situação atual continua piorando para 12 dos 19 segmentos que compõe a pesquisa.

“O resultado está relacionado os efeitos da desvalorização do real e da escassez de insumos. Contudo, o avanço da vacinação, embora lento, e a recuperação de economias externas, ampliando as exportações, são elementos que tendem a contribuir com a melhora das expectativas para o próximo semestre”, avaliou Claudia Perdigão, economista do FGV IBRE.

 

Componentes do indicador

 

O Índice Situação Atual (ISA), teve queda de 0,5 ponto, acomodando em 109,5 pontos. O indicador que mede o nível dos estoques recuou 0,3 ponto para 113,0 pontos, enquanto a situação corrente dos negócios variou 0,3 ponto para 107,6 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,1 pontos para 99,0, muito próximo ao nível neutro (100 pontos). A produção prevista para os próximos três meses foi o componente que mais contribuiu para o aumento confiança em maio ao subir 6,5 pontos para 93,1 pontos, recuperando em 42,8% a queda sofrida entre janeira e abril.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 1,1 ponto percentual, para 77,8%.

“A recuperação industrial foi vigorosa no pós-pandemia, mas a segunda onda de Covid somada a desarticulação do tecido econômico decorrente do choque exógeno da pandemia está cobrando o setor tanto numa demanda ainda fraca e custos em alta”, destacou o economista da Necton, André Perfeito.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/26/parceria-da-ufpb-com-industria-e-responsavel-por-primeiro-calcado-repelente-registrado-na-anvisa/

Dólar abre em queda nesta quinta-feira

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dólar opera em queda nesta quinta-feira (27), com os operadores trabalhando em modo de espera antes de dados importantes dos Estados Unidos que poderiam elevar os ruídos em torno da política monetária do Federal Reserve, enquanto, no Brasil, os participantes do mercado reagiam à divulgação da taxa de desemprego.

Às 9h16, a moeda norte-americana recuava 0,21%, a R$ 5,3018. Veja mais cotações.

Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,46%, a R$ 5,3128. No mês, ainda há queda de 2,18%. No ano, o avanço é de 2,42%.

Cenário

Na agenda do dia, o IBGE divulga que a taxa de desemprego subiu para 14,7% no primeiro trimestre do ano, a maior da séria histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Mais cedo, a FGV mostrou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,7 ponto em maio para 104,2 pontos, eliminando a queda observada no mês de abril.

Nos EUA, os investidores aguardam dados revisados sobre o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no 1º trimestre e sobre pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/21/dolar-opera-em-alta-e-caminha-para-avanco-na-semana/

Desemprego atinge recorde de 14,8 milhões de brasileiros

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O desemprego no Brasil atingiu a taxa recorde de 14,7% no 1º trimestre de 2021, segundo divulgou nesta quinta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de desempregados também bateu um novo recorde, chegando a 14,8, milhões de pessoas.

“É a maior taxa e o maior contingente de desocupados de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012”, informou o IBGE.

 

O resultado representa uma alta de 6,3%, ou de mais 880 mil pessoas na fila por um emprego no país, na comparação com 4º trimestre de 2020. Em 1 ano, 1,956 milhão de pessoas entraram nas estatísticas do desemprego.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego estava em 14,4%, atingindo 14,4 milhões de brasileiros – número recorde até então.

Desalento atinge novo recorde

 

A população desalentada (quem desistiu de procurar uma oportunidade no mercado de trabalho) também atingiu patamar recorde, reunindo 6 milhões de pessoas, ficando estável frente ao trimestre móvel anterior e crescendo 25,1% ante o mesmo período de 2020.

O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada foi de 5,6%. Ou seja, a taxa de desemprego só não é ainda maior porque muitos brasileiros desistiram de procurar uma ocupação.

Vale destacar que o IBGE considera como desempregado apenas o trabalhador que efetivamente procurou emprego nos últimos 30 dias anteriores à realização da pesquisa.

Falta trabalho para 33,2 milhões

 

contingente de pessoas subutilizadas no país chegou a 33,2 milhões e também atingiu o recorde da série.

