Preços do ‘kit intubação’ subiram mais de 100%, aponta pesquisa

0

De acordo com uma pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, como sedativos e analgésicos, tiveram altas nos preços que chegaram a mais de 100% desde abril do ano passado.

Veja também: Cresce rejeição à vacina de Oxford/AstraZeneca

De acordo com o médico e presidente do sindicato Francisco Balestrim, o aumento “acaba levando, do ponto de vista dos pacientes com Covid-19 que são atendidos pelos hospitais, um incremento das despesas que as unidades tem para o seus atendimentos”.

Siga nosso Instagram

Por conta da alta dos preços, os hospitais também estão enfrentando estoques baixos e escassez desses medicamentos. A mudança no perfil dos pacientes com a doença também pode estar contribuindo com essa faltaa de recursos.

Na última quarta-feira (21), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga afirmou que mais de um milhão de medicamentos para o “kit intubação” devem chegar ao Brasil até maio.

Em nota, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) disse que os preços dos medicamentos são controlados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que estipula o percentual máximo de reajuste ao ano.

Fonte: CNN Online

CPI quer investigar conselho de medicina e planos de saúde

0

Além do foco nas ações do Ministério da Saúde, a CPI da Covid no Senado deverá ampliar o escopo de investigação para outros atores que tiveram papel no combate à pandemia.

Veja também: Anvisa decide nesta segunda-feira sobre importação de Sputnik V pedido por estados e municípios

A comissão terá sua primeira reunião nesta terça-feira (27), quando serão escolhidos presidente, vice-presidente e relator.

Siga nosso Instagram

O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que pretende apresentar requerimentos para ouvir membros do CFM (Conselho Federal de Medicina) e de planos de saúde.

O objetivo é investigar o papel desses órgãos na propagação do ‘tratamento precoce’.

Na visão do senador, o CFM incentivou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada a partir do momento em que deixou o médico tomar a própria decisão.

O CFM ofereceu informalmente uma das bases científicas para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continuasse a defender a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19.

O conselho emitiu em 2020 parecer no qual deixa para os médicos, em concordância com os pacientes,a decisão de usar o medicamento de maneira ‘off label’, fora do que está prescrito em sua bula. A emissão do parecer chegou a ser citada por Bolsonaro.

Médicos e entidades científicas e médicas passaram a condenar o posicionamento do CFM, por não repreender uma posição que contraria o conhecimento científico.

‘A Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais’, informou a entidade.

‘Eu vou apresentar requerimento para convocar o Conselho Federal de Medicina, que teve um papel profunda mente nefasto nesse processo’, afirmou o senador à Folha.

‘ [O CFM] Respaldou essa coisa do kit do tratamento precoce, interveio para dizer que os médicos têm um poder de escolha na aplicação do medicamento, mas é um medicamento que não tem serventia para uma determinada coisa’, disse Costa.

O CFM informou em nota que não há necessidade de convocação, apenas um convite, pois o conselho entende ‘ser importante a participação na CPI, o que será feito quando for chamado’. Em relação às declarações de Humberto Costa, afirma que o senador terá oportunidade de fazer todos os questionamentos na ocasião e que ‘serão prontamente respondidos pelo C FM’.

Já alguns planos de saúde estão na mira do senador por denúncias de que houve empresas que enviaram medicamentos sem eficácia comprovada aos clientes.

Costa lembrou de denúncias que saíram na imprensa a respeito de planos de saúde propagando ‘kits Covid-19’.

Em junho de 2020, houve relatos de que a Unimed em Santa Catarina enviou a profissionais de saúde que estavam na linha de frente do combate ao coronavírus o conjunto de remédios. Havia no kit hidroxicloroquina, ivermectina e zinco quelato. À época, a Unimed em Brusque (SC) afirmou que oferecia a profilaxia a médicos cooperados e outros profissionais e que o tratamento não era compulsório.

‘Eu acho que a postura desses órgãos de regulamentação profissional e algumas sociedades de especialidade foram inteiramente contra o que diz o Código de Ética Médica’, afirmou o senador petista.

Além da investigação do CFM e planos de saúde, a comissão pretende investigar a atuação direta do governo federal para difundir o tratamento com hidroxicloroquina.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), futuro relator da CPI, já tem em mãos ofício no qual o governo federal orienta a Fiocruz a divulgar e indicar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19.

Para membros da comissão, o documento poderá ser usado eventualmente como prova para imputar crimes a integrantes do governo Bolsonaro na gestão da pandemia.

A oposição também trabalha em um plano de investigação que será encaminhado a Renan. O documento, ainda em elaboração, lista entre os investigados o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os três últimos titulares da pasta, respectivamente Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta.

Fora do ministério, a oposição também pretende colocar como investigados o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, e os ex-secretários especiais de Comunicação, Fábio Wajngarten e Flávio Rocha.

Nos últimos dias, Wajngarten se tornou personagem de destaque após entrevista em que critica duramente o Ministério da Saúde e afirma que o Brasil não comprou a vacina contra Covid-19 da Pfizer por incompetência e ineficiência.

Os membros da CPI, no entanto, enxergaram uma tentativa de blindar Bolsonaro -que acabou dando errado, pois mostrou que Wajngarten e o presidente participaram de negociações para adquirir a vacina da Pfizer.

Fonte: ClipTVNEWS

Insônia pode ter relação com doenças cardiovasculares

0

Caracterizada pela dificuldade de adormecimento e má qualidade do sono, a insônia pode ser um sinal de problemas psiquiátricos ou clínicos, inclusive de doenças cardiovasculares. É o que diz um estudo publicado pela revista norte-americana Neurology.

Segundo o artigo, pessoas que sofrem com problemas para dormir estão mais sujeitas a desenvolver doenças cardio e cerebrovasculares, que podem levá-las ao infarto ou derrames. Mais de 487 mil chineses com média de 51 anos de idade participaram do estudo (nenhum deles possuía histórico de problemas cardíacos ou cerebrais) e foram acompanhados ao longo de dez anos.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Dentre todos os entrevistados, 11% afirmaram, antes da experiência, ter dificuldades em adormecer ou permanecer dormindo, 10% relataram acordar muito cedo e apenas 2% apresentaram problemas para manter o foco e concentração ao longo do dia por consequência da falta de sono. Durante a década de análise, foram registrados 130 mil casos de acidente vascular cerebral, ataques cardíacos e outros problemas do gênero.

