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CPI quer investigar conselho de medicina e planos de saúde

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Além do foco nas ações do Ministério da Saúde, a CPI da Covid no Senado deverá ampliar o escopo de investigação para outros atores que tiveram papel no combate à pandemia.

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A comissão terá sua primeira reunião nesta terça-feira (27), quando serão escolhidos presidente, vice-presidente e relator.

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O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que pretende apresentar requerimentos para ouvir membros do CFM (Conselho Federal de Medicina) e de planos de saúde.

O objetivo é investigar o papel desses órgãos na propagação do ‘tratamento precoce’.

Na visão do senador, o CFM incentivou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada a partir do momento em que deixou o médico tomar a própria decisão.

O CFM ofereceu informalmente uma das bases científicas para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continuasse a defender a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19.

O conselho emitiu em 2020 parecer no qual deixa para os médicos, em concordância com os pacientes,a decisão de usar o medicamento de maneira ‘off label’, fora do que está prescrito em sua bula. A emissão do parecer chegou a ser citada por Bolsonaro.

Médicos e entidades científicas e médicas passaram a condenar o posicionamento do CFM, por não repreender uma posição que contraria o conhecimento científico.

‘A Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento porque os estudos clínicos randomizados com grupo controle existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais’, informou a entidade.

‘Eu vou apresentar requerimento para convocar o Conselho Federal de Medicina, que teve um papel profunda mente nefasto nesse processo’, afirmou o senador à Folha.

‘ [O CFM] Respaldou essa coisa do kit do tratamento precoce, interveio para dizer que os médicos têm um poder de escolha na aplicação do medicamento, mas é um medicamento que não tem serventia para uma determinada coisa’, disse Costa.

O CFM informou em nota que não há necessidade de convocação, apenas um convite, pois o conselho entende ‘ser importante a participação na CPI, o que será feito quando for chamado’. Em relação às declarações de Humberto Costa, afirma que o senador terá oportunidade de fazer todos os questionamentos na ocasião e que ‘serão prontamente respondidos pelo C FM’.

Já alguns planos de saúde estão na mira do senador por denúncias de que houve empresas que enviaram medicamentos sem eficácia comprovada aos clientes.

Costa lembrou de denúncias que saíram na imprensa a respeito de planos de saúde propagando ‘kits Covid-19’.

Em junho de 2020, houve relatos de que a Unimed em Santa Catarina enviou a profissionais de saúde que estavam na linha de frente do combate ao coronavírus o conjunto de remédios. Havia no kit hidroxicloroquina, ivermectina e zinco quelato. À época, a Unimed em Brusque (SC) afirmou que oferecia a profilaxia a médicos cooperados e outros profissionais e que o tratamento não era compulsório.

‘Eu acho que a postura desses órgãos de regulamentação profissional e algumas sociedades de especialidade foram inteiramente contra o que diz o Código de Ética Médica’, afirmou o senador petista.

Além da investigação do CFM e planos de saúde, a comissão pretende investigar a atuação direta do governo federal para difundir o tratamento com hidroxicloroquina.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), futuro relator da CPI, já tem em mãos ofício no qual o governo federal orienta a Fiocruz a divulgar e indicar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19.

Para membros da comissão, o documento poderá ser usado eventualmente como prova para imputar crimes a integrantes do governo Bolsonaro na gestão da pandemia.

A oposição também trabalha em um plano de investigação que será encaminhado a Renan. O documento, ainda em elaboração, lista entre os investigados o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os três últimos titulares da pasta, respectivamente Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta.

Fora do ministério, a oposição também pretende colocar como investigados o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, e os ex-secretários especiais de Comunicação, Fábio Wajngarten e Flávio Rocha.

Nos últimos dias, Wajngarten se tornou personagem de destaque após entrevista em que critica duramente o Ministério da Saúde e afirma que o Brasil não comprou a vacina contra Covid-19 da Pfizer por incompetência e ineficiência.

Os membros da CPI, no entanto, enxergaram uma tentativa de blindar Bolsonaro -que acabou dando errado, pois mostrou que Wajngarten e o presidente participaram de negociações para adquirir a vacina da Pfizer.

Fonte: ClipTVNEWS

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