Grupo Dimed fecha acordo de R$ 1 milhão em medicamentos e equipamentos de UTI neonatal

Grupo Dimed adotará marca Panvel em 2022A Justiça do Trabalho de SC homologou um acordo que pôs fim a um ação movida em 2019 pelo Ministério Público do Trabalho contra o Grupo Dimed, gigante do setor farmacêutico. A empresa foi denunciada por não adotar uma escala de revezamento que garantisse às empregadas de Santa Catarina um repouso semanal aos domingos a cada quinze dias, garantia prevista no art. 386 da CLT .

Uma das regras específicas da legislação destinadas à proteção das trabalhadoras, a garantia busca compensar o desequilíbrio de condições entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Ao contestar a denúncia, a empresa alegou que a norma feria o princípio constitucional da isonomia, tese rejeitada no julgamento da 6ª Vara do Trabalho de Florianópolis.

‘O artigo é constitucional, na medida em que os desiguais devem ser tratados desigualmente na medida e razão inversa da sua desigualdade, frente a distinções não apenas orgânicas, mas também de ordem histórica e sociológica’, apontou o juiz Daniel Natividade Oliveira, autor da sentença proferida em junho de 2020. O magistrado condenou a empresa a adotar o revezamento e a pagar indenização por dano moral coletivo de R$ 500 mil. Desde então, a empresa vinha recorrendo da decisão.

Medicamentos

Segundo o termo homologado no último dia 25 pela juíza Zelaide de Souza Philippi (6ª VT de Florianópolis), o grupo se comprometeu a implementar uma escala de revezamento híbrida para garantir a folga quinzenal aos domingos a todas as farmacêuticas e demais empregadas mulheres. A solução encontrada foi adotar a escala 1×1 (um domingo de trabalho seguido por um domingo de folga) num mês e, no outro, a escala 2×1 (dois domingos de trabalho e um de folga).

A medida vale para todas as empresas do grupo em Santa Catarina, o que inclui as distribuidoras de medicamentos e cosméticos Dimed e Lifar, além da rede de farmácias Panvel. Ainda segundo o documento, a empresa irá pagar indenização de R$ 1 milhão por dano moral coletivo: metade do valor será convertida em medicamentos a serem destinados a entidades sem fins lucrativos do estado, a preço de custo.

Em relação aos outros R$ 500 mil, parte será utilizada para compra de equipamentos para UTIs neonatais, dado o grave quadro da saúde dos hospitais pediátricos, e parte será revertida em dinheiro a instituições designadas pelo MPT-SC, mediante a apresentação de projeto e aprovação da 6ª VT de Florianópolis. Instituições que se enquadram neste perfil podem se cadastrar junto ao MPT-SC, conforme orientações contidas no site do órgão.

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região

Especialista lista 10 dicas que ajudam a diminuir a queda dos cabelos

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Ver o volume dos fios diminuindo excessivamente a cada dia é um sinal de que algo pode não estar indo muito bem. A situação acende um alerta de que é hora de buscar um especialista para descobrir as motivações e evitar o agravamento do quadro. Puerpério, desordens nutricionais, anemias, estresse e alterações hormonais são alguns fatores que contibuem para o aumento da queda capilar.

A abordagem profissional ajudará a recuperar o ritmo saudável do crescimento, além de equilibrar a perda de fios que, naturalmente, caem cumprindo o ciclo de reposição esperado. Para além disso, o comprometimento do paciente é outro fator essencial para o sucesso do tratamento. Quem faz essa revelação é o médico e tricologista certificado pela Internacional Association of Trichologists (IAT), Ademir C. Leite Jr.

‘Há muitos diagnósticos de queda capilar que são mais prontamente reversíveis quando o paciente tem um envolvimento no tratamento que o faz alterar hábitos que são nocivos para a saúde em geral’.

Ademir C. Leite Jr. O especialista leciona sobre o tema há 15 anos

Dessa forma, o profissional fez uma lista com 10 coisas que as pessoas devem fazer e que vão ajudar no diagnostico precoce e no processo de fortalecimento das madeixas. Confira:

1- Reduzir o estresse

Boa parte dos pacientes que reclamam de queda capilar apresentam ou apresentaram algum tipo de tensão que pode ser o causador do problema.

2- Ficar atento ao couro cabeludo

Caspa, descamação, feridas, dor e coceira na região fazem parte dos sinais mais recorrentes atendidos na clínica.

Fique atento aos sinais e veja se é hora de procurar ajuda médica 3- Manter a limpeza e higienização do couro cabeludo

O receio de ver os fios caindo durante o banho é, estranhamente, uma causa para que algumas pessoas evitem lavar as madeixas. ‘Isso é um paradoxo, uma vez que a higienização correta e rotineira colabora para a saúde capilar. Se houver um indicativo de perda acentuada de fios, que seja percebido na lavagem, deve ser levado a consultório para somar informações no diagnóstico. Lavar os cabelos não potencializa a queda. Na verdade, deixar a área suja por muito tempo contribui para o agravamento do quadro’, afirma o médico, que é diretor científico do CAECI Educacional e consultor de desenvolvimento de cosméticos e suplementos nutricionais.

