Própolis: para que serve e como usar

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O própolis possui propriedades que protegem contra bactérias, vírus e fungos, além de ajudar a fortalecer o sistema imunológico, podendo ser indicado para auxiliar no tratamento de gripes e resfriados. Além disso, essa substância atua como anti-inflamatória e promove a cicatrização de feridas e queimaduras.

O própolis é uma substância produzida pelas abelhas a partir da seiva das árvores, que é combinada com a cera e a saliva das abelhas, resultando em um produto marrom pegajoso que serve como revestimento e proteção da colmeia.

A forma mais comum de apresentação do própolis é o ‘extrato de própolis’, que pode ser ingerido. No entanto, existem outros produtos que utilizem o própolis como ingrediente como cremes, pomadas, cápsulas e até cosméticos. Conheça mais sobre o própolis no vídeo a seguir:

Assim, devido à ação antimicrobiana, anti-inflamatória e antioxidante, o própolis pode trazer diversos benefícios para a saúde, podendo servir para:

1. Fortalecer o sistema imunológico

Uma das propriedades mais conhecidas do própolis é sua ação antioxidante, anti-inflamatória, imunomoduladora e antiviral, fortalecendo o sistema imunológico contra infecções locais em todo o organismo.

Por esse motivo, o própolis tem sido recomendado para ajudar no tratamento de infecções na garganta e amigdalite. Além disso, a resina também é indicada para tratar problemas respiratórios, como gripes, sinusites e resfriados.

2. Acelerar a cicatrização de feridas

Foi comprovado que o própolis atua sobre lesões de pele impedindo o crescimento e a ação das bactérias, leveduras e fungos, acelerando o processo de cicatrização. Aplicar própolis na pele a cada 3 dias pode ajudar a tratar pequenas queimaduras e prevenir infecções. Entretanto, mais estudos são necessários para a definição da dose e efeitos desse composto.

Quando comparado à ação anti-inflamatória da Dexametasona, por exemplo, o própolis apresentou melhores resultados no tratamento de feridas cirúrgicas da boca. O própolis também acelera a cicatrização de feridas nos pés de pessoas com diabetes e promove a recuperação de queimaduras, pois acelera o crescimento de novas células saudáveis.

3. Ajudar a tratar o herpes

Algumas pomadas contêm própolis em sua composição, como Herstat ou Coldsore-FX, que atuam na diminuição dos sintomas e na cura mais rápida das feridas de herpes labial e genital. No entanto, o própolis sozinho também vem apresentando resultados, se aplicado de 3 a 4 vezes ao dia sobre a ferida, apresentando tempo de cura mais eficiente do que com outras substâncias, como o Aciclovir, que é normalmente indicado no tratamento do herpes.

Além disso, a utilização do creme de própolis já tem associação com a proteção do corpo contra futuras lesões por herpes.

4. Curar aftas e gengivites

Por suas propriedades antimicrobianas, tomar própolis todos os dias, por via oral, combate e reduz as aftas bem como previne que elas apareçam. O mesmo acontece nos casos de pessoas com gengivite, que é inflamação da gengiva, onde o própolis pode ser usado em gel ou com enxágue prevenindo e reduzindo os sinais da doença, além de auxiliar a combater o mau hálito.

5. Prevenir contra o câncer

O própolis possui efeito anticancerígenos, pois como é imunomodulador, consegue aumentar a atividade dos anticorpos, reduzindo a chance das células se tornarem cancerosas e impedindo a sua multiplicação. Alguns estudos indicam que o uso do própolis como tratamento complementar do câncer de mama é bastante eficaz.

6. Proteger contra a Helicobacter pylori

O própolis possui ação antimicrobiana, anti-inflamatória e antioxidante, além de ser capaz de modelar as atividades enzimáticas, e, por isso, tem sido considerado como uma alternativa para o tratamento da infecção por Helicobacter pylori (H. pylori), ajudando a aliviar os sintomas de gastrite, úlcera péptica e alguns tipos de câncer.

Como usar o própolis

O própolis pode ser usado aplicado diretamente sobre a pele, na água para fazer inalações com o vapor, para gargarejo, ou pode ser tomado puro ou diluído em água, sucos ou chás.

O própolis puro é a resina desidratada e moída em flocos. Essa forma é mais difícil de ser encontrada, mas é comercializada em lojas de produtos naturais ou diretamente com os produtores e pode ser consumida adicionada a sucos ou iogurte. Já o extrato, é o própolis concentrado e diluído em álcool ou água.

Já existem no mercado cremes, pomadas e loções contendo essa resina, já para ingestão, o própolis é encontrado em forma de comprimidos, extrato líquido, cápsulas e também existe em alimentos funcionais e cosméticos. O própolis pode ser encontrado em farmácias e lojas de produtos naturais ou diretamente com os produtores.

Quantidade recomendada

O própolis é comercializado em diversas concentrações e, por isso, ainda não existem estudos que recomendem uma quantidade específica dessa resina.

A ingestão de própolis recomendada pelos fabricantes geralmente varia entre 15 a 30 gotas por dia. No entanto, é aconselhado sempre consultar um médico ou um profissional de saúde especializado no uso dessa resina antes de fazer uso.

Possíveis efeitos colaterais

O principal efeito colateral que pode ocorrer com o uso do própolis é a reação alérgica que causa sintomas como inchaço, vermelhidão, coceira ou urticária na pele.

Para evitar reações graves de alergia, é recomendado fazer um teste de sensibilidade antes de utilizar o própolis, sendo para isso apenas necessário pingar 2 gotas do extrato no antebraço e aguardar entre 20 a 30 minutos e verificar se surge coceira ou vermelhidão na pele.

Quem não deve usar

O extrato de própolis está contraindicado para pessoas com alergia a abelhas, ao própolis ou a algum dos componentes da fórmula do produto. Durante a gravidez ou lactação, o própolis só deve ser usado somente com orientação médica.

Além disso, as versões do extrato com álcool na composição estão também contra indicadas para crianças com menos de 12 anos de idade e alcoolistas.

Fonte: Chumbo Grosso DF

Indústria de cosméticos enfrenta transformações

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Indústria de cosméticos A indústria de cosméticos, higiene pessoal e perfumaria cresceu cerca de 6,5% em 2022, segundo dados da Abihpec. A pesquisa fez uma comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento tem influência da mudança nas políticas de contenção da Covid-19.