Veja outros destaques da pesquisa:

  • Em três meses, número de desempregados aumentou em 880 mil pessoas
  • População ocupada ficou estável, mas nível de ocupação reduziu e está abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio de 2020.
  • Ocupação de empregados do setor privado e público sem carteira caiu e somente a categoria dos trabalhadores por conta própria cresceu.
  • Número de empregadores com CNPJ é o menor da série.
  • Informalidade fica estável (39,6%), com 34 milhões de pessoas.
  • Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, sete grupos de atividade perderam pessoal ocupado, com crescimento somente na agricultura, pecuária, produção florestal.
  • Massa de rendimento real fica em R$ 212,5 bilhões.

Na véspera, o Ministério a Economia divulgou que a economia brasileira gerou 120.935 empregos com carteira assinada em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse foi o menor saldo positivo mensal registrado em 2021.

Economistas avaliam que uma melhora mais consistente do mercado de trabalho só deverá ser observada no segundo semestre, mas ainda condicionada ao avanço da vacinação e uma recuperação mais firme do setor de serviços – o que mais emprega no país e o mais afetados pelas medidas de restrição para conter o avanço do coronavírus.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/17/economista-diz-que-desemprego-pode-passar-de-15/

Lotação de UTIs pela COVID-19 desencadeou o surgimento de superfungo no Brasil

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Em dezembro do ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alertou o Brasil para o surgimento de um “superfungo” chamado Candida auris, altamente resistente a ambientes hospitalares. Agora, quase seis meses depois, um novo estudo revelou que o contexto da COVID-19 foi o que deixou os hospitais vulneráveis ao aparecimento do microrganismo.

Veja também: Reações como febre e cansaço são comuns à vacina da AstraZeneca

O estudo, liderado pelo coordenador do Laboratório Especial de Micologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Arnaldo Colombo, revela que a internação longa e o uso constante de sondas e catéteres, de corticoides e antibióticos foram a porta de entrada para a infecção pelo fungo. A pesquisa mostra que foram identificados outro nove casos em um hospital de Salvador, na Bahia, além dos dois que haviam sido detectados em dezembro.

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“Já foram identificados outros nove casos no mesmo hospital, entre colonizados e infectados. Embora ainda não exista registro desse agente em outros centros no país, há motivos para preocupação: estamos monitorando as características evolutivas de isolados de C. auris de pacientes internados naquele hospital baiano e notamos que já há amostras exibindo menor sensibilidade ao fluconazol e às equinocandinas, estas últimas pertencentes à principal classe de fármacos usada no tratamento de candidíase invasiva”, explica Colombo à FAPESP.

De acordo com o pesquisador, os fungos do gênero Candida, exceto o C. auris, já fazem parte do organismo humano, precisando apenas de um desequilíbrio no organismo para trazer problemas, entre eles a candidíase e o sapinho, que pertencem à espécie C. albicans. Porém, o especialista explica que o fungo pode invadir a corrente sanguínea em alguns casos, desencadeando um quadro de infecção sistêmica, parecido com a sepse bacteriana e que é mais conhecido como candidemia.

Caso haja essa invasão, o sistema imune pode reagir de forma exagerada e provocar danos aos órgãos, inclusive levando à morte. Segundo pesquisas científicas sobre o problema, até 60% dos infectados pela C. auris não resistem. Colombo explica que a espécie se tornou resistente a diversos medicamentos, além de desinfetantes. “Dessa forma, consegue persistir no ambiente hospitalar, onde coloniza profissionais de saúde e, posteriormente, pacientes críticos que necessitam de internação prolongada, a exemplo dos portadores de formas graves da COVID-19”, complementa.

A C. auris foi identificada pela primeira vez no Japão, ainda em 2009, e em 2016 foi registrado o surgimento na América do Sul, começando pela Venezuela e seguindo para Colômbia, Panamá e Chile. Os cientistas recomendam que haja um maior controle de infecção hospitalar em todo o Brasil, devido ao momento que o país está vivendo, além da redução do uso de medicamentos antimicrobianos nas UTIs, principalmente em casos nos quais são prescritos sem necessidade.