4- Fazer exercícios físicos

Praticar atividades física traz vários benefícios à saúde, inclusive às madeixas. Ao liberar endorfinas, o estresse diminui e, consequentemente, a queda capilar.

5- Diminuir o consumo de álcool

Ademir C. Leite explica que ‘a ingestão de álcool provoca aumento da produção de radicais livres no nosso corpo e gera inflamação em alguns tecidos, incluindo a pele do couro cabeludo’.

Além disso, a bebida alcoólica desgasta o organismo, pois exige do nosso corpo um esforço maior para metabolização do etanol. Esse desgaste é um dos motivos que podem contribuir para o problema.

O volume dos fios diminuindo excessivamente é um sinal de que algo pode não está indo muito bem e é necessário procurar um especialista 6- Evitar fumar

De acordo com o médico, é provado cientificamente que o fumo, por produzir radicais livres em nosso corpo, faz os fios caírem numa frequência acima do normal.

7- Evite a automedicação

A automedicação é um hábito comum, porém perigoso, que pode acarretar danos importante a saúde, principalmente se não houver o suporte de um profissional especializado.

8 – Corrigir problemas hormonais Problemas hormonais estão entre as causas comuns da queda de cabelo

Infelizmente, a quedas dos cabelos também estão relacionadas a problemas hormonais. Mas, Ademir pondera que o diagnóstico e a correção deste problema é suficiente para interromper o declínio dos fios.

8- Procure um médico

‘Boa parte dos pacientes que chegam à clínica já tiveram experiências com fórmulas milagrosas ou com produtos que prometem tratar a queda a queda das madeixas e que são vendidos aos montes em farmácias, supermercados e na internet. Quando se dão conta, percebem que perderam tempo e cabelos com soluções que não ajudaram em nada’, avalia o médico.

Com a ajuda de um médico, além do diagnóstico bem-feito, você sairá com uma prescrição efetiva.

10- Controle da ansiedade

O profissional, que possui mestrado em Psicologia Clínica pela PUC-SP, diz que muitos pacientes buscam respostas rápidas para o contratempo, mas as madeixas não se recuperam da noite para o dia. Dessa forma, a ansiedade agirá como estresse, causado um efeito contrário ao almejado.

Puerpério, desordens nutricionais, anemias, estresse e alterações hormonais são alguns exemplos que podem contribuir para o problema Tratamento

O profissional, que leciona sobre o tema há 15 anos, ressalta ainda que a quantidade de abordagens disponíveis para tratar o problema é vasta, mas pouco explorada, o que acaba prejudicando a percepção do paciente sobre eficácia de tratamentos médicos nessa área. ‘Os pacientes se justificam no fato de que ‘já tentaram de tudo’, quando ouço essa frase e pergunto o que ele chama de ‘tudo’, normalmente não foram utilizados 10% das possibilidades que poderiam ajudá-los.

Fonte: Portal Metrópoles Online

Alzheimer: milhões de dólares podem ter sido desperdiçados em pesquisa fraudulenta

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AlzheimerUma aparente fraude pode ter resultado no desperdício de milhões de dólares de financiamento público destinados às pesquisas sobre o Mal de Alzheimer, atrasando a descoberta da cura da doença. Investigações conduzidas pelo médico neurocientista Matthew Schrag, da Universidade Vanderbilt, no estado americano do Tennessee(EUA), e pela revista Science apontaram sinais de imagens adulteradas ou duplicadas em dezenas de artigos científicos, alguns deles importantes para a aprovação do medicamento Simufilam, da farmacêutica Cassava Sciences.

A doença de Alzheimer, um tipo de neurodegeneração que afeta principalmente a memória dos idosos, ainda é incurável. Diferentes intervenções que reduzam o risco já foram propostas: de tomar café a fazer palavras cruzadas e tomar uma dose anual da vacina para gripe. Há também um componente genético. Quando teve o seu genoma sequenciado em 2007, o codescobridor da estrutura do DNA James Watson não quis saber se carregava variantes genéticas de predisposição para a doença, pois ‘não há muito o que possamos fazer’.

Uma das bases genéticas propostas para o Mal de Alzheimer envolve a proteína beta-amiloide, que se acumula em placas nos neurônios, prejudicando sua função. Diferentes tentativas de desenvolver drogas com base nessa hipótese fracassaram. Com o Simufilam veio algo novo: aparente fraude.

Schrag foi contratado por um valor de 18 mil dólares como investigador pelo advogado de dois outros neurocientistas interessados na falência da Cassava Sciences, segundo reportagem da revista Science. Schrag analisou a literatura científica e encontrou sinais de imagens adulteradas ou duplicadas em dezenas de artigos, incluindo aqueles dos quais a aprovação da droga depende. O relatório da investigação foi enviado às principais agências de fomento de pesquisa dos Estados Unidos.