Isso porque, com a atenuação da pandemia, muitas pessoas voltaram às suas rotinas no escritório, deixando de lado o home office. Atividades de lazer e eventos também retornaram, o que resulta em mais procura por produtos de estética e perfumaria.

Porém, a indústria de cosméticos tem enfrentado diversas transformações e desafios. A concorrência cresce a cada dia nesse segmento. Para se ter uma ideia, a Abihpec, que é a Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, possui mais de 350 empresas do setor associadas em todo o país.

Redes sociais e tecnologia

O impacto das redes sociais é indiscutível nas mudanças de mercado. Conforme a publicidade e os influenciadores digitais abordam temas como sustentabilidade e inclusão, consequentemente, esses assuntos impactam nas decisões dos consumidores.

Além disso, o avanço na área de tecnologia é constante, oportunizando melhorias processuais e diferencial competitivo. Segundo dados da CNI, 80% das médias e grandes indústrias que inovaram durante a pandemia obtiveram melhor competitividade, produtividade e resultados financeiros. Mas para inovar, o primeiro passo é conhecer as prioridades e gargalos da empresa.

O Grupo Boticário percebeu essa necessidade de automação e firmou parceria com a Teclógica, que possui mais de 28 anos de expertise. Segundo André Santos, coordenador de processos industriais, foi necessário inovar para acompanhar o crescimento da companhia. ‘Precisávamos de uma solução que nos acompanhe daqui a 5, 10 e 20 anos. Pesquisamos muito e, nessa caminhada, conhecendo um pouco mais dessas ferramentas e falando com empresas que já tinham implementado, percebemos que o Delmia Apriso era a solução que melhor nos atenderia.’

Fonte: A Voz da Indústria

Consumo de perfumes masculinos cresce no Brasil, com preferência por fragrâncias amadeiradas

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perfumes masculinosAgosto, 2022 – O homem está cada dia mais vaidoso e o investimento em procedimentos estéticos, cosméticos e perfumes seguem numa crescente nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, a indústria da beleza aumentou 6,5% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2021, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). Destacam-se os segmentos de perfumaria, com alta de 8,9%, cosméticos (3,6%) e higiene pessoal (3,5%).

Em agosto, com o Dia dos Pais, essa procura aumenta, e segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), os perfumes ficaram na segunda posição na lista de presentes, atrás, apenas, das roupas. Já segundo a GQ Brasil, com dados do Google, a busca por perfumes masculinos cresceu 3.900% na época da Black Friday 2021.

Segundo a Takasago, uma das cinco maiores empresas de fragrâncias e aromas do mundo (com operação em 27 países, incluindo o Brasil), existem alguns ‘cheiros’ favoritos entre os homens, apesar de não haver regras explícitas na construção de fragrâncias. De acordo com a multinacional japonesa, o mercado se desenvolveu de maneira no qual estruturas florais, notas mais balsâmicas, adocicadas e frutadas sempre foram direcionados ao público feminino, enquanto as notas amadeiradas e aromáticas são mais associadas ao gosto masculino.

Ao longo dos anos, o mercado moldou como os três pilares olfativos masculinos: o fougére, que traz diversas variações na estrutura, podendo ser mais aromático, marine ou cítrico, o tradicional amadeirado e os ambarados, principalmente nos últimos anos, o que fica mais claro com o sucesso do ‘One Million’, da Paco Rabanne, no mercado brasileiro, que traz estruturas mais adocicadas, balsâmicas, fragrâncias amadeiradas, mas com notas de baunilha.

O perfumista Tiago Motta, da Takasago, explica que o processo de criação de uma fragrância é subjetivo, a partir do momento em que recebe o briefing da avaliadora. ‘Geralmente, meu ponto de partida é um coração fresco, amadeirado ou especiado e, a partir disso, vou desenhando a fragrância ao redor dessas famílias. As possibilidades são infinitas’.

Para a gerente de Marketing e Comunicação de Fine Fragrance da Takasago Brasil, Carolina Celli, os perfumes vão muito além de um ‘cheiro bom’: fazem parte do estilo do homem. ‘Do empresário bem-arrumado ao aventureiro robusto, a fragrância é uma parte invisível do nosso estilo pessoal e tem um efeito poderoso na forma como as pessoas veem e lembram de você’.

Mais gastos

Segundo levantamento do Beauty Plan 2022, os consumidores estão mais abertos a procurarem marcas mais acessíveis para economizar: 59% demonstraram disposição para fazer a troca de produtos. Porém, em contrapartida, houve um aumento na expectativa do gasto mensal por pessoa em relação a 2021. Neste ano, o investimento deve ser em torno de R$ 51 a R$ 200 para mais de 60% da amostra.

O levantamento também aponta que, os locais favoritos para compras, no caso dos homens, são as farmácias lojas físicas (67%), seguido pelos sites especializados em produtos e cosméticos (54%). Na terceira posição ficam os supermercados (53%). Em quarto lugar, aparecem as lojas físicas especializadas (32%).

Fonte: 2A+ Cosmética

Sanofi e Drogarias Pacheco se unem para deixar Paraty ainda mais sustentável

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Sanofi e Drogarias Pacheco se unem A divisão de Consumer Healthcare na Sanofi se une à Drogarias Pacheco para a inauguração de uma loja ecológica, em Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro. O estabelecimento foi pensado para promover um desenvolvimento sustentável na região e atende os critérios internacionais de sustentabilidade.

Com o apoio da unidade de negócios de consumo da Sanofi, a comunidade local e visitantes passam a contar com recursos especiais como carregador para veículos elétricos, totem para bicicletas, com o intuito de estimular o uso de meios de transporte não poluentes. Com este mesmo objetivo, o delivery será realizado por meio de moto elétrica. O empreendimento possibilitará a captação das águas de chuva e da condensação do ar-condicionado para reuso nos jardins e vasos sanitários. Assim, será possível proporcionar economia e utilização sustentável de um bem que costuma ser desperdiçado: a água.

Com essa parceria, a Sanofi terá visibilidade em todos os ‘pontos extras’ da nova loja, como ponta de gôndolas e balcão. Além de divulgar suas principais marcas nas áreas interativas, academia (área externa), totem, carregador de veículos entre outros espaços de utilidade para os visitantes.