Associação dos sintomas

O estudo apontou que pessoas com esses três sintomas de insônia possuíam 18% a mais de chances de desenvolver tais doenças. Já quem apresentava dificuldades para adormecer ou permanecer dormindo estava 9% mais propenso a ter um AVC ou problema cardíaco. No entanto, cerca de 32% dos entrevistados que sofriam desses sintomas acabaram tendo um derrame ou enfermidade do coração.

Entre os indivíduos que perderam o sono logo cedo e não conseguiram voltar a dormir, cerca de 7% tinham maiores chances de adoecer contra 13% daqueles com dificuldades para manter o foco durante o dia. É importante ressaltar, entretanto, que o experimento não comprova uma relação direta de causa e efeito entre os sintomas e as doenças, apenas uma associação.

A insônia

Conhecida como um dos distúrbios do sono, a insônia, geralmente, é relacionada a uma série de fatores, tais como: estresse, depressão, ansiedade, dores no corpo, uso de alimentos e substâncias que inibem o sono e o próprio ambiente. O problema pode ser dividido em primário, quando a causa não é bem definida, e secundário, diretamente relacionado a algum sinal.

Só hoje, no Brasil, mais de 70 milhões de pessoas sofrem ou já sofreram com insônia. Segundo o Hospital Sírio-Libanês, entre 30% e 40% da população deverá enfrentar um dia o problema. Isso mostra que as pessoas estão cada vez mais suscetíveis à má qualidade do sono e ao distúrbio, tornando-se muito comum.

Como evitar ou tratar a insônia

Como medida preventiva para ter uma noite de sono mais tranquila e com boa qualidade, é recomendado manter a regularidade no horário de deitar, deitando-se somente quando houver sonolência. Outra forma de garantir uma noite melhor é a prática regular de atividades físicas, desde que não muito próxima da hora de deitar-se.

Dentre as contraindicações, sugere-se não utilizar a cama para leituras, alimentação ou mesmo ver televisão e usar notebooks. Para quem costuma ficar deitado à toa, rolando de um lado para o outro sem dormir, é importante frisar que esse hábito pode gerar maior estresse e causar insônia.

Quanto à alimentação, comer próximo ao horário de dormir ou o uso excessivo de cafeína (como cafés e chocolates), álcool, comidas picantes, gordurosas e alguns medicamentos também podem cortar o sono. Nesses casos, equilibrar o consumo de algumas substâncias e ajustá-las aos melhores períodos do dia (pela manhã ou horário do almoço) é fundamental.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/26/fast-track-da-anvisa-acelera-registro-de-medicamentos-de-especialidades/

Por se tratar de um quadro que pode ou não ser passageiro, a insônia constante sugere a busca por diagnósticos e tratamentos. Um deles pode ser por meio de medicamentos, como pequenas doses de indutores do sono e antidepressivos em pequenas doses). Para isso, no entanto, é extremamente necessário ter uma indicação médica e procurar uma farmácia confiável e renomada na venda de medicações de qualidade.

Fonte: A Gazeta do Amapá

Cresce rejeição à vacina de Oxford/AstraZeneca

0

A ocorrência de efeitos colaterais – ainda que extremamente raros – e o intervalo maior entre as doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, de três meses, têm aumentado a recusa dessa vacina pelos brasileiros.

Diante disso, o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) de São Paulo e a Coordenadoria de Controle de Doenças, ambos ligados à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, emitiram uma nota técnica na noite de quinta-feira (22) endossando os benefícios da vacina na proteção contra a Covid-19.

Segundo a nota, os benefícios da vacina da Oxford superam os riscos de quadro de trombose (coágulos) com plaquetopenia (ou trombocitopenia, baixa quantidade de plaquetas no sangue) descritos como possíveis efeitos colaterais desse imunizante.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Na tarde de sexta-feira (23), o Ministério da Saúde também emitiu uma nota técnica orientando como deve ser a conduta caso esses eventos sejam notificados.

Os casos reportados na Europa e no Reino Unido em março levaram a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) a alterar a bula do imunizante para incluir esses eventos adversos raros no início do mês. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fez o mesmo no Brasil no início deste mês.

Mesmo assim, a agência, bem como o comitê de assessoramento de vacinas da OMS (Organização Mundial da Saúde), reforçam que o benefício da vacina supera o risco. A alteração da bula da Oxford também foi solicitada pela Anvisa, mesmo com a baixa incidência desses eventos no país.

De acordo com as regras do PNI (Programa Nacional de Imunização), não é possível escolher qual vacina tomar. Além da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida em parceria com a Fiocruz no país, o outro imunizante contra a Covid-19 disponível no Brasil é a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida no Instituto Butantan. Ambas são entregues ao Ministério da Saúde, que faz o repasse aos estados e municípios.

Ambos os documentos reiteram o uso da vacina neste momento. Os textos também frisam que, caso seja identificada a ocorrência de síndrome de trombose com trombocitopenia até 28 dias após a primeira dose, não é recomendado que o paciente receba a segunda dose da Oxford/AstraZeneca.

Em comparação com outras vacinas, como a própria CoronaVac, a vacina da Oxford apresentou uma alta incidência de efeitos colaterais nos ensaios clínicos (mais de 70% no grupo vacinado), embora nenhum efeito adverso grave tenha sido notado. Efeitos como dor de cabeça, dores no corpo, fadiga, náusea e calafrios podem ocorrer, são esperados e indicam que a vacina está surtindo o efeito esperado, isto é, induzindo uma resposta imune.

Já os eventos de trombose com plaquetopenia são extremamente raros e é necessária ainda uma investigação maior para saber quais são os riscos por trás dos mecanismos. Como eles são graves, qualquer pessoa que apresentar este quadro deve buscar atendimento médico imediato.

Segundo a coordenadora do plano estadual de imunização contra Covid-19 de São Paulo, Regiane de Paula, antes a CoronaVac era a vacina utilizada em nove em cada dez imunizações no país. Agora, o imunizante de Oxford começou a ser mais aplicado em São Paulo.