Um dos artigos impugnados pela investigação de Schrag é um estudo publicado na revista Nature em 2006 citado por mais de dois mil outros estudos, segundo o próprio periódico, que acrescentou uma nota de preocupação à publicação. O primeiro autor é Sylvain Lesné, da Universidade de Minnesota. O artigo relata a descoberta de um subtipo da beta-amiloide que causaria demência similar ao Alzheimer em roedores. O ano de publicação marcava cem anos desde que o próprio neuropatologista alemão Alois Alzheimer, que dá nome à doença, observou as placas de proteína no cérebro de um paciente vítima de demência. Que as placas de beta-amiloide realmente estão nos pacientes, há poucas dúvidas. A questão premente é se são causa ou consequência da degeneração.

Fabricações ‘chocantemente óbvias’

O cientista detetive evita a palavra fraude pois não tem acesso a possíveis imagens originais não publicadas, mas aponta que há sinais indicativos de problemas. A Science conduziu uma investigação própria de seis meses que corroborou os achados de Schrag e encontrou motivos para duvidar de mais de 70 imagens nos estudos de Lesné, entre outros. Lesné não respondeu ao contato da revista. Em maio deste ano, ele obteve a aprovação de uma verba de pesquisa do governo americano de mais de US$760 mil com validade de cinco anos. Um responsável pela aprovação da verba foi coautor do estudo de 2006.

Elisabeth Bisk, bióloga molecular e consultora em análise forense de imagens, disse à revista científica que ‘os resultados experimentais obtidos podem não ter sido os desejados, e os dados podem ter sido adulterados para se encaixar melhor numa hipótese’. Para ela, há figuras que parecem montagens feitas a partir de imagens de diferentes experimentos. Algumas são fabricações ‘chocantemente óbvias’, comentou a especialista em Alzheimer Donna Wilcock, da Universidade de Kentucky (EUA).

As imagens são, na maior parte, fotos de resultados do teste conhecido como ‘Western blot’, que mostra as proteínas como bandas em blocos de gel. Por mais cuidado que se tenha na manipulação, é raríssimo que duas bandas fiquem com formatos ou imperfeições iguais, o que seria indício de manipulação. Nos estudos de Lesné, há fileiras inteiras de bandas idênticas.

Se as suspeitas forem confirmadas, são dezenas a centenas de milhões de dólares em financiamento público de pesquisa desperdiçados. Somente em 2021, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA investiram 287 milhões em pesquisas que mencionam a beta-amiloide e o Alzheimer. Cientistas que propõem hipóteses diferentes para explicar a doença de Alzheimer reclamam de uma ‘máfia da amiloide’ que dificulta seu acesso a recursos e forma cartéis no principal processo decisório da publicação de artigos – a revisão por pares.

Alguns, como John Forsayeth, professor de neurocirurgia da Universidade da Califórnia, comparam a hipótese da beta-amiloide a modelos ptolomaicos do sistema solar que punham a Terra no centro. Quando enfrentavam problemas na ideia de que os planetas giram em órbitas circulares em torno da Terra, os astrônomos ptolomaicos, em vez de abandoná-la, propunham que as órbitas não pareciam à primeira vista com círculos porque eram círculos sobre círculos, ou ‘epiciclos’. Grande esforço para não mudar de ideia – como quem adultera fotos de proteínas para defender uma hipótese favorita sobre a doença de Alzheimer.

Karen Ashe, uma médica neurocientista colaboradora de Lesné e coautora do estudo de 2006, é reticente a rebater completamente os problemas achados por Schrag, mas foi a um fórum online onde Schrag encontrou os primeiros indícios para dar explicações alternativas. Ela forneceu algumas imagens originais em maior resolução. Mas as imagens só aumentaram as suspeitas de Schrag, dando mais detalhe das bandas copiadas.

Outro coator de Lesné é Denis Vivien, biólogo celular da Universidade de Caen na Normandia, em cinco dos artigos suspeitos. Vivien crê que os artigos sobreviverão ao escrutínio, mas confessa que já desconfiava do colega. Quando estavam trabalhando para um artigo que seria publicado na revista Nature Neuroscience, Vivien achou algumas fotos preparadas por Lesné suspeitas e pediu a estudantes que refizessem o experimento. Os estudantes falharam em replicar o resultado. Confrontado, Lesné negou que havia algo errado. Vivien diz que removeu o artigo da esteira da publicação ‘para preservar minha integridade científica’ e rompeu contato com o colaborador.

Apesar de ser relutante em afirmar certeza de fraude, Matthew Schrag medita: ‘Você pode trapacear para publicar um artigo. Pode trapacear para conseguir uma verba. [Mas] não pode trapacear para curar uma doença. A biologia não se importa’. Ele acredita que a beta-amiloide ainda pode ter algo a ver com as causas do Alzheimer. Mas as fundações estão abaladas.