‘Para Consumer Healthcare na Sanofi o apoio a uma iniciativa como essa – inauguração da loja ecológica – faz todo o sentido, pois a parceria persegue os mesmos ideais de contribuição ao meio ambiente, bem como beneficiar os moradores e turistas para que façam sua parte cuidando do meio ambiente e assim, possam se sentir mais empoderados para cuidar de sua saúde e adotar hábitos mais saudáveis lembrando de que ‘a saúde está em suas mãos’, afirma Silvio Silva, Diretor Comercial de Consumer Healthcare na Sanofi.

A loja conta ainda com o uso de arejadores de torneiras e válvulas de descarga com controle de vazão, que também auxiliam a reduzir o consumo de água, uso de energia solar por meio de placas especiais que captam a luz e utilizam o calor dos raios para a geração de eletricidade. Além disso, haverá sistema de ar-condicionado automatizado e inteligente com menor consumo de energia denominado VFR (fluxo de gás refrigerante variável), que permite a programação de horários para funcionamento e sensores de presença proporcionando mais conforto aos colaboradores e clientes. O aspecto visual da loja também é uma novidade, já que contará com um painel de grafite, representando a Mata Atlântica e a fauna da região, feito pelo artista Eduardo Marinho, conhecido no grafite como Crédo.

A nova unidade também possibilitará o descarte adequado de medicamentos em desuso ou vencidos e de pilhas e baterias, prática vigente em outras unidades da companhia. Será composta por mobiliário de madeira de reflorestamento e certificada e um jardim vertical natural, com o plantio de mudas. A loja da Drogarias Pacheco em Paraty, Rio de Janeiro, está situada na Av. Roberto Silveira, 1227, Chácara da Saudade.

Fonte: Folha Vitória

Apesar da deflação geral, produtos de higiene e limpeza sobem quase três vezes mais que o acumulado geral no ano

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Em meio aos grupos que continuam subindo de preço, apesar da deflação geral de 0,73% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE, não são apenas os alimentos que persistem pesando no orçamento das famílias. Outros duas categorias de produtos essenciais também acumulam altas relevantes: o de itens de higiene pessoal e o de produtos de limpeza.

Dados do IPCA-15 de agosto, que mediu a inflação entre os dias 15 de julho e 15 de agosto, mostram que, no acumulado do ano, o salto no preço dos produtos de limpeza foi o quase o triplo do índice geral: de janeiro a agosto, a variação acumulada de todos os itens pesquisados foi de 5,02%, enquanto o aumento dos produtos de limpeza foi de 13,05%.

No período, o item que mais subiu foi o sabão em pó, com alta acumulada de 17,66%. Em seguida aparecem o amaciante e alvejante, que subiram 12,90%.

No índice de agosto, o aumento desses itens foi de 1,62%. O detergente ficou 1,78% mais caro, enquanto o sabão em pó subiu 1,98%. Já os amaciantes e alvejantes aumentaram 2,02 e limpadores multiuso dispararam 2,24%.

A Associação Brasileira da Indústria de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), que representa o setor, atribui a alta de preços aos custos com o transporte, por conta do diesel, e da energia elétrica, principal insumo na fabricação, por exemplo, do cloro. Além disso, a importação de matérias-primas também pesa, principalmente em produtos como os amaciantes e sabões em pó.

– Tivemos uma produção muito satisfatória em 2020 e 2021, mas sem repor a inflação. Esse ano, não tinha mais jeito, a gente tinha que repor – afirma Paulo Engler, diretor executivo da Abipla.

Segundo ele, reagentes importados usados na limpeza da linha de produção e na testagem dos produtos também ficaram mais caros, além das embalagens, como o papelão, usado para acondicionar o sabão em pó e encaixotar os produtos no transporte:

– Imaginamos que tudo isso já passou. Temos visto a redução da energia e também do diesel, então estamos otimistas com o semestre e uma estabilização dos preços. Não enxergamos outras reposição até o fim do ano.

Diarista há dois anos, Tiago Haka, de 35 anos, conta que os clientes têm reclamado do preço de alguns produtos, e procurado alternativas:

– Alguns pedem orientações e estão trocando alguns produtos que são líquidos por pastosos, por exemplo, e até por produtos de marcas inferiores mas que estão mais em conta. Se antes compravam um detergente de ponta, agora estão comprando um de segunda ou terceira linha. Outros, em vez de usar amaciante, estão colocando vinagre de álcool e um pouco de desinfetante com cheiro nas roupas – conta.

Sabonete dispara

Itens de higiene pessoal também ficaram mais caros. No mês, o aumento foi de 1,03%. Produtos para pele subiram 2,9%, enquanto o preço dos sabonetes aumentaram 2,5%.

Já entre janeiro a agosto, a alta acumulada no grupo foi de 11,85%. O principal vilão foram os sabonetes, que subiram 20,95%, enquanto produtos para pele ficaram 18,48% mais caros, e os perfumes, 15%.

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o economista Matheus Peçanha explica que os principais fatores que explicam a alta desses produtos está fora do país, na dependência de matérias-primas e em conflitos como a guerra na Ucrânia e as tensões entre China e Taiwan.

– Esses produtos são de uma cadeia longa de produção, e dependem de insumos de alto valor agregado e do câmbio internacional, por conta da importação de matéria-prima. Tudo isso impacta no preço ao consumidor – analisa: – Nossa inflação de custos já está no radar há dois anos e não tem dado trégua. Mesmo com o índice geral em queda, só três grupos caíram. Numa conjuntura dessas, quanto mais dependente você for de cadeias globais, mais você está sujeito a essa inflação de custos, que impacta todos os segmentos da cadeia.

Assim como a Abipla, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfurmaria e Cosméticos (Abihpec) também atribiu os aumentos no setor aos insumos mais caros, principalmente os importados e aqueles que passaram por momentos de escassez, como o sebo animal, usado na produção de alguns sabonetes, por exemplo.

“Em 2021, não havia espaço para repassar preço pois o consumidor seguia com sua despesa mensal crescente e comprometida. A atual situação (2022) é diferente, há um certo ‘respiro da renda’ com a deflação em alguns itens”, afirmou a entidade, em nota.