‘As pessoas comparam os efeitos colaterais das duas porque antes havia maior disponibilidade da CoronaVac, mas as duas são igualmente seguras, igualmente benéficas e se vacinar é muito melhor do que não se vacinar.’

Ela também afirma que o Brasil tem tradição na vacinação pública e no monitoramento de efeitos colaterais e lembra que vacinas usadas para outras doenças que não a Covid também têm efeitos colaterais que podem ser desconfortáveis. ‘Para a vacinação contra a febre amarela em 2017 também foi feita uma vigilância ativa dos efeitos colaterais. Nenhuma vacina ou medicamento é isenta de efeitos adversos’, afirma.

O nome pouco conhecido da farmacêutica também é citado como motivo de receio na população, diante do centenário e conhecido Butantan.

O advogado Humberto Cordeiro de Carvalho, 67, agendou a aplicação da vacina para a última sexta (16) e foi a um posto da

Prefeitura de São Paulo para a aplicação da vacina, mas decidiu ir embora ao ser informado que a única opção disponível era o imunizante de Oxford/AstraZeneca.

‘Eu ia tomar a primeira dose hoje [16], mas desisti porque é da Oxford‘, diz. ‘Eu já não estou confiante nas vacinas, quanto mais nesta daí’, completou, citando como um dos motivos de sua decisão as notícias que leu sobre a possibilidade de eventos adversos raros do imunizante. Segundo ele, a suspensão da utilização da vacina na Dinamarca foi determinante para tentar se vacinar com a CoronaVac em um outro dia.

Após os casos de acidentes vasculares no continente europeu, muitos países decidiram restringir o uso para uma idade mínima de 55 (França) ou 60 anos (Alemanha) ou, se possível, oferecer outra vacina àqueles com menos de 30 anos. A

Dinamarca foi o único país a decidir pela suspensão do imunizante.

‘Estou com a saúde perfeita. Tenho medo de tomar uma vacina e ter um problema depois. Não gostaria de ter uma sequela’, disse. No entanto, durante os ensaios clínicos da vacina, e mesmo três meses após o início da vacinação no Reino Unido, não foi reportada nenhuma sequela pós-vacina da Oxford, mesmo nos casos em investigação de trombose com trombocitopenia.

No posto de saúde, Carvalho foi informado de que em uma ou duas semanas haveria a opção de se vacinar com a Coronavac.

No mesmo local, uma mulher estacionou seu carro e perguntou aos pedestres qual era a marca de vacina aplicada ali. Ao ser informada de que a opção era a da Oxford, ela disse que preferia voltar depois.

No mesmo dia, a aposentada Rosana Colla, 67, decidiu não tomar a vacina em uma UBS na Santa Cecília ao ser informada que a única opção era a da Oxford. Para ela, o que determinou sua decisão foi o fato de não conhecer o nome do instituto que produz a vacina da Oxford no país (Bio-Manguinhos/Fiocruz).

Uma funcionária também disse, sob condição de anonimato, que havia incidência de recusas devido à marca.

No Brasil, foram reportados 22 casos de eventos tromboembólicos pós-vacina da Oxford, dos quais 14 foram classificados como graves e seguem em investigação que busca uma associação de causa e efeito com o imunizante. É importante ressaltar que a ocorrência desses eventos ainda é muito menor em relação à ocorrência de trombose pós-Covid (165 mil casos a cada 1 milhão de pessoas).

A secretaria estadual de Saúde de SP e o Ministério da Saúde reforçam ainda que casos de trombose sem plaquetopenia ou plaquetopenia isolada (sem trombose) não têm qualquer contraindicação para as vacinas da Covid-19.

Veja ainda: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/26/fast-track-da-anvisa-acelera-registro-de-medicamentos-de-especialidades/ 

Para Regiane de Paula, a disponibilidade de mais vacinas de diferentes farmacêuticas será melhor para todos, especialmente para acelerar a vacinação. ‘As questões estão muito claras: os eventos são raros, as equipes de monitoramento estão atentas e o medo foi causado porque essa vacina não estava disponível antes. É preciso se vacinar com a vacina que estiver disponível no posto’, afirma.

Fonte: Todo Dia

Ao menos 25% dos municípios brasileiros interromperam a vacinação por falta de doses, diz estudo

0

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que está faltando vacinas contra a Covid-19 em cerca de um quarto das cidades brasileiras. Em entrevista, Eduardo Stranz, que é consultor da CNM, falou sobre a situação atual. “Esta semana divulgamos mais uma etapa da pesquisa que realizamos semanalmente junto a prefeitas, prefeitos e secretários de saúde o Brasil inteiro e os resultados indicaram que cerca de 25% dos municípios que nós pesquisamos estão suspendendo a aplicação da vacina por falta do imunizante”, apontou.

Veja também: Após DF, quatro estados registram resistência à vacina da AstraZeneca

O consultor afirmou ainda que o Ministério da Saúde está confundido os gestores municipais, principalmente com a mudança de orientação em relação a reservar ou não a segunda dose para quem já recebeu a primeira. “49% afirmaram que ainda estão guardando a dose e 49% disseram que estavam aplicando todo o estoque que chega”, alertou.

Siga nosso Instagram

Sobre a falta de vacina ser algo de alguma região específica, Eduardo alertou que se trata de um problema no país todo. “É uma realidade geral. Nós entrevistamos prefeitos de todos os estados e regiões e se constatou em todos. Não é uma coisa sazonal ou regional. É uma coisa que está nas grandes, pequenas e médias cidades”, diz o consultor.

Se não bastasse, a tendência é que ocorra uma piora no quadro. Isso porque, no sábado, o Ministério da Saúde atualizou o cronograma de recebimento de vacinas e anunciou que 159,45 milhões de doses devem chegar ao Brasil no primeiro semestre de 2021.

No apontamento anterior, divulgado no dia 19 de março, o Ministério previa receber 205,89 milhões de doses no primeiro semestre. Ao todo, o número representa 46,44 milhões de vacinas a menos do que o previsto, uma redução de 22,5%.

Segundo o Secretário-Executivo Adjunto do Ministério da Saúde, Rodrigo Otávio Moreira da Cruz, houve essa redução porque a pasta não conta mais com a entrega de doses da Covaxin, que ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, segundo ele, o consórcio Covax Facility também não entregou a quantidade de doses previstas.