Sobre as reclamações contra a ‘máfia da amiloide’, o psicólogo britânico Stuart Ritchie comenta em seu livro de 2020 Science Fictions (‘Ficções Científicas’, em tradução livre) que ‘as histórias de bullying e intimidação que acontecem quando os pesquisadores desafiam a hipótese amiloide sugerem uma área na qual o viés se tornou coletivo, onde novas ideias não alcançam a vez que merecem, e onde os cientistas rotineiramente falham em aplicar a norma do ceticismo organizado às suas próprias teorias favorecidas’.

Fonte: Caarapó Online

São Paulo anuncia rede com 93 hospitais para combate à varíola dos macacos

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varíola dos macacosO governo do estado de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 4, a criação da Rede Emílio Ribas de Combate à Monkeypox, doença mais conhecida como varíola dos macacos, para execução de um plano de enfrentamento à zoonose viral com a participação de 93 hospitais estaduais e maternidades que serão referência e retaguarda para episódios mais graves. A rede também terá ações para ampliar o diagnóstico e a vigilância genômica.

‘O objetivo central é somar esforços e integrar as instituições e centros de excelência para promover ações estratégicas de prevenção e cuidado, levando em consideração o aprendizado diante dos últimos enfrentamentos de endemias e pandemias’, afirmou David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de São Paulo.

Para o acompanhamento da circulação da doença no estado, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e do Instituto Adolfo Lutz vão encabeçar o trabalho de vigilância laboratorial e genômica do vírus. Laboratórios do estado serão credenciados para a realizar os exames de PCR em Tempo Real e RT-PCR e farão parte de um grupo composto pelo Instituto Butantan e laboratórios universitários e privados.

O CVE implementou um serviço 0800 com médicos disponíveis por 24 horas para orientar e tirar dúvidas de profissionais de saúde das redes pública e particular sobre diagnóstico e manejo dos pacientes infectados.

Uma sala de situação denominada Centro de Controle e Integração (CCI) também foi ativada. ‘O grupo terá a missão de assessorar as ações do governo de São Paulo no enfrentamento do surto de monkeypox, estudar e projetar os cenários epidemiológicos, propor medidas e identificar oportunidades para o desenvolvimento de vacinas e prospecção de tratamentos eficazes para combater a doença’, informou, em nota, a Secretaria de Estado da Saúde.

Monkeypox

Em 29 de julho, o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte pela doença no Brasil. O paciente, de 41 anos, era do sexo masculino e imunossuprimido. Ele era diagnosticado com linfoma e morreu em Belo Horizonte (BH).

No mesmo dia, a pasta ativou o Centro de Operação de Emergências (COE) para elaborar o Plano de Contingência do surto. Com a ativação do COE, o ministério vai elaborar estratégias para combater a doença com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz. A pasta anunciou que as primeiras doses da vacina contra a doença podem chegar ao país em setembro.

A varíola dos macacos foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela OMS e contabiliza mais de 26 mil casos no mundo, de acordo com a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford.

Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.

Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.

Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.

Fonte: Veja Online

Nos 150 anos do nascimento de Oswaldo Cruz, Brasil enfrenta desafios em saúde pública

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No dia 5 de agosto de 1872, nascia na cidade de São Luís do Paraitinga, na região do Vale do Paraíba, no estado de São Paulo, Oswaldo Gonçalves Cruz. Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões, primos e nascidos no Rio de Janeiro.

Peste bubônica, varíola e febre amarela. Estes foram apenas alguns dos diversos desafios em saúde pública enfrentados no início do século 20 no país, que marcaram a trajetória de um dos mais conhecidos cientistas brasileiros.

Em 1903, foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública, cargo semelhante ao de atual ministro da Saúde. No governo do presidente Rodrigues Alves (1902 a 1906), Oswaldo Cruz se comprometeu a erradicar a febre amarela do Rio de Janeiro, então capital do país, num prazo de três anos. Para isso, ele acreditava que o controle do mosquito transmissor era fundamental.

A peste bubônica era um problema sanitário especialmente preocupante em navios e portos. Para combater a doença, soro e vacina estavam disponíveis, além da profilaxia baseada no controle de roedores.

O combate à varíola, doença que teve importante crescimento em 1904, também era pautado na imunização. No mesmo ano, a instituição da vacinação obrigatória – depois revogada – motivou a chamada Revolta da Vacina.

Oswaldo Cruz dividiu a cidade do Rio de Janeiro em distritos sanitários, que seriam acompanhados por profissionais da Diretoria de Saúde. Foi criado o Serviço de Profilaxia Específica da Febre Amarela e teve início a produção de folhetos educativos e a publicação dos ‘Conselhos ao Povo’ nos jornais.

O prefeito Pereira Passos, que projetava a remodelação urbana da então capital federal, baixou leis que previam a remoção de famílias pobres, política que ficou popularmente conhecida como ‘bota abaixo’. A lei de saneamento era conhecida como ‘Código das Torturas’.

Algumas medidas autorizavam, por exemplo, a entrada forçada de agentes conhecidos como mata-mosquitos em casas para esvaziar depósitos de água que serviam de criadouro para mosquitos transmissores da febre amarela.