Fonte: Extra Online

Varíola dos macacos: álcool em gel pode ser aliado contra a transmissão do vírus

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vacina contra varíola dos macacosUma das principais formas de transmissão da varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, ocorre por meio do contato direto com pessoas infectadas (pele, secreções) e objetos contaminados. Nesse sentido, higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool em gel antes de comer ou tocar no rosto é uma medida importante de prevenção da doença.

Outras formas de transmissão da varíola dos macacos incluem exposição próxima e prolongada às gotículas e outras secreções respiratórias e toque em roupas, roupas de cama ou toalhas usadas por pessoas infectadas. Atualmente, não se sabe se o vírus pode ser transmitido por vias de transmissão sexual (por exemplo, através de sêmen ou de fluidos vaginais). Como a monkeypox pode se espalhar se houver contato próximo com alguém infectado, a recomendação dos médicos é o isolamento a quem recebe o diagnóstico positivo para a doença.

Na segunda-feira (22), o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Prevenção à Varíola dos Macacos com o objetivo de orientar a população brasileira sobre as principais formas de transmissão, recomendações, sintomas e o que fazer em caso de suspeita. A campanha será veiculada em diversos meios de comunicação com as informações oficiais sobre a doença.

A Pasta segue em tratativas junto a entidades internacionais e OPAS/OMS para aquisição de vacinas e de tratamentos para varíola dos macacos. A previsão é que 50 mil doses da vacina sejam destinadas ao Brasil. Com a aprovação de uma norma pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que prevê a dispensa do registro para importação, o Ministério da Saúde poderá adquirir medicamentos e vacinas de forma mais célere.

Fonte: Dourados Agora

Justiça nega remédio mais caro do mundo a bebê de Várzea Grande

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medicamento para asmaO bebê Henry Erik, de 8 meses, diagnosticado com Atrofia Muscular Espinhal (AME) desde janeiro, ainda não conseguirá receber o remédio Zolgensma, que custa cerca de R$ 7 milhões e é considerado o mais caro do mundo. Isso porque a Justiça, por meio da 21° Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, negou o pedido feito pela família.

Da decisão, cabe recurso. Segundo a advogada Priscila Mourão, que representa a família, a criança passou por perícia e o laudo indicou o uso do medicamento, que deve ser administrado até os 2 anos de vida.

“Não é possível saber o tempo que a Justiça vai levar para analisar o recurso e tomar uma nova decisão. É preciso recorrer, fazer nova sustentação oral, despachar com o juiz”, explicou.

A mãe

A mãe de Henry, Mariely Hekter, de 25 anos, não concorda com a decisão e diz estar revoltada.

“A medicação pode apresentar uma grande melhora na respiração e marcos motores e mesmo assim foi negada. Foi negada mesmo com perícia, mesmo com vários laudos e com um diagnóstico preciso”, relatou.

Para ela, o sentimento é de tristeza, mas a batalha diária precisa continuar.

“É muito triste ver que a Justiça brasileira coloca o financeiro acima de uma vida. O meu filho tem direito, sim, à vida e eu não vou parar de lutar”, afirmou.

A família mora em Várzea Grande, na região metropolitana da capital.

A doença

A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença rara que se desenvolve de forma progressiva e pode ser letal. Ela afeta a capacidade da pessoa de comer, caminhar e até respirar. A AME é dividida em cinco tipos: 0, 1, 2, 3 e 4. O tipo 1 é o mais recorrente e a forma mais grave da doença.

A atrofia afeta pessoas de diferentes faixas etárias, recém nascidos, crianças, adolescentes e adultos. Os bebês podem desenvolver a AME em estágio precoce e essa é uma das piores fases, segundo o Ministério da Saúde, pois impossibilita as funções básicas.

Remédio

O tratamento capaz de reverter a progressão da doença é chamado de Zolgensma, produzido nos Estados Unidos. Esse medicamento atua diretamente no DNA, transportando o gene que o paciente necessita para as células da medula espinhal. O peso da criança pode influenciar na dosagem do remédio.

No entanto, este tipo de medicamento costuma chegar a custar até R$ 11 milhões, por ser feito em dose única. Ele foi aprovado pela agência reguladora americana (FDA), para crianças de 0 a 2 anos e de até 13,5 kg.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso só para crianças com caso grave da doença e com menos de 2 anos, que é o quadro atual do bebê Henry.

Fonte: G1.Globo

Vacina contra covid-19 não provoca Aids, ao contrário do que sugeriu Bolsonaro em live

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Comprova Explica: O presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de sua declaração associando a vacina contra covid-19 ao risco de contaminação pelo vírus da Aids, feita durante uma live em 2021. Para justificar a declaração, Bolsonaro disse que se baseou em conteúdo publicado pela revista Exame em 2020, afirmação que é replicada por seus apoiadores em postagens nas redes sociais. Após a fala de Bolsonaro, a matéria publicada pela Exame foi alterada. No entanto, mesmo antes de passar por edições, a revista deixava claro no texto que a relação entre as vacinas contra a covid-19 e a infecção pelo HIV era uma preocupação de alguns pesquisadores britânicos com base em um estudo realizado em 2007, no contexto da fabricação de uma vacina contra a Aids, e que, até então, nenhum teste realizado com as vacinas contra a covid-19 havia chegado ao mesmo resultado do experimento de 2007. A preocupação dos pesquisadores se referia às vacinas contra a covid-19 Sputnik V e CanSino (nenhuma aplicada no Brasil), que, em sua composição, trazem o adenovírus 5 (Ad5), a mesma substância que constava no imunizante em teste contra a Aids e que, segundo eles, poderia ter sido responsável pelo desenvolvimento da Aids em pessoas expostas ao HIV. Especialistas explicaram ao Comprova que o Ad5 funciona como uma tecnologia para a entrega de proteínas do vírus que se quer combater com a vacina.

Conteúdo analisado: Post no Twitter do diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Fundação Palmares, Marcos Petrucelli, em que ele justifica a fala do presidente Jair Bolsonaro associando vacinas contra a covid-19 à Aids com uma reportagem da revista Exame sobre o tema. Na postagem, Petrucelli ainda ataca a revista e chama de ‘perseguição’ a investigação da Polícia Federal sobre a declaração de Bolsonaro.

Comprova explica: Durante uma de suas lives semanais, em 2021, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pessoas completamente vacinadas contra a covid-19 teriam risco de infecção pelo HIV, que causa Aids, o que não é verdade. Para justificar sua declaração, Bolsonaro disse, dias depois, que havia se baseado em uma matéria da revista Exame. Apoiadores do presidente também sustentaram esse argumento.