Fonte: O Dia RJ Online

Após DF, quatro estados registram resistência à vacina da AstraZeneca

0

Autoridades sanitárias têm registrado resistência da população à vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

Veja também: Bahia e mais 22 estados aplicaram doses vencidas da vacina da Astrazeneca, diz site

Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Amazonas e Espírito Santo perceberam o desinteresse da população em ser imunizada pela AstraZeneca, que no Brasil é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Siga nosso Instagram

Na última semana, o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, afirmou que o governo do Distrito Federal percebeu certa resistência da população à vacina da AstraZeneca. A declaração foi ancorada na baixa procura do público a partir de 64 anos, que já pode receber a dose.

A vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Estudos científicos garantem a segurança e a eficácia da proteção. As doses da AstraZeneca representam 18% da imunização do país, com mais de 6 milhões de unidades aplicadas.

Em Canoas, cidade gaúcha distante 20 km de Porto Alegre, e com maior número de vacinas da AstraZeneca, o município percebeu aumento de pessoas se negando a receber o imunizante.

A justificativa mais comum, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é o receio de eventos adversos. Também há dúvidas sobre o maior intervalo entre as doses, que é de três meses, em comparação com o da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, que é de 28 dias.

‘Nas duas remessas mais recentes, o município recebeu para primeiras doses apenas a Astrazeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz. Mesmo oferecendo alto nível de proteção contra a Covid-19, a desconfiança de parte da população se deve às notícias envolvendo o imunizante, que chegou a ter sua aplicação suspensa temporariamente em alguns países’, explica a pasta em comunicado.

Em raríssimos casos, houve registros de problemas vasculares após a aplicação desse imunizante. Os efeitos colaterais, porém, são considerados raros, e não existe qualquer orientação sobre a interrupção do uso da vacina no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem reforçado a segurança do imunizante.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul informou que as doses são disponibilizadas de acordo com as remessas enviadas pelo Ministério da Saúde e, por isso, não há como a população escolher qual vacina receberá.

2ª dose

No Amazonas, a Fundação de Vigilância em Saúde percebeu esse tipo de comportamento em pessoas que já foram imunizadas e precisam receber a segunda dose da vacina.

‘Quem tomou a primeira dose de AstraZeneca deve buscar a segunda dose do imunizante nos postos de vacinação. Caso haja desistência, as prefeituras municipais que executam as campanhas de vacinação devem fazer a busca ativa dos faltosos’, explica a fundação, em nota.

Equipes de saúde vão até a residência do público apto a receber a segunda dose a fim de explicar a importância de se tomar o reforço do imunizante para fechar o esquema vacinal. Frisam que, só assim, haverá eficácia da vacina contra a Covid-19. ‘De forma geral, a resistência em tomar a segunda dose do imunizante é resolvida nessa fase de sensibilização da população’, ressalta o texto.

O mesmo ocorre no Espírito Santo. As autoridades do estado têm orientado no sentido de as prefeituras registrarem os casos. ‘Temos percebido predileção esporádica pela vacina Coronavac, principalmente por parte dos idosos’, confirma o governo capixaba, em nota.

Informações

Na capital fluminense, os postos de imunização apostam na informação para quebrar a resistência. As equipes de saúde explicam o funcionamento e a segurança aos usuários. ‘As pessoas podem tomar com tranquilidade a que estiver disponível no momento em que for se vacinar’, alerta a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

‘As duas vacinas disponíveis no Brasil, a CoronaVac e a Oxford/AstraZeneca, protegem contra os efeitos do coronavírus no organismo e ambas são seguras para a população’, frisa a pasta.

Versão oficial

Em março, a Anvisa emitiu nota técnica informando que o lote da vacina AstraZeneca suspenso na Europa não é o utilizado no Brasil. Além disso, a agência reguladora manteve a recomendação de continuidade da vacinação com o referido imunizante.

Eventuais efeitos colaterais adversos podem ocorrer com qualquer medicamento e são investigados pelas autoridades sanitárias. Até o momento, não há comprovação de casos graves que levem a contraindicação de qualquer uma das vacinas.

O Metrópoles questionou o Ministério da Saúde sobre a possível resistência ao imunobiológico, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

Apesar dos casos, as secretarias de Saúde do Tocantins, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Santa Catarina, Pernambuco e da Bahia informaram à reportagem que não enfrentam o problema.

Fonte: Metrópoles

Facebook é usado para venda ilegal de remédios contra malária

0

A rede social Facebook tem sido usada para vendas ilegais de medicamentos e testes para malária. Em grupos de garimpeiros, perfis de pessoas físicas anunciam a venda de cloroquina e primaquina para o tratamento da doença.

Veja também: Levantamento mostra impacto nas vendas de farmácias após pandemia em Manaus

O kit com os remédios chega a ser vendido por R$ 120. A procedência, no entanto, é uma incógnita. O Metrópoles apurou com dois desses vendedores que os remédios têm origem na Guiana, e chegam nos garimpos de Boa Vista (RR) ‘por meio de um intermediário’. O país faz divisa com Roraima.

Siga nosso Instagram

Operações da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagradas ao longo dos últimos anos já apreenderam diversos medicamentos falsificados na fronteira brasileira com a Guiana.

Porém a simples comercialização desses remédios, mesmo se fossem originais, já é considerada uma ilegalidade.

A Lei número 5.991, de 17 de dezembro de 1973, estabelece que o ‘comércio de drogas, medicamentos e de insumos farmacêuticos é privativo de estabelecimentos definidos’, como drogarias e farmácias, por exemplo.

O advogado constitucionalista Camilo Onoda Caldas, sócio da Gomes, Almeida e Caldas Advocacia, explica que, dessa maneira, uma pessoa física não pode vender esses medicamentos para outras pessoas. ‘Os remédios precisam ser adquiridos diretamente desses estabelecimentos autorizados’, ressalta.

‘A legislação proíbe justamente para preservar a saúde das pessoas, pois é preciso cumprir uma série de regras sobre armazenamento e aquisição, que garantem que o produto não tenha origem duvidosa’, completa o especialista.

O artigo 273 do Código Penal estabelece pena de 10 a 15 anos para quem vender medicamentos sem a licença da autoridade sanitária competente.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) notificou o Facebook, em 2019, proibindo a propaganda e comercialização de medicamentos na plataforma.

Anvisa entende que os medicamentos só podem ser vendidos na internet por farmácias e drogarias fisicamente estabelecidas, ou seja, é preciso que o estabelecimento tenha uma loja física para poder vender online.

‘É vedada a oferta de medicamentos na internet em sítio eletrônico que não pertença a farmácias ou drogarias autorizadas e licenciadas pelos órgãos de vigilância sanitária competentes’, diz o parágrafo 2º, do artigo 52, da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 44, de 17 de agosto de 2009.

‘Manda um Pix’

‘Vendo remédio para malária’, anunciou Josias Moura, no último dia 16 de abril, no Facebook, ao postar uma série de fotos dos medicamentos e completar a mensagem com o telefone pessoal dele.

O mesmo rapaz também vende o kit em um grupo de WhatsApp ao qual o Metrópoles teve acesso. Ele pede, no entanto, que as negociações sejam feitas no privado. Veja as imagens compartilhadas pelo anunciante:

O médico infectologista André Bon, do Sirio-Libanês em Brasília, explica que geralmente a malária é tratada com cloroquina e primaquina, mas ressalta que há a possibilidade de ser necessário alterar os medicamentos devido ao tipo da doença e à gravidade do quadro.

‘Para toda medicação existe risco. Nenhuma medicação está isenta de efeitos adversos. Geralmente, a gente prescreve a medicação quando existe alguma indicação. Os riscos da cloroquina, por exemplo, já muito bem conhecidos na pandemia, podem resultar em arritmia cardíaca’, afirma.

‘Já o risco de uma possível medicação falsa é basicamente não funcionar’, complementa.

Procurado, Josias pediu para a reportagem mandar um Pix para a conta dele. ‘Aí vou pensar em falar com você’, completou, após ser questionado se toparia conversar e contar sobre a origem dos medicamentos e o processo de comercialização.

Após ser informado que o código de ética do jornalismo não permite pagar por informações e que a reportagem seria publicada, o vendedor disse: ‘Você é responsável pelos seus atos’.

‘Coisa honesta’

O Metrópoles também simulou (mas não concluiu a negociação) a compra dos medicamentos junto a alguns contatos expostos na rede social.

Um dos vendedores é Edson Mota. Durante a abordagem, o Metrópoles afirmou que estaria em Boa Vista na semana seguinte e que precisaria de dois kits dos medicamentos.

Edson disse que não tinha os remédios para vender, mas sabia quem tem. O serviço dele seria, segundo alegou, apenas ‘conseguir’ as pessoas para comprar os medicamentos. O homem também informou que os remédios tinham sido obtidos na rede pública de saúde.

‘Quando você chegar em Boa Vista, a gente combina um lugar para se encontrar e aí eu vou conseguir para ti nesse intervalo. Tá bom?!’, disse.

O valor oferecido foi de R$ 120. Questionado se poderia adiantar a entrega dos remédios a uma suposta amiga do comprador, Edson confirmou, mas alertou sobre a ilegalidade da venda.

‘Tem que ser uma coisa honesta, uma coisa segura. Sabe que esse remédio aí tem que ter receita, entendeu? Aí você sabe que é remédio da rede pública? entendeu?’, afirmou.

Na tarde desta sexta-feira (23/4), o vendedor foi procurado para se manifestar sobre o assunto.

Edson disse ser churrasqueiro e negou vender os medicamentos. ‘Um amigo meu é que tinha algumas peças de remédios para malária e pediu para eu anunciar. Mas eu não vendo, nem tenho. Só tinha aqueles, que já consegui vender’, alegou.

Questionado sobre a conversa tida antes com o Metrópoles, o homem disse que a venda de remédios se trata de uma situação comum em Boa Vista, durante a ‘festa de ouro’ – referente a período abundante do garimpo.

Ele seguiu na tese de que apenas intermedeia a venda dos medicamentos, mas disse receber uma ‘porcentagenzinha’ sobre a comercialização.

‘Muitas das vezes elas dão o agrado para a gente, me dão uma ‘porcentagenzinha’ pequena. Se eu conseguir uma pessoa que vá para o garimpo, que queira cinco kits, eles me dão R$ 50, me dão R$ 100? depende da grana que eu conseguir para eles’, assinalou.

Ele se recusou, contudo, a fornecer o telefone da pessoa com quem iria arranjar os medicamentos.

Fiscalização

Anvisa explicou que a fiscalização de produtos sujeitos à vigilância sanitária é uma das ações pós-mercado da agência.

Nesse contexto, a Gerência-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária (GGFIS) realiza ações de investigação das irregularidades sanitárias relacionadas a produtos e empresas no que tange a medicamentos, insumos farmacêuticos, produtos para saúde, cosméticos, saneantes e alimentos.

‘A partir do recebimento de queixas técnicas inicia-se um processo de análise e investigação, considerando o risco sanitário envolvido. Quando uma infração sanitária é confirmada e há identificação de autoria e materialidade, instaura-se processo administrativo sanitário (PAS), conforme preconizado pela Lei nº 6437/1977, tendo com premissas a consistência jurídica do processo e o respeito à ampla defesa e contraditório’, informou.

A pasta destacou, ainda, a importância da manutenção do sigilo durante o processo de investigação, de modo a não prejudicar o andamento.

‘São consideradas queixas técnicas notificações de suspeita de irregularidade sanitária, seja por um afastamento dos parâmetros de qualidade de um produto, exigidos no processo de registro da Anvisa, ou por outras práticas ilegais, tais como empresas clandestinas, produtos sem registro, falsificados, venda de medicamentos a empresas sem autorização de funcionamento, entre outras’, ressaltou.

Por fim, a Anvisa acrescentou que o canal adequado para encaminhamento de denúncias é a Ouvidoria (acesse aqui).

Outro lado

Em nota, o Facebook se limitou a dizer que ‘não permite venda de remédios controlados em grupos, e conta com inteligência artificial e denúncias da comunidade para identificar esses conteúdos’.