Outras ações incluíam a intimação para impermeabilização de solos de residências para evitar a propagação de ratos e pulgas, como parte das ações contra a peste bubônica. Alimentos eram fiscalizados e foi instituída a notificação compulsória de casos das doenças.

‘Ele foi uma pessoa que teve muita influência política, que usou em prol da saúde pública, mas desprezando questões relativas à desigualdade social’, avalia o sanitarista Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A figura de Oswaldo Cruz sintetizava um acúmulo de insatisfações sobre o conjunto de mudanças que aconteciam na época, sendo alvo de reações populares, na imprensa e no Congresso. No entanto, o resultado das medidas foi o controle da peste bubônica, varíola e febre amarela no Rio de Janeiro.

Os êxitos foram apresentados em um importante congresso em Berlim, na Alemanha, em 1907, um ponto de virada que mudou a percepção pública do cientista.

Desafios do Brasil atual

Se no início do século 20 o país enfrentava três doenças de grande impacto em saúde pública, o Brasil de 2022 não parece ser tão diferente. Covid-19, varíola dos macacos (Monkeypox) e a dengue são apenas algumas das doenças que afetam os brasileiros e aumentam a pressão sobre os sistemas de saúde.

‘Os problemas de saúde pública vão acompanhar as características da sociedade de cada momento, como modo com o qual lidamos com o meio ambiente, com as questões do clima, com o aquecimento global, por exemplo. Eles acontecem em função do que o ser humano está fazendo com o planeta’, afirma Tania Araújo-Jorge, diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

O sanitarista Gonzalo Vecina avalia que o negacionismo e falhas na comunicação por gestores e autoridades em saúde têm impactado negativamente no combate às doenças.

‘Por um lado, temos desenvolvido armas muito importantes, como as vacinas, mas há um movimento negacionista e antivacina que deixaria Oswaldo Cruz bastante preocupado’, diz Vecina.

Para o sanitarista, o ponto-chave para que as fake news ganhem tamanho espaço nas redes sociais está na construção bem elaborada das notícias falsas, utilizando elementos que mesclam informações verdadeiras e mentirosas.

‘Em relação à vacinação, o que eu acho que nós temos hoje é falta de capacidade de convocação. A cobertura vacinal caiu, mas não pelo negacionismo e sim pela falta de capacidade de chamar as pessoas para a vacinação’, afirma Vecina.

Agravos como dengue, leishmanioses, hanseníase, raiva, parasitoses e doença de Chagas são consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doenças negligenciadas.

Segundo a definição da OMS, doenças desse tipo são consideradas endêmicas em populações de baixa renda e contribuem para a manutenção de situações de desigualdade no mundo. Além disso, o baixo investimento em pesquisas científicas por grandes empresas e farmacêuticas amplia as lacunas no diagnóstico e no tratamento.

‘A desigualdade social é o caminho que faz com que essas doenças todas tenham muito sucesso. Como se combate a malária, por exemplo? Com casas boas. Só vamos conseguir enfrentar as doenças negligenciadas de maneira adequada, em primeiro lugar com civilização, em segundo, com remédios melhores’, diz Vecina.

Desde a década de 1980, a dengue, causada pelo mosquito Aedes aegypti, provoca surtos e mortes no país. No primeiro semestre de 2022, o Brasil registrou mais que o dobro de mortes pela doença do que em todo o ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde.

Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) afirmam que o combate ao vetor e a prevenção da dengue devem ser voltados para as determinações sociais, englobando características particulares do ambiente e comunidade onde estão inseridos os indivíduos.

O combate à doença ‘depende fundamentalmente de parcerias entre a população, as ações governamentais e a sociedade em geral, estabelecendo redes de mobilização social capazes de promover ações permanentes, intersetoriais, superando as dificuldades e limitações do modelo educativo pontual, verticalizado, com ações isoladas e episódicas, centradas em períodos de surtos e epidemias’, dizem os especialistas João Carlos de Oliveira e Gizele Martins Rodovalho, em comunicado.

Combate à dengue / Breno Esaki/Agência Saúde DF Gargalos na formação científica

O instituto que deu origem à Fundação Oswaldo Cruz teve como premissa a produção de soros e vacinas. No entanto, desde o início das atividades, a vocação da instituição foi marcada também pela pesquisa e pelo ensino.

‘O modelo institucional que o Oswaldo Cruz tinha em mente era o do Instituto Pasteur, que era uma instituição que, ao mesmo tempo em que tinha essa produção de soros e de vacinas, fazia pesquisas. Essa produção deles era fruto das pesquisas que faziam também’, conta a historiadora Ana Luce Girão, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

Hoje, todas as unidades da Fiocruz desenvolvem programas de pós-graduação stricto sensu com cursos de doutorado, mestrado acadêmico ou profissional. Ao todo, são 32 programas inseridos em dez áreas de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

‘Oswaldo Cruz foi a semente do pensamento de que você precisa de ciência e de pesquisa para enfrentar os problemas de saúde pública, para poder olhar a essas questões e construir soluções e políticas públicas. Ele inspira e vai inspirar todas as gerações seguintes’, diz Tânia.