No entanto, além de não ter citado a revista Exame em nenhum momento durante a live, ao falar sobre a relação entre vacinas e Aids, Bolsonaro segurava um papel com uma notícia impressa do site negacionista Before It’s News, que havia publicado conteúdo com o mesmo teor de sua fala seis dias antes da live. O papel com a logomarca do portal estava virado para a câmera e não é possível saber exatamente o que Bolsonaro estava lendo.

Durante a live, Bolsonaro não se referiu nominalmente à vacina contra o coronavírus, mas diante do contexto de sua fala e a justificativa posterior envolvendo a Exame, é possível constatar que este era o alvo de sua declaração.

Em outubro de 2020 (ainda no contexto dos estudos para a fabricação dos imunizantes contra a covid-19 e mais de um ano antes da live de Bolsonaro), a Exame de fato publicou um conteúdo que fazia relação entre as vacinas e o risco de infecção pelo HIV ao repercutir uma carta de pesquisadores publicada pela revista científica britânica The Lancet. O conteúdo da matéria da Exame, que se referiu à carta como um ‘estudo’, dizia que os pesquisadores estavam preocupados com o fato de que um dos elementos que compunham a fórmula das vacinas Sputnik V e CanSino pudesse ser um facilitador para o risco de exposição ao HIV.

A preocupação era baseada em um estudo realizado em 2007, no âmbito da elaboração de uma vacina contra a Aids, e que tinha em sua fórmula o mesmo elemento das vacinas Sputnik V e CanSino: o adenovírus 5, usado como tecnologia para a entrega de proteínas do vírus que se quer combater com um imunizante. O texto da Exame ressalta que nenhum teste realizado com as vacinas contra o novo coronavírus até então havia demonstrado resultado semelhante ao observado em 2007 com a vacina contra a Aids. Após a repercussão da fala de Bolsonaro, o conteúdo passou por alterações, feitas pela própria revista Exame no título e no corpo do texto, com o objetivo de esclarecer que se tratava de conteúdo antigo e sem relação com as vacinas aplicadas no Brasil.

A live em que Bolsonaro fez as declarações foi excluída pelo YouTube e pelo Facebook, e o presidente passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) a pedido do STF por conta da afirmação. No último dia 17 de agosto, a delegada da PF responsável pelo caso recomendou ao STF o indiciamento de Bolsonaro por ter associado a vacinação contra a covid-19 ao risco de desenvolvimento de Aids. Como o tema voltou a circular em postagens nas redes sociais por conta do andamento das investigações, o Comprova decidiu explicar o que exatamente Bolsonaro disse durante a live, o que dizia a matéria da revista Exame, por quais alterações esse conteúdo passou e que não há relação entre as vacinas contra a covid-19 e o HIV.

A afirmação de Bolsonaro durante a live

O presidente Jair Bolsonaro relacionou a vacinação contra a covid-19 com o desenvolvimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) durante uma live realizada em 21 de outubro de 2021 e publicada em seus perfis oficiais no YouTube e no Facebook.

Nos minutos iniciais da transmissão ao vivo, Bolsonaro faz críticas ao trabalho da imprensa e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 no Senado, que, à época, investigava a atuação do governo federal durante a pandemia. Depois disso, a partir dos 16 minutos e 55 segundos da live, Bolsonaro diz: ‘Outra coisa grave aqui, só vou dar a notícia aqui, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito. Vamos lá: relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados? Quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose, né? 15 dias depois? 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados, estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido que o previsto. Recomendo ler a matéria, não vou ler para vocês aqui porque posso ter problema com a minha live aqui, não quero que caia a live aqui, eu quero dar informações concretas. Vou deixar bem claro aqui, talvez eu tenha sido o único chefe de Estado do mundo que tenha tido coragem de colocar a cara à tapa nessa questão.’

O áudio original da live foi consultado pelo Comprova em uma pasta organizada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e disponibilizada na ferramenta Pinpoint, do Google, que reúne a transcrição de todas as lives semanais do presidente.

O vídeo original da live não está mais disponível nas redes sociais, mas reportagens do Poder 360 e do Estadão Verifica mostraram que, ao fazer essa fala, Bolsonaro segurava papéis com textos publicados pelo site norte-americano Before It’s News. O site é conhecido por propagar informações falsas sobre vacinas e teorias da conspiração e, no dia 15 de outubro de 2021(seis dias antes da live), havia publicado um texto relacionando a vacinação contra a covid-19 a um maior risco de desenvolvimento de Aids no Reino Unido. O portal argumenta que vacinas contra covid-19 causam problemas imunológicos nas pessoas e chegou a relacionar o conteúdo a um relatório do governo (sem indicar em qual parte do documento), mas o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido classificou a publicação do site como ‘fake news’.

Em nenhum momento da live, Bolsonaro fala que está fazendo referência a qualquer conteúdo veiculado pela revista Exame, nem do site conspiratório. Mas a declaração do presidente corresponde à tradução da manchete do conteúdo publicado pelo Before It’s News em inglês (‘Uma comparação de relatórios oficiais do governo sugere que os Totalmente Vacinados estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto’). Vale destacar que o papel com a logomarca do portal britânico está virado para a câmera, mas não é possível visualizar o que Bolsonaro está de fato lendo.

Após ter a fala contestada por autoridades sanitárias e o vídeo da live ter sido excluído do YouTube, em entrevista concedida a uma rádio do Mato Grosso do Sul, Bolsonaro afirmou ter baseado sua fala em conteúdo publicado pela revista Exame. A partir de 56 minutos e 59 segundos no vídeo da entrevista à rádio, ele diz: ‘A revista Exame fez uma matéria sobre vacina e Aids. Eu repeti essa matéria na minha live (?). Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com a vacina, eu apenas falei sobre a matéria da revista Exame’.

Na matéria da Exame não há qualquer menção a relatórios do governo do Reino Unido com referência às vacinas contra covid-19 e HIV. A existência deste tipo de documento foi desmentida pelo governo britânico, como mostra verificação do Fato ou Fake, do site G1, publicada no contexto da polêmica da live de Bolsonaro.