Fonte: Metrópoles

Estudo associa uso de hidroxicloroquina a alta de mortes em pacientes com Covid

0

O uso de hidroxicloroquina está associado a uma mortalidade maior em pacientes com Covid-19, e o da cloroquina não apresenta nenhum benefício contra a doença.

Essas são as conclusões de uma meta-análise, assinada por quase cem cientistas, publicada neste mês na revista especializada Nature. O documento analisou de forma colaborativa 28 estudos, publicados ou não, nos quais participaram 10.319 pacientes com Covid-19.

O uso de hidroxicloroquina foi avaliado em 26 estudos (com 10.012 pacientes) e o de cloroquina em quatro estudos (307 pacientes). A maioria dos trabalhos (79%) foi conduzida no ambiente intra-hospitalar.

A hidroxicloroquina é uma versão modificada da cloroquina, que causa menos efeitos colaterais, por isso é mais usada para tratamento de malária, lúpus e artrite reumatoide, além de ser a versão mais comercializada em farmácias. É por esse motivo que há mais estudos sobre a hidroxicloroquina do que a cloroquina.

Na meta-análise, 14% dos pacientes de Covid-19 tratados com a hidroxicloroquina morreram (606 de 4.316), enquanto faleceram 16,9% (960 de 5.696) dos pacientes do grupo controle. Entre os que tomaram cloroquina, 11% foram a óbito (18 de 160), enquanto entre os pacientes do grupo controle a mortalidade ficou em 8%.

‘Os resultados mostram que não houve benefício em redução de mortalidade em pacientes com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 com o uso de cloroquina e que o uso de hidroxicloroquina esteve associado a maior mortalidade entre os que receberam a medicação’, descreve o documento.

O grupo formado por 94 pesquisadores afirma que a meta-análise ‘oferece informações úteis para uma situação de saúde desafiadora’, dentro de um contexto no qual ‘centenas de milhares de pacientes receberam hidroxicloroquina e cloroquina fora dos ensaios clínicos, sem evidências de seus efeitos benéficos’.

‘O interesse público é sem precedentes, com evidências iniciais fracas que apoiam os méritos da hidroxicloroquina sendo amplamente discutidos em algumas mídias e redes sociais, apesar dos resultados desfavoráveis por um grande estudo clínico randomizado controlado’, descreve o documento.

Segundo o pool de pesquisadores, a análise abrangente só foi possível porque houve uma colaboração de pesquisadores que concordaram em compartilhar seus dados, o que permitiu que o estudo não apenas resumisse as evidências já existentes, mas também ilustrasse o acúmulo das que não estariam disponíveis de outra forma.

A meta-análise não abordou o uso profilático nem outros resultados além da mortalidade. ‘Todos os estudos, exceto três, excluíram crianças e a maioria excluiu mulheres grávidas ou lactantes. Para pacientes ambulatoriais idosos ou com comorbidades, as evidências são esparsas.

A maioria dos 28 estudos excluiu também pessoas com comorbidades com maior risco de eventos adversos pelo uso de hidroxicloroquina ou cloroquina, detalhou o documento.

Ineficácia comprovada

O documento afirma a ineficácia da hidroxicloroquina e cloroquina com base em estudos anteriores. Um deles, o Recovery, da Universidade de Oxford, concluiu que havia maior chance de morte na administração da hidroxicloroquina do que entre pacientes que não haviam tomado a droga.

O estudo mostrou que após 28 dias da administração do medicamento entre pacientes com Covid-19, 25,7% haviam morrido, em comparação com 23,5% dos que tinham recebido os cuidados habituais isoladamente. Diante dos resultados, o remédio parou de ser administrado imediatamente, e a pesquisa foi cancelada.

‘O Recovery indicou nenhum benefício na mortalidade para pacientes com Covid-19 tratados [com hidroxicloroquina], junto com hospitalização mais longa e maior risco de progressão para ventilação mecânica invasiva e / ou morte’, descreve o documento.

A meta-análise cita também o estudo Solidarity, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que também já havia indicado ausência de benefícios na mortalidade por Covid-19 com o uso da hidroxicloroquina. Ao contrário, o estudo alertou que seu uso pode causar efeitos adversos. Desde então, a OMS faz ‘forte recomendação’ contra seu uso no combate ao coronavírus.

Efeitos adversos

De acordo com Bruno Caramelli, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a meta-análise confirma a falta de eficácia da hidroxicloroquina e da cloroquina no combate à Covid, adicionando sua relação com a mortalidade dos infectados com Covid-19.

‘Já sabíamos que a hidroxicloroquina e a cloroquina não funcionam para tratar Covid-19, mas agora, com essa meta-análise, sabemos que o remédio pode matar. Quem recebe hidroxicloroquina para tratar Covid-19 tem uma chance de morte 11% maior do que quem não tomou’, afirma Caramelli.

Estudos anteriores já demonstraram que o uso indiscriminado da hidroxicloroquina pode causar arritmias cardíacas, mas o mais importante é que ele não funciona para Covid-19. ‘Sendo assim, não deveria sequer ser receitado’, afirma o médico.

Estudos randomizados já comprovaram que a droga é ineficaz tanto na prevenção quanto nos tratamentos de casos moderados e graves de Covid-19, sendo contraindicado em todos eles, explica o infectologista Alexandre Naime, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia. ‘Os trabalhos mostram que a hidroxicloroquina no paciente crítico pode aumentar o risco de distúrbios cardíacos, sobretudo em dosagens altas’, afirma.

O uso indiscriminado da droga, com dosagens diferentes aplicadas em hospitais e no uso pelo kit Covid é ainda mais perigoso porque deixa uma zona cinzenta sobre os efeitos colaterais do medicamento, explica o infectologista Álvaro da Costa.

Uso no Brasil

O Ministério da Saúde já fez recomendação públicado uso da hidroxicloroquina para estados e municípios. Em junho do ano passado, o Ministério enviou para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) um documento que trazia como “medidas essenciais a tomar e divulgar” a consideração da prescrição do remédio.

A recomendação da pasta virou alvo de investigação da recentemente instalada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Planos de saúde são acusados de oferecer o medicamento mesmo sem comprovação científica e também viraram alvo da CPI.

Diante desse quadro, a distribuição da medicação no Brasil teve um salto no ano passado. O Painel de Notificações de Farmacovigilância da Anvisaregistrou, em 2020, um aumento de 128% nas notificações de efeitos adversos por ingestão de medicamentos.

A lista é encabeçada por alguns nomes que ficaram bastante populares por aqui durante a pandemia: cloroquina (aumento de 558%), azitromicina (228%) e até a ivermectina, que em 2019 não registrava nenhum caso de efeito adverso, e no ano passado registrou 11.

O presidente Jair Bolsonaro já defendeu em várias ocasiões o uso da droga. Em uma delas, chegou a dizer para não perturbarem quem quisesse tomar. E, em outra, incentivou a liberdade dos médicos em receitar o que achassem correto.

Erro médico

Pressionado para falar em nome da classe médica, o Conselho Federal de Medicina (CFM) se pronunciou sobre a ineficácia da medicação recentemente, meses depois de atribuir a responsabilidade individual aos médicos por receitá-la. Segundo o vice-presidente do CFM, Donizette Giamberardino Filho, a entidade não endossa nenhum medicamento para tratamento da Covid-19.

No ano passado, o conselho aprovou parecer que facultou aos médicos a prescrição da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com sintomas leves, moderados e críticos de Covid-19. Questionado sobre o fato de médicos ainda prescreveram a hidroxicloroquina no Brasil, Donizette afirmou que os médicos poderiam ‘responder por isso’.

Para Caramelli, as evidências científicas da ineficácia da hidroxicloroquina deveriam ser suficientes para a prescrição ser banida do país e não encarada como uma forma de autonomia do médico. Para o professor da USP, receitar uma medicação que sabidamente não resolve o problema é um exemplo de erro médico.

‘Se existe evidência de que a medicação prescrita não funciona e mesmo assim o médico prescrever, isso tem que ser incorrido como erro médico, com efeitos de cassação de CRM’, afirma.

A controvérsia em torno do uso da droga no Brasil ganhou outro contorno após denúncia de experiências com nebulização de hidroxicloroquina em pacientes no Estado do Amazonas. Para Álvaro da Costa, a estratégia não tem embasamento científico e deve ser considerada um “ato criminoso”.

“Sabemos que medicação inalatória pode desencadear bronco espasmo. Por isso tem que ser muito estudado, avaliado em ensaios clínicos, para que a gente possa utilizar em larga escala”, afirma o infectologista.

Tratamentos eficazes

Há medicações consideradas eficazes para tratar os casos moderados ou graves da doença, que são os que exigem hospitalização, explica Naime. Mas todos eles devem ser usados no ambiente hospitalar, sendo contraindicada a automedicação, segundo o infectologista.

Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial, em caráter experimental, de um coquetel contra a Covid-19composto por casirivimabe e imdevimabe – o -REGN-COV2 em seu nome comercial, indicado para casos leves de Covid-19, afirma Naime.

Para os casos moderados e graves, ele cita o uso do antiviral Remdesivire nos casos mais graves a Dexametasona, que só devem ser usados nos hospitais. ‘Com exceção destas drogas, todas as outras falharam em demonstrar eficácia ou já demonstraram ineficácia contra a Covid-19’, disse.

Fonte: CNN Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/22/estudo-associa-hidroxicloroquina-e-cloroquina-a-aumento-da-mortalidade-de-pacientes-com-covid-19/

Selic e inflação em alta devem encarecer linhas de crédito atreladas à poupança e ao IPCA

0

O aumento da taxa básica de juros (Selic) e da inflação tendem a encarecer as linhas de financiamento imobiliário atreladas à poupança e ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e a deixar as modalidades tradicionais (prefixadas) mais vantajosas.

Essas linhas -cujos juros contam com uma taxa fixa mais uma porcentagem baseada na variação desses índices- são novas, e cada vez mais têm sido usadas por alguns dos grandes bancos para impulsionar o crédito imobiliário em um cenário de juros historicamente baixos e demanda reprimida no setor.

Não são todos os bancos que oferecem as linhas pós-fixadas. Entre os grandes bancos, o financiamento imobiliário atrelado ao IPCA atualmente é oferecido somente pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, enquanto o crédito atrelado à poupança é oferecido apenas pelo Itaú e pela Caixa Econômica.

Tais modalidades apareceram como diversificação nas ofertas de financiamento imobiliário das instituições financeiras e, pelo menos enquanto os juros básicos e a inflação estavam controlados em patamares baixos, eram atrativas para os consumidores.

Agora que essas taxas começam a subir, no entanto, a tendência é de uma correção para cima no custo para os tomadores -tanto para créditos novos, como para aqueles que pegaram um financiamento do tipo ao longo dos últimos anos.

‘Os bancos já estavam ofertando bastante essas linhas indexadas e é preciso cuidado. Vimos o crédito imobiliário batendo recorde e muita gente pode ter escolhido essas linhas porque realmente estavam mais baratas. Mas agora o cenário já começa a mudar’, afirmou Maurício Godoi, professor da Saint Paul Escola de Negócios.

Segundo o último relatório Focus do Banco Central, a projeção é que a inflação termine este ano em 4,92% -há quatro semanas, a previsão era de 4,71%.

Já em relação à Selic, a projeção é que a taxa básica de juros encerre 2021 em 5,25% ao ano (contra 5,00% há quatro semanas) -a Selic começou este ano em 2%.

Para 2022, a expectativa é que a inflação e a Selic encerrem em 3,60% e 6% ao ano, nesta ordem. Para 2023, as projeções passam para 3,25% e 6,50% ao ano, respectivamente.

Além de o aumento da Selic influenciar nos juros prefixados cobrados nas linhas mais tradicionais -que cobram uma taxa fixa mais a TR (taxa referencial, atualmente zerada) e representam a maioria das concessões do mercado-, a taxa também influencia na poupança.

Pela regra atual, a poupança tem rendimento equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR. Na prática, isso significa que o aumento da taxa básica influencia diretamente nos juros do financiamento imobiliário atrelado à caderneta.

No início do ano, por exemplo, um consumidor pagava juros de 5,4% nessa linha de crédito -considerando taxa fixa de 4% ao ano e a Selic em 2%.