Em julho, institutos federais de ensino buscaram apoio de parlamentares para evitar um corte de R$ 200 milhões no próximo ano. O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) estimou um corte de 12% no orçamento de 2023 pelo Ministério da Educação.

Já as universidades federais foram notificadas sobre um corte de 12% no orçamento. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a expectativa é que as verbas destinadas para o custeio caiam para R$ 4,7 bilhões no próximo ano.

A dificuldade para ingressar e permanecer em cursos de pós-graduação no país leva a um fenômeno conhecido entre a comunidade acadêmica de ‘fuga de cérebros’, que é a busca por oportunidades de trabalho e pesquisa fora do Brasil.

‘Se essa geração que tem hoje entre 20 e 40 anos não é acolhida dentro do próprio país, que dirá a geração dos 6 aos 10 anos. Temos problemas que vão da formação dos professores de ciências até o estímulo à permanência no país. Mas como estimular se faltam concursos, se as bolsas de pós-graduação são totalmente defasadas? É um problema estrutural muito grande’, diz Tania, que também é pesquisadora do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC.

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Oswaldo Cruz em Manguinhos, entre 1908 e 1909

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Imagens mostram Oswaldo Cruz com 1 e 12 anos de idade

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Lista de estudantes matriculados na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, constando o nome de Oswaldo Cruz

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Cadernos com relatos de orçamento e gastos da família, mantidos por Oswaldo Cruz

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Retratados pelo cientista, Bento e Elisa Oswaldo Cruz, seus filhos, junto à esposa Emília – a Miloca – durante a estadia em Paris

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Sede do Instituto Pasteur retratada por Oswaldo Cruz durante sua estadia em Paris

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Livreto datado de 1900 listando os serviços e exames oferecidos pelo Gabinete de Microscopia e Microbiologia Clínica

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Caderno de anotações sobre as atividades de combate à peste bubônica em Santos. A lista de pacientes tratados inclui o nome do ‘Dr. Vital Brazil’

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Oswaldo Cruz em 1901, aos 29 anos

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Documento de nomeação de Oswaldo Cruz para o cargo de diretor geral de Saúde Pública, assinado por J. J. Seabra

Início da Fiocruz

Durante a juventude, Oswaldo Cruz foi ajudante no laboratório de Benjamin Antônio da Rocha Faria. Quando o laboratório foi convertido em Instituto Nacional de Higiene, atuou como auxiliar do professor Rocha Faria, entre 1890 e 1893.

Formou-se em medicina em 1982 e começou um pequeno laboratório de análises clínicas no pavimento térreo de sua residência, como presente de casamento do sogro.

No final de 1899, a peste bubônica era uma doença emergente no país. Assim como os pesquisadores Adolpho Lutz e Vital Brazil, Oswaldo Cruz foi chamado a estudar a situação no porto de Santos, litoral de São Paulo, onde os casos despertavam atenção.

Os caminhos de Oswaldo Cruz e de Manguinhos, que abriga hoje a sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, se cruzaram em 1899.

A peste bubônica, que afetou inicialmente o porto de Santos, havia chegado também ao Rio de Janeiro. Por ordem do prefeito Cesario Alvim, o Instituto Vacínico Municipal passou a produzir o soro e a vacina para a doença.

As atividades estavam sob liderança do barão de Pedro Affonso, um cirurgião reconhecido na cidade que havia sido diretor do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.

Pouco depois, a prefeitura, alegando não poder arcar com os custos, transferiu a tarefa da produção para a esfera federal. A atividade seria realizada no novo Instituto Soroterápico Federal, oficialmente criado em maio de 1900 de forma subordinada à Diretoria-Geral de Saúde Pública, no âmbito do Ministério da Justiça e Negócios Interiores.

Em 1900, Oswaldo Cruz assumiu a direção técnica do instituto recém-criado e passa a chefiar o serviço do laboratório de anatomia, patologia, química, biologia e bacteriologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.

Em 1902, o barão de Pedro Affonso solicitou exoneração e Oswaldo Cruz assumiu a direção geral do Instituto Soroterápico Federal. No ano seguinte, foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública. As ações de combate à peste bubônica, varíola e febre amarela renderam a Oswaldo Cruz o reconhecimento internacional.

O Instituto Soroterápico Federal, que teve o nome modificado em 1907 para Instituto de Patologia Experimental, passa a se chamar Instituto Oswaldo Cruz.

Fonte: CNN

Marmita é companheira de 65% dos trabalhadores brasileiros; desde 2020, vale-refeição dura apenas 13 dias

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Com refeição custando em média R$ 40,64, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), a marmita se consolida como companheira de mais da metade dos trabalhadores brasileiros.