Reportagem da Exame era de 2020 e passou por modificações após declaração de Bolsonaro

Em 20 de outubro de 2020, a revista Exame publicou uma reportagem que falava sobre a possibilidade da vacina contra a covid-19 (na época ainda em fase de desenvolvimento em todo o mundo) aumentar o risco de infecção por HIV. A reportagem mencionava um conteúdo publicado pela revista científica The Lancet, do Reino Unido, em 19 de outubro de 2020. Após a live de Bolsonaro (um ano depois da publicação original da Exame), a revista alterou o título da reportagem e acrescentou algumas frases no corpo do texto da matéria. As versões antigas do texto foram recuperadas pelo Comprova por meio da ferramenta WayBack Machine, que coleta versões de URLs na Internet.

A primeira versão da reportagem da Exame (abaixo) tinha o título de: ‘Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV’ e na chamada ‘linha-fina’, abaixo do título, estava escrito: ‘Adenovírus utilizado na produção de vacinas contra o novo coronavírus pode ser um facilitador para que o paciente contrair o vírus da Aids’.

No texto, a revista afirmava que os pesquisadores que assinam o conteúdo publicado na The Lancet pontuam que algumas vacinas que se utilizam de um vetor viral específico (o adenovírus 5, também conhecido como Ad5) para combater o novo coronavírus poderiam aumentar o risco de contaminação por HIV.

Os cientistas baseiam-se em estudos de 2007 sobre o uso do Ad5 na elaboração de um imunizante contra a Aids que aumentava o risco de infecção pelo HIV em voluntários. Na ocasião, conforme relatado pela Exame, a pesquisa para o desenvolvimento dessa vacina foi interrompida justamente porque o próprio imunizante parecia aumentar o risco de voluntários contraírem a doença.

Na sequência, a reportagem da Exame afirma que: ‘nenhum teste realizado com as vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o novo coronavírus mostraram resultados semelhantes. Mesmo assim, os pesquisadores resolveram alertar sobre o risco presente neste vetor, principalmente em regiões onde o HIV ainda está longe de ser controlado, como na África’. No texto publicado na Exame, não há qualquer menção a algum ‘relatório oficial do governo do Reino Unido’ sobre o tema, como disse Bolsonaro em sua declaração durante a live.

Pela ferramenta WayBack Machine, é possível ver que o texto da revista começou a ser alterado no dia 24 de outubro de 2021 (abaixo), três dias depois da live de Bolsonaro. Nessa segunda versão, a expressão ‘Out/2020’ foi acrescida ao título, antes de ‘Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV’. A linha fina também foi modificada para: ‘Cientistas se basearam em análises feitas em 2007. Por ora, nenhum teste realizado com as vacinas da covid mostrou resultado semelhante’.

Além disso, no final do primeiro parágrafo do texto, foi acrescentada a frase: ‘- para isso a pessoa precisa ser exposta ao vírus’. Nessa segunda versão, a revista Exame também acrescentou, entre o primeiro e o segundo parágrafo, a seguinte informação: ‘Até agora, não se comprovou que alguma vacina contra a covid-19 reduza a imunidade a ponto de facilitar a infecção em caso de exposição ao vírus’.

| Em vermelho as frases adicionadas no corpo do texto após a primeira alteração.

Por fim, no dia 25 de outubro, uma nova alteração foi feita pela revista Exame (abaixo), que acrescentou um sinal de interrogação ao final do título: ‘Out/2020: Algumas vacinas contra a covid-19 podem aumentar o risco de HIV?’.

Ainda no dia 23 de outubro (ou seja, antes da declaração de Bolsonaro sobre ter baseado sua fala em reportagem da Exame), a revista publicou outro conteúdo com o título ‘Cientistas reagem à mentira de Bolsonaro sobre vacinas e Aids’ (abaixo). É um print desse título publicado pela revista que aparece na postagem de Marcos Petrucelli para justificar a fala de Bolsonaro e atacar a Exame.

Essa matéria publicada pela Exame é a reprodução de um conteúdo da Agência Estado, do Estadão, cujo título original era: ‘Cientistas e políticos reagem à fake news replicada por Bolsonaro sobre vacinas e aids’. A publicação desse conteúdo (com o termo ‘mentira’ no título) foi excluída pela revista Exame no mesmo dia, mas o Comprova conseguiu consultá-lo por meio da ferramenta WayBack Machine.

Uma nova versão do material, com o mesmo conteúdo, foi publicada pela Exame ainda no dia 23 de outubro (abaixo), porém com a palavra ‘declaração’ no lugar de ‘mentira’ no título: ‘Cientistas reagem à declaração de Bolsonaro sobre vacinas e aids’, versão que permanecia disponível no site da revista até a data de publicação deste Comprova Explica.

Já no dia 27 de outubro, após Bolsonaro ter atribuído sua fala à reportagem da Exame, a revista publicou outra matéria para esclarecer que não havia qualquer relação entre HIV e as vacinas contra a covid-19. Nesse texto, a revista reiterou que os cientistas que publicaram o material na The Lancet ‘se baseavam não em vacinas contra a covid-19 que ainda estavam em desenvolvimento na época, mas em análises feitas em 2007 na busca por uma vacina contra o HIV que usavam o Ad5 em sua composição’. Em seguida, a Exame ainda pontuou que algumas vacinas, como a Sputnik V, utilizam o Ad5 em sua composição, o que não ocorreu com os imunizantes aplicados no Brasil.

A revista de medicina britânica The Lancet é uma das mais antigas e prestigiadas do mundo. Quatro pesquisadores (Susan Buchbinder, Juliana McElrath, Carl Dieffenbach e Lawrence Corey) assinaram uma carta, publicada em outubro de 2020, visando a alertar sobre o uso do Ad5 na fabricação de vacinas contra o coronavírus. O conteúdo foi publicado em uma seção do site da revista chamada ‘Correspondence’ (correspondência, em tradução livre).

Sobre essa seção, a Lancet explica tratar-se de um espaço para ‘reflexões de nossos leitores sobre conteúdos publicados nas revistas Lancet ou sobre outros temas de interesse geral para nossos leitores’. A revista ainda pontua que ‘essas cartas normalmente não são revisadas externamente por pares’. Não trata-se, portanto, de um estudo científico.