O estudo completo está disponível para consulta online.

Fonte: Canaltech

Perda técnica de doses de vacina em Juiz de Fora causa polêmica

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Em um documento encaminhado à Câmara Municipal de Juiz de Fora, a Secretaria Municipal de Saúde informou ao Poder Legislativo que havia observado uma perda técnica de 17.789 doses de vacina contra a Covid-19. O memorando foi apresentado em resposta a pedido de informação feito pelo vereador Sargento Mello Casal (PTB), que repercutiu os números em suas redes sociais no início da noite desta quarta-feira (26). Procurada pela Tribuna, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) esclareceu que o número constante no memorando, que leva a assinatura da secretária de Saúde, Ana Pimentel, ‘equivocadamente’, agrega duas situações distintas. Segundo a PJF, o total corresponde à soma de 10.769 doses que ‘deixaram de ser entregues’ e de ‘7.020 vacinas perdidas tecnicamente no processo de vacinação’.

Veja também: Governadores pedem ajuda ao governo federal, OMS e EUA para liberar mais vacinas

Ainda segundo a Prefeitura, a perda técnica de 7.020 doses ‘é equivalente a 2,87% do total de vacinas aplicadas, índice bastante inferior ao valor de 5% considerado como perda técnica provável pelo Ministério da Saúde’. Cabe ressaltar, que o memorando data de 26 de abril e remete a um quadro observado há um mês, portanto, o número de doses perdidas até o momento pode ser maior. Em março, a Administração havia informado à Tribuna que não havia registrado a perda de doses.

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Durante a reunião ordinária da Câmara, também nesta quarta, o vereador afirmou que já fez um novo pedido para atualizar os números destas perdas técnicas. ‘Fiquei surpreendido’, disse. Já o vereador Juraci Scheffer (PT) informou que a secretária de Saúde fará uma reunião com os vereadores na manhã desta sexta para esclarecer os números.

Em suas redes sociais, a prefeita Margarida Salomão (PT) se manifestou sobre a situação envolvendo a perda técnica das vacinas. Em sua postagem, a prefeita diz que as informações que circulam sobre a perda das mais de 17 mil doses ‘são equivocadas, fruto de um trabalho de desfiguração e manipulação da realidade’, e lamentou que dados de natureza tão relevante venham sendo ‘equivocadamente desfigurados’.

Ainda na postagem em sua rede social, a chefe do Executivo informou que Juiz de Fora aguarda a reposição de 10.769 doses, uma vez que diversos frascos enviados ao município teriam volume de doses inferior ao padronizado. A prefeita cita que a circunstância também ocorreu em outras cidades do país, quando alguns frascos recebidos possuíam oito, em vez das dez doses previstas. ‘Esse é um fato de conhecimento público, tendo sido divulgado por diversos veículos de mídia de abrangência nacional.’

Requerimento de CPI

Por conta de questões relacionadas à vacinação na cidade, o parlamentar, que é oposição ao Governo da prefeita Margarida Salomão (PT), apresentou um requerimento em que sugere a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para averiguar os trabalhos da campanha de vacinação na cidade.

Segundo o regimento interno da Câmara Municipal de Juiz de Fora, para a instalação de uma CPI, o requerimento precisa ser assinado por um terço dos integrantes da legislatura, ou seja, sete vereadores. A comissão deve ter fato determinado e por prazo definido para seu funcionamento, e terá poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos em lei.

Documento explica procedimento de vacinação

No documento, a Secretaria de Saúde afirma que ‘não faz a análise das perdas técnicas por ponto de vacinação, mas de acordo com o tipo de vacina (Coronavac e da Astrazeneca) e seus respectivos lotes’. Cabe lembrar que, até abril, a cidade ainda não havia recebido doses do imunizante da Pfizer.