Ao final de 2021, caso as projeções do Focus se concretizem e a Selic atinja ao menos 5% ao ano, esse mesmo consumidor pagará juros de 7,5% -um aumento de 38,8% em relação ao que pagaria no início do ano.

A variação ao longo do tempo também acontece nas linhas atreladas à inflação -que podem acabar sendo desvantajosas para mutuários diante da alta volatilidade do indicador no atual cenário macroeconômico.

As taxas das linhas mais tradicionais costumam ser prefixadas a partir de 7%, aproximadamente.

No final de março, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) divulgou que o crédito imobiliário bateu um novo recorde em fevereiro, atingindo R$ 12,45 milhões -recorde nominal para o mês na série histórica iniciada em 1994 e quase o dobro em relação a igual mês de 2020 (R$ 6,38 milhões).

Para a presidente da associação, Cristiane Portella, a maior demanda por crédito imobiliário ao longo de 2020 também foi um reflexo dos efeitos trazidos pelo home office imposto pela pandemia do coronavírus.

‘Estamos vivendo um momento de maior valorização da residência, com as pessoas buscando viver melhor. E aqueles que não perderam seus empregos ou que cuja empresa não quebrou, continuam com seus planejamentos. Para este ano, nossa previsão é de um crescimento de 27%’, disse.

A projeção, segundo Portella, já considera uma expectativa de aumento dos juros. No ano passado, o crescimento do setor foi de 58%.

Segundo Godoi, uma boa alternativa para os consumidores que tomaram linhas atreladas ao IPCA e à poupança -e agora começam a ver as taxas decolando-, pode ser a portabilidade de crédito para instituições que ofereçam melhores condições.

‘Não tem muito o que fazer. A melhor saída é tentar negociar com o banco ou fazer a portabilidade, sempre prestando atenção e fazendo uma análise dos possíveis custos que essa portabilidade pode implicar’, disse.

Os especialistas afirmam ainda que o cuidado e a análise dos juros antes da contratação do crédito podem poupar dores de cabeça futuras.

‘A variedade de linhas é importante para o consumidor, mas alguns cuidados precisam ser tomados antes da contratação. É preciso fazer uma busca em várias instituições financeiras, comparar condições de juros e prazos e sempre olhar o CET [custo efetivo total], que soma taxas adicionais que os bancos cobram’, afirmou o presidente da plataforma digital de crédito imobiliário Credihome, Bruno Gama.

Gama recomenda consultar especialistas e até estudar as projeções de taxas de juros para os próximos anos.

‘É importante o tomador estar ciente do seu contrato e das taxas cobradas para saber fazer boas escolhas’, disse.

Financiamento Imobiliário

Com taxas prefixadas

Não tem correção ao longo do tempo e, por isso, traz menos riscos para o tomador -e mais risco para o banco

As prestações quase não oscilam ao longo dos anos. Os juros da modalidade começam em cerca de 8% ao ano

Com taxa fixa + TR (taxa referencial)

Mais tradicional, responde pela maioria das concessões feitas no mercado. Como a variação é baseada na TR, hoje zerada, pode ser vantajosa. Porém, caso a TR se altere, as parcelas do crédito podem subir. Os juros começam em cerca de 6,25% ao ano

Atrelado ao IPCA (inflação oficial do país)

Apesar de possuir taxas fixas baixas, a partir de 2,95% ao ano, e de ser opção viável enquanto a inflação está controlada, é uma linha pós-fixada. Ou seja, há tendência maior de oscilação dos juros pagos nas prestações e, portanto, mais risco ao mutuário

Atrelado à poupança

É menos arriscado em relação às linhas com base no IPCA, mas mais arriscado do que os financiamentos mais tradicionais

Formado por uma taxa fixa + rendimento da poupança, os juros começam em cerca de 3,99% ao ano e estão suscetíveis a variações conforme o avanço da Selic

Fonte:  

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/12/10/com-incertezas-economicas-analistas-preveem-alta-da-selic-no-comeco-de-2021/

Famílias estão indo menos ao mercado e gastando mais quando vão, aponta pesquisa

0

Uma pesquisa elaborada pela Sodexo Benefícios e Incentivos entre março e junho de 2020 e divulgada recentemente mostra que os consumidores do Estado do Rio passaram a ir menos vezes a supermercados, atacadistas e açougues: entre o momento atual e o anterior à pandemia, os cidadãos fluminenses reduziram em 22,77% a frequência de ida às compras. Em contrapartida, as famílias aumentaram em 29,44% o valor médio gasto com o uso do cartão-alimentação nesses estabelecimentos.

O responsável pela área de Estabelecimentos da Sodexo, Antônio Alberto Aguiar, avalia que o cenário desafiador impacta diretamente no bolso dos consumidores. André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), acrescenta que muitos alimentos tiveram grandes reajustes nos últimos 12 meses até março de 2021.

Neste período, o arroz subiu 63,56%, o feijão preto teve aumento de 51,03%, e as carnes ficaram 31% mais caras. Além disso, o óleo de soja apresentou variação de 81,73%, e o preço do leite longa vida registrou alta de 15,75%, segundo dados do IBGE, responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Esses itens essenciais ficaram bem mais caros, e qualquer ida ao mercado pode representar um gasto elevado. Apesar disso, o resultado da pesquisa também tem relação com a mudança de hábito de consumo dos brasileiros na pandemia.

Para evitar a exposição ao coronavírus, as pessoas reduziram as idas aos supermercados e passaram a fazer listas de compras mais extensas, para que a dispensa ficasse cheia por mais tempo.

A professora de Economia e coordenadora dos mestrados do Ibmec/RJ, Ana Beatriz Mello, diz que a redução das idas às compras também pode ser justificada pela disseminação dos e-commerces dos mercados.

Já a alta do tíquete médio pode ter ocorrido porque, ao respeitar o isolamento social e adotar o home office, as idas a restaurantes foram substituídas por refeições em casa.

– Com mais gente em casa, não dá para pedir delivery para todo mundo o tempo todo. Dividir uma pizza é fácil, mas dividir o prato do dia a dia com quatro, cinco pessoas é complicado. Fica caro. Então, foi preciso reforçar a dispensa – completa Braz.

Fonte: Extra online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/30/mercado-eleva-projecao-da-inflacao-para-481/