Na carta, os pesquisadores afirmaram que estavam apenas expressando preocupação com o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19 que utilizavam a técnica de vetor viral em sua fórmula por meio do adenovírus Ad5. Isso porque os pesquisadores haviam avaliado, em 2007, que uma vacina em desenvolvimento contra o HIV, e que utilizava o Ad5, resultava em uma maior possibilidade dos vacinados desenvolverem a doença, desde que fossem expostos ao vírus.

Em entrevista à Folha de São Paulo em outubro de 2021, Carl Dieffenbach, um dos pesquisadores que assina a carta, afirmou que a relação entre Aids e as vacinas contra a covid-19 era uma ‘notícia antiga’ e que a relação está restrita a imunizantes que utilizam o Ad5 em sua composição. ‘O perigo é fazer essa ligação entre todas as vacinas e um efeito visto apenas quando o vírus Ad5 é usado como vetor da imunização’, explicou Dieffenbach, que é diretor da Divisão de Aids do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos. ‘Não há evidências de que outros vírus usados como vetores nas vacinas contra covid-19 tenham o mesmo efeito’.

Susan Buchbinder, outra pesquisadora que assinou a carta e que é diretora de Pesquisa de Prevenção ao HIV no Departamento de Saúde Pública de San Francisco, afirmou ao AFP Checamos tratar-se ‘apenas de um risco teórico’ e que ela e os colegas não foram ‘capazes de encontrar o mecanismo exato pelo qual isso ocorreu’ (em relação ao estudo sobre adenovírus 5 e HIV). ‘Nossa recomendação se aplica apenas às vacinas Ad5 contra a covid-19 [como Sputnik V e CanSinoBio], e é apenas um risco teórico de que se uma pessoa recebesse essa vacina e depois fosse exposta ao HIV, ela poderia ter o risco de infecção pelo HIV aumentado. Isso não se aplica à grande maioria das vacinas que estão sendo usadas internacionalmente contra a covid-19’.

Em outra checagem do mesmo veículo, Buchbinder ainda disse: ‘Há mais de uma década, realizamos dois estudos de uma vacina contra o HIV (usando o adenovírus tipo 5) que parecia aumentar o risco de infecção por HIV em pessoas que foram expostas através de práticas sexuais. Esse aumento de risco era transitório. Não fomos capazes de encontrar o mecanismo exato pelo qual isso ocorreu’.

Não há relação entre vacinas contra a covid-19 e o vírus HIV

Após a fala de Bolsonaro, diversas entidades posicionaram-se e emitiram comunicados negando qualquer relação entre o vírus da Aids e as vacinas contra a covid-19, como a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e o Conselho Nacional de Saúde.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) emitiu uma nota de esclarecimento em 24 de outubro de 2021 na qual afirma que todas as vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são eficazes na contenção da pandemia. Também informa que não há evidências científicas de que, ao receber duas doses do imunizante, a infecção por Aids seja facilitada.

Em contato com o Comprova, a professora do Departamento de Imunologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) Ana Paula Junqueira Kipnis reforçou que, entre todas as vacinas contra a covid-19, não foi observada qualquer relação com maior chance de infecção por HIV. ‘Todos os estudos mostram que as vacinas contra a covid-19 são eficazes e seguras e não resultaram no aumento da incidência de nenhuma doença’.

Sobre o estudo de 2007 que relacionou a maior chance de contaminação por HIV a vacinas que utilizam o adenovírus 5, Kipnis ressalta dois pontos. O primeiro é que os estudos foram feitos em um ensaio único, a partir da observação de um grupo pequeno e cujo perfil era de pessoas com maior risco de contrair o HIV. ‘Ou seja, o uso do Ad5 foi uma das hipóteses levantadas para o não funcionamento da vacina contra o HIV, mas que partiu de um estudo feito com um grupo exclusivo, que não avaliou os diferentes perfis populacionais’.

O segundo aspecto pontuado pela especialista é que, mesmo que a técnica seja a mesma (a utilização do adenovírus 5), a comparação entre a vacina contra o HIV e a contra a covid-19 não pode necessariamente ser feita, uma vez que se tratam de vírus diferentes. ‘Vacinas contra o HIV que utilizaram o Ad5 tinham nele uma proteína do ‘envelope’ do HIV. Nas vacinas para a covid, não existem essas proteínas de HIV, só existem proteínas que estão relacionadas à covid, por exemplo a proteína spike. Onde tem proteína spike no vírus HIV? Em lugar nenhum, então é uma situação completamente diferente uma vacina da outra, que irão induzir respostas imunes distintas’.

A professora também ressaltou que um estudo publicado pela The Lancet já demonstrou que o uso do Ad5 em vacinas contra a covid-19 é seguro.

Ao Comprova, o imunologista Rafael Larocca, especialista em vacinas do Centro de Virologia e Vacinas da Universidade de Harvard, explicou que o adenovírus é um vírus respiratório que infecta as vias aéreas superiores e causa sintomas leves, como o resfriado. Ele não tem relação nenhuma com o vírus do HIV, que é de outra família – um lentivírus.

Sobre a carta enviada à revista The Lancet, o especialista reafirma que o conteúdo se trata de uma especulação. ‘É importante ressaltar que a vacina em si não infecta ninguém com o HIV. O grupo que escreveu a carta tentou alertar para uma possibilidade de maior suscetibilidade dos vacinados com adenovírus 5 se infectarem com HIV, mas caso sejam expostos ao vírus’.

O imunologista explica que, no caso das duas vacinas, a de HIV e a de covid-19, o adenovírus funciona como uma tecnologia para a entrega de proteínas do vírus que se quer combater com a vacina: ‘O que é importante ressaltar é que o adenovírus 5 nesse caso serve apenas como um vetor viral. O vírus não consegue se replicar. Ele apenas carrega o gene de interesse para determinada vacina. O que significa isso? Que o material genético que tem dentro do adenovírus 5 para uma determinada plataforma vacinal é diferente entre a vacina que você vai fazer para HIV ou para covid-19’.

Larocca reforça que nenhuma vacina em uso no Brasil utiliza a tecnologia do adenovírus 5.