Segundo pesquisa da Sodexo Benefícios e Incentivos, realizada com 3.931 pessoas em todo país entre os dias entre os dias 13 e 15 de julho, 65% delas costumam levar a quentinha para o trabalho.

Além da companhia, o marmitex passa a ser também o principal aliado daqueles que precisam economizar para manter o orçamento em dia.

“Vivemos em um cenário inflacionário muito desafiador que atinge diretamente o setor de alimentos e, consequentemente, o bolso do trabalhador brasileiro que precisa separar nove dias do orçamento para as refeições. Isso porque o crédito do benefício do vale-refeição passou de uma durabilidade de 18 dias em 2019 para o de apenas 13 dias desde 2020 – efeito justamente dessa alta dos preços”, pontuou o Diretor de Relações Institucionais e de Responsabilidade Corporativa da Sodexo Benefícios e Incentivos, Willian Tadeu Gil.

Inflação é um prato cheio para a marmita?

Quase como um bicho-papão do orçamento dos brasileiros, a inflação não é a maior incentivadora para os marmiteiros.

A pesquisa revela que ela já era adota pelo trabalhador antes do avanço inflacionário, com 33,15% afirmando terem o hábito de levar a comida pronta de casa por considerar ser essa uma refeição mais barata.

Mas não é somente uma questão de bolso, 25,36% entrevistados afirmaram terem o hábito de levar marmita por preferirem a comida caseira, ultrapassando os que passaram a levar marmita após a alta dos preços (22,82%).

Apenas 18,67% declararam que mesmo com o aumento dos valores preferem comer em restaurante.

Desse que os costumam almoçar em restaurantes, 17,22% optam pelos que oferecem o prato feito, seguido pela pessoas que optam por comer em restaurante por quilo (14,68%) e em restaurantes à la carte (3%).

A frequência da quentinha

A pesquisa também analisou com que frequência a opção da marmita é utilizada na semana. Para 51,72%, sempre; 20,63%, de duas a três vezes por semana; 20,27%, nunca e apenas 7,38%, uma vez por semana.

Entre os dias da semana, o sábado (55,23%), a sexta-feira (43,27%) e a segunda-feira (27,04%) são quando não preferem levar marmita; na sequência aparece a quarta-feira (15,85%); quinta-feira (14,83%) e terça-feira (13,43%).

Mas, comer fora não é totalmente descartado. Quando se trata do lazer do final de semana, 43,28% afirmam que ainda continuam frequentando restaurantes, mas não como antes.

Em um cenário ainda mais restrito, 40,52% declaram que não frequentam mais restaurantes por não terem mais condições financeiras para isso e, de maneira menos expressiva, 16,21% continuam frequentando restaurantes normalmente.

Revendo os benefícios

Para o Gil, é importante que as empresas se mantenham atentas ao cenário atual para ajustar sempre que necessário o valor do benefício aos seus colaboradores a fim de cobrir os dias úteis.

O executivo lembra que a oferta de benefícios ao trabalhador é questão de estratégia de negócio na atração e retenção dos melhores talentos, tanto que no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior, companhias de todos os portes aumentaram, em média, 4,20% o valor do crédito do vale-refeição e 8,82% do vale-alimentação.

“É por meio dele que as pessoas encontram a oportunidade de manterem uma alimentação balanceada e de qualidade, condição para a manutenção da saúde e de sua boa produtividade”, ressalta.

Fonte: Money Times

Diesel vendido pela Petrobras para distribuidoras fica R$ 0,20 mais barato nesta sexta

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Começa a valer a partir desta sexta-feira a redução anunciada pela Petrobras no preço do diesel vendido às distribuidoras. O valor médio do litro passa de R$ 5,61 para R$ 5,41 por litro, uma redução de R$ 0,20 por litro, ou 3,57%.

Conforme a estatal, “essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

Desde a metade do ano passado os preços do diesel vinham em trajetória de alta. Segundo a estatal, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 5,05, em média, para R$ 4,87 a cada litro vendido na bomba.

Fonte: Guaiba

Copom fala em redução no ritmo das altas dos juros

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 13,25% para 13,75% ao ano. A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando bateu neste mesmo patamar.

Em comunicado, o Copom informou que os riscos de que a inflação fique acima das expectativas em prazos mais longos fez com que o BC optasse por não encerrar o ciclo de alta da Selic. Mas o texto informa que o ritmo das elevações deve diminuir, com o próximo aumento em 0,25 ponto.

Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), o BC passa a impressão de que “não quer estar desalinhado de um contexto global de ataque às pressões resilientes da inflação, mesmo que esteja próximo do pico de alta de juros para conjuntura brasileira”.

Ainda segundo ele, o movimento do BC, além de buscar ancorar as expectativas de longo prazo, também procura “ganhar tempo para observar o movimento da atividade global, em especial o discurso do FED [Banco Central dos Estados Unidos] no seu próximo comunicado”.

A reação do FED também é apontada por Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, como um fator que tem influenciados as decisões do Copom. “Há dois fatores importantes atualmente influenciando o comportamento da Selic, o aperto da política monetária nos Estado Unidos e as eleições por aqui, que gera volatilidade no mercado em geral”, diz Fernanda.

Ainda segundo a economista, também é importante acompanhar as tensões entre China e Estados Unidos, que se intensificaram após a visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara americana, a Taiwan no início da semana.

SETOR PRODUTIVO

Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), Marcel Solimeo, a elevação era esperada pela maior parte do mercado, com exceção do setor produtivo, que esperava a estabilidade da taxa, por entender que a retração da economia e a sinalização de desaceleração dos aumentos dos preços justificaria a não elevação dos juros.

“Esperamos que após esse novo aumento, o Banco Central interrompa o ciclo de elevação da Selic para evitar o aprofundamento da retração da economia”, analisa Solimeo.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de dezembro do ano passado até maio deste ano.

Com a decisão desta quarta-feira (3), a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018.

A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986. Hoje a taxa está em 13,75% ao ano.

Fonte: Diário do Comércio

Vendas do varejo paulistano crescem 9% em julho

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As vendas do varejo paulistano registraram alta de 9% em julho, na comparação com o mês anterior, de acordo com o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo.

Na comparação interanual, o aumento foi bem expressivo, de 45,8%, mas puxado pela base fraca de comparação. Em julho de 2021, o comércio ainda passava por restrições de funcionamento e de público.

Considerando o mesmo mês de 2019, anterior ao período pandêmico, o balanço apontou retração de 4%.

Marcel Solimeo, economista da ACSP, lembra que o aumento de julho sobre junho decorre do maior número de dias úteis, da melhora da mobilidade, do Dia do Comerciante, da injeção de recursos via FGTS e Auxílio Brasil, apesar da inflação e da taxa de juros elevadas.

“A expectativa é que com o aumento do valor do benefício concedido pelo governo federal haja uma melhora no movimento do varejo e os próximos meses sejam melhores”, prevê Solimeo.

Para o economista, apesar de o varejo não ter voltado ao patamar anterior à pandemia, até o final do ano provavelmente o comércio atinja esse patamar e até o supere ligeiramente.

Fonte: Diário do Comércio

PIS/Cofins são tributos gêmeos que incidem sobre a receita das empresas

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A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Programa de Integração do Social (Pis) são tributos antigos e, diferentemente dos impostos como ICMS e IPI, têm uma destinação específica.

De competência exclusiva da União, ou seja, não são compartilhadas com o Distrito Federal, Estados e municípios, são chamadas de contribuições sociais “gêmeas” por incidirem mensalmente sobre a receita das empresas de todos os segmentos econômicos.

O resultado da arrecadação da Cofins é direcionado para a manutenção dos gastos relacionados à Previdência Social. Já os recursos obtidos por meio do Pis são usados para o custeio do seguro-desemprego e abono salarial. De janeiro a junho deste ano, as duas contribuições geraram cerca de R$ 205 bilhões para os cofres da União.

Conforme estabelecem as Leis 10.637/02 e 10.833/03, respectivamente, Pis e Cofins passaram a ser tributos não cumulativos, com alíquotas de 1,65% e 7,6%. Até então, incidiam em cascata – regime cumulativo – sobre o faturamento das empresas, com alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente.

“Quando a empresa opta pelo regime de lucro real, as contribuições são “não cumulativas”, ou seja, o contribuinte tem o crédito dos insumos que são necessários para o desenvolvimento de suas atividades, sendo que a contribuição incidirá entre a diferença da receita bruta e os créditos tomados na cadeia da atividade”, explica Marco Antonio Vasquez Rodriguez, advogado tributarista e sócio da VRL Advogados.

Já as empresas que estão no regime de lucro presumido ficam no regime “cumulativo” e pagam as contribuições sobre a receita bruta, enquanto as empresas do Simples Nacional têm uma parcela das contribuições embutida no pagamento único do imposto.

VÁRIOS REGIMES

As duas contribuições sociais contemplam diversos regimes específicos de apuração, podendo ter alíquotas com percentuais diferentes, incidência cumulativa ou monofásica. Instituições financeiras e empresas equiparadas, por exemplo, possuem um regime próprio, de acordo com a Lei 9.718/98.

Os tributos também podem ter incidência monofásica para determinados setores da economia, como o de higiene pessoal, medicamentos, cosméticos e veículos. Por meio dessa sistemática – semelhante à substituição tributária aplicada ao ICMS – a incidência se concentra em um só elo da cadeia produtiva. A tributação pelo Pis/Cofins também atinge, desde 2004, as importações de bens e serviços, conforme a Lei 10.865/04.

De acordo com Elvira de Carvalho, consultora tributária da King Contabilidade, com o intuito de estimular e incentivar setores e atividades, já foram criados cerca de 16 regimes especiais envolvendo as duas contribuições.

O QUE É INSUMO?

Assim como ocorre com outros tributos sujeitos ao sistema não cumulativo, as contribuições ao Pis/Cofins também são alvos de conflitos entre o fisco e