Em outro trecho, a pasta explica que ‘adota um fluxo de vacinação com o objetivo de que os frascos de vacina sejam abertos e utilizados na totalidade’. Também relata como é o procedimento em caso de sobra: ‘Em casos excepcionais, quando há alguma sobra, segue-se à orientação do Estado, qual seja, a sobra de doses nos frascos de vacinas contra Covid-19 serão administradas no público de abrangência do ponto de vacinação, considerando a faixa etária a seguir àquela que está sendo atendida no momento’.

Ainda no memorando, a Secretaria de Saúde afirma que a inutilização de doses de vacinas é bem próxima a zero e acontece excepcionalmente em casos de quebra do frasco e perda da estabilidade. ‘Quando ocorre esta perda de estabilidade, em que o horário de abertura foi excedido de acordo com o preconizado pelo fabricante, os frascos são autoclavados e desprezados conforme orientação técnica’, afirma a Secretária de Saúde no memorando.

Reunião com o Ministério Público

Em contato com a Tribuna, o titular da 20ª Promotoria de Justiça de Juiz de Fora de Defesa da Saúde, Idosos e da Pessoas com Deficiência do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o promotor Rodrigo Barros, afirmou que tem conhecimento dos números relacionados a perdas técnicas informados pela Secretaria de Saúde por meio de memorando encaminhado à Câmara. Assim, nesta quinta-feira (27), a Promotoria de Saúde do MPMG, por meio do promotor de Justiça Jorge Tobias de Souza, titular da 20ª Promotoria de Justiça de Juiz de Fora de Defesa da Saúde, Idosos e da Pessoas com Deficiência, deve se reunir com a Secretaria de Saúde para tratar do tema.

PNI prevê 5% de perdas

O Plano Nacional de Imunizações (PNI) prevê a possibilidade de incidência de perdas técnicas, estimadas em 5% das doses. ‘O monitoramento e controle de consumo da vacina Covid-19 serão simultâneos à evolução da campanha de forma que o percentual de perdas operacionais, definidos com base nas características específicas da vacina, que incluem esquema de duas doses e estratégia da vacinação em modo campanha, inicialmente previsto de 5%, poderá ser redefinido de acordo com a necessidade, a cada etapa da campanha de vacinação’, afirma o PNI.

Considerando que, ao todo, foram recebidas 304.101 doses na cidade até o momento, as perdas técnicas de 17.789 doses inicialmente informadas pela Secretaria de Saúde no memorando que data de 26 de abril, corresponderiam a uma perda operacional de 5,85%, pouco acima do percentual estimado no PNI. Se considerados as 196.711 doses recebidas pela cidades até 26 de abril, segundo as redes sociais da Prefeitura, esse percentual subiria para 9%.

Ao levar em conta apenas a perda técnica de 7.020 doses, informada pela PJF à Tribuna, esse percentual seria de 2,3% com relação às doses recebidas até aqui e 2,87% sobre as doses aplicadas. Quando se considera as doses recebidas (196.711) e aplicadas (140.122) até 26 de abril estes percentuais sobem para 3,56% e 5%, respectivamente.

Sobre as 10.769 doses que a Prefeitura afirma que não foram recebidas, o Município já encaminhou um ofício à Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRS), em que solicita ao Governo de Minas a reposição das doses. O documento é datado de 12 de maio. Os problemas de doses faltantes foram observados nas remessas de doses da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, encaminhada à cidade.

O que são perdas operacionais

Perdas técnicas ou operacionais são os nomes dados a situações em que as doses inicialmente computadas acabam não se conformando ou inutilizadas. Elas podem acontecer em situações diversas como com a quebra de frasco ou falhas na refrigeração, no transporte e no armazenamento, ou mesmo por falta de energia elétrica. Do ponto de vista técnico, as perdas também podem acontecer pelo vencimento do prazo de validade da vacina ou pelo não alcance do número de doses previstas por frasco, que, via de regra, é multidoses.

Em geral, os frascos contam com dez doses de 0,5ml e, em algumas situações, pode acontecer que o líquido contido não corresponda às dez doses. Como exemplo, quando, após a aplicação de nove doses de um mesmo frasco, o líquido restante não corresponde a 0,5 ml, ficando o restante entre 0,1 a 0,4 ml, configura-se a perda técnica. Isso porque a Nota Técnica 108/2021 do Ministério da Saúde é taxativa ao afirmar que ‘a mistura de vacina de frascos-ampola diferentes para completar uma dose é rigorosamente contraindicado, uma vez que as vacinas estão sujeitas à contaminação’.

Outra orientação feita pelo PNI é de que, ‘ao final do expediente e considerando a necessidade de otimizar doses ainda disponíveis em frascos abertos, a fim de evitar perdas técnicas, direcionar o uso da vacina para pessoas contempladas em alguns dos grupos priorizados no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19’.

80,2% dos imunizantes recebidos já foram aplicados

Do total de imunizantes recebidos, 80,2% já foram aplicados como primeira e segunda dose. Parte das vacinas recebidas é reservada para o planejamento da complementação vacinal com a segunda aplicação.

Segundo os números mais atualizados da Prefeitura, 169.300 pessoas na cidade já receberam a primeira dose de alguns dos três imunizantes utilizados na campanha de vacinação em Juiz de Fora até aqui. Por outro lado, 74.699 já haviam recebido a segunda dose. Ao todo, foram aplicadas 243.999 das 304.101 doses recebidas.

Avaliação da Anvisa

No último dia 17, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou uma investigação para averiguar notificações recebidas sobre uma possível redução da quantidade de doses nos frascos das vacinas CoronaVac. A conclusão da investigação é que não houve falha técnica no envase da vacina e que os frascos da vacina contêm 10 doses, conforme previsto.

Assim, segundo a agência, o problema dos frascos que rendem menos doses está relacionado a erros de extração do frasco multidose, principalmente pelo uso de seringas inadequadas. No caso do plano municipal de vacinação, as seringas agulhadas foram adquiridas pelo Governo de Minas.

‘De acordo com a avaliação técnica feita pela Anvisa, o uso de seringas de 3ml não seria o mais adequado para a extração das vacinas, que possuem doses de 0,5 ml’, afirma a Anvisa. O relatório aponta ainda que o mais adequado para a retirada e aplicação das doses são as seringas de 1ml, que têm uma maior precisão para cada dose.

Fonte: Tribuna de Minas

Genéricos serão o carro-chefe das farmácias, aponta enquete

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O levantamento reuniu 2.958 profissionais do setor. Para 1.873 (63%), a categoria será uma das âncoras do negócio das farmácias. Outros 31% (905) enxergam potencial, mas entendem que são necessários mais lançamentos. Apenas 4% (116) apostam em estagnação e 2% (64) acreditam no crescimento só em volume.

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Há 22 anos no Brasil, os genéricos já respondem por 33% do volume de remédios comercializados no varejo farmacêutico, de acordo com a IQVIA. Do faturamento total do setor, 17% provém desse segmento, o que representou R$ 23,5 bilhões nos últimos 12 meses até abril.

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Além de incentivarem os brasileiros a dar continuidade aos tratamentos de saúde, esses medicamentos impulsionam também os negócios das empresas de pequeno e médio porte. O associativismo e as farmácias independentes alcançam a maior participação de mercado justamente entre os genéricos – 34% e 23%, respectivamente.

Atualmente, cerca de 100 laboratórios da indústria farmacêutica mantêm linhas dedicadas à produção de genéricos. Informações da Anvisa dão conta de mais de 3.800 registros desses medicamentos em quase 22 mil apresentações, cobrindo praticamente todas as áreas terapêuticas.

‘E a julgar pela realidade do mercado, esses remédios apresentam um viés de alta no Brasil.

A extinção do prazo indeterminado para patentes abre um campo promissor para o surgimento de novos genéricos voltados a doenças mais severas e de alta complexidade, como o câncer e enfermidades do sistema nervoso central’, comenta Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos.

Fonte: Sincofarma