PF vê indício de crime em fala de Bolsonaro

Atendendo a pedido protocolado pela CPI da Covid-19 no Senado, o STF abriu inquérito em dezembro de 2021 para apurar se Bolsonaro pode responder criminalmente pela declaração relacionando a Aids às vacinas contra a covid-19. Em relatório enviado ao STF no dia 17 de agosto, a Polícia Federal disse que há indícios de que Bolsonaro cometeu crime durante a live. Foi após essa manifestação da PF que o diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Fundação Palmares, Marcos Petrucelli, fez a postagem no Twitter que é objeto deste Comprova Explica.

No relatório parcial enviado ao STF, a delegada Lorena Lima Nascimento, responsável pelo caso, afirmou que as declarações de Bolsonaro levaram os espectadores da live a descumprirem normas sanitárias estabelecidas pelo próprio governo. No documento, a PF pede autorização do STF para indiciar Bolsonaro e o tenente Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente, que teria auxiliado a produzir o material lido por Bolsonaro durante a transmissão.

O pedido de indiciamento diz que, ao propagar a desinformação que relaciona a vacina da covid-19 ao HIV/Aids, o presidente Jair Bolsonaro cometeu os crimes: causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos (art. 267 do Código Penal); infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa (art. 268); e de incitar, publicamente, a prática de crime (art. 286).

Procurada pelo Comprova, a Polícia Federal disse que ‘não fornece informações sobre investigações em andamento’.

Tentamos contato com Marcos Petrucelli e com a Fundação Palmares, porém, até a publicação deste Comprova Explica, não obtivemos retorno.

Por que explicamos: Em seu escopo usual, o Comprova investiga conteúdos suspeitos sobre a pandemia, eleições presidenciais e políticas públicas do governo federal que viralizaram nas redes sociais. Já o Comprova Explica é uma ferramenta utilizada para que os leitores entendam um conteúdo que está viralizando e causando confusão. Como a Polícia Federal pediu, no dia 17 de agosto, o indiciamento de Bolsonaro por conta de sua declaração relacionando vacinas contra a covid-19 a Aids, é importante que a população compreenda qual o contexto da fala do presidente, o que dizia a reportagem da revista Exame, citada por Bolsonaro como a fonte para a sua afirmação, e no que a revista se baseou para publicar o conteúdo.

Outras publicações sobre o tema: O Comprova também publicou recentemente outros conteúdos com explicações sobre temas que, com frequência, são alvos de peças de desinformação, como a facada em Bolsonaro em 2018, a política de redução de danos a usuários de drogas criticada em vídeo por Damares Alves e a fiscalização do código-fonte das urnas eletrônicas.

Em relação à covid-19, o Comprova já mostrou que é enganoso que estudo de Harvard comprovou eficácia de hidroxicloroquina na prevenção da covid-19 e que são falsas as alegações de médica que trata vacinação da covid em crianças como ‘assassinato em massa’.

Fonte: Correio Braziliense Online

Moderna processa Pfizer por violação de patente de vacina

patente de vacina

Uma patente de vacina da Covid-19 foi parar nos tribunais internacionais. A Moderna entrou com processo contra o consórcio formado pela Pfizer e pela BioNTech, alegando uma suposta violação do registro do imunizante na Alemanha e nos Estados Unidos. As informações são do portal Fierce Pharma.

Segundo a farmacêutica norte-americana, a violação teria envolvido patentes registradas entre 2010 e 2016. A Pfizer e a BioNTech faturaram dezenas de bilhões de dólares com a Cominarty, líder mundial em volume de vacinas aplicadas contra a Covid-19.

Patente de vacina tem projeto original de 2010

“A Moderna está buscando proteger a tecnologia inovadora e pioneira de mRNA, investiu bilhões de dólares na criação e patenteou durante a década anterior à pandemia”, observa o CEO Stéphane Bancel. Ainda de acordo com o executivo, o laboratório começou a trabalhar na plataforma de mRNA original em 2010 o que permitiu desenvolver o Spikevax em tempo recorde.

A Pfizer, por sua vez, informa que não analisou minuciosamente os termos da ação judicial, mas revelou estar “surpresa com o litígio, pois a vacina foi baseada na tecnologia de mRNA proprietária da BioNTech e desenvolvida pela BioNTech e pela Pfizer”. Um porta-voz da empresa disse à Fierce Pharma que a Pfizer continua confiante em sua propriedade intelectual e “se defenderá vigorosamente contra as alegações do processo”.

A Moderna não pretende retirar do mercado a vacina da Pfizer e da BioNTech. Também não visa às vendas da Comirnaty em países de baixa e média renda cobertos pela iniciativa global COVAX.

Mas nos mercados desenvolvidos, a Moderna diz que espera que os rivais do mRNA “respeitem seus direitos de propriedade intelectual e considerem uma licença comercialmente razoável”. A Pfizer e a BioNTech “falharam” em buscar tal licença, argumenta a empresa.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Cai projeto de lei que equiparava técnicos e farmacêuticos

farmacêuticos

A reação ao retrocesso funcionou e acaba de cair o Projeto de Lei (PL) 2.271/22, que pretendia equiparar a função de técnicos de farmácia à de  farmacêuticos. O próprio autor, o deputado Giovani Cherini (PL-RS), retirou de tramitação a proposta no Congresso Nacional.

Projeto de Lei (PL) 2.271/22 pretendia alterar a Lei 13.021/2014, equiparando as duas funções para fins de inscrição nos conselhos regionais. Na prática, o texto abriria precedente para que estes profissionais assumissem a responsabilidade técnica nas drogarias, o que vem dividindo opiniões no setor.

Retrocesso para farmacêuticos

Uma das reações mais enfáticas ao projeto partiu do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que enxerga a proposta como uma ameaça à profissão farmacêutica e à saúde pública. Para o presidente da entidade, Walter Jorge João, o projeto de lei promoveria um retrocesso em um direito importante adquirido pela sociedade graças à mobilização da categoria farmacêutica: o acesso ao medicamento mediante a supervisão do único profissional habilitado a prestar essa assistência ao cidadão, o farmacêutico.

“A Lei nº 13.021/2014 foi uma conquista para os cidadãos brasileiros, porque transformou as farmácias em unidades de assistência à saúde e reiterou a obrigatoriedade da presença do farmacêutico como responsável técnico durante todo o tempo de funcionamento desses estabelecimentos”, ressalta. O dirigente lembra que o assunto também já estava pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Nenhum outro profissional pode ocupar esse posto de trabalho, a não ser o farmacêutico”, conclui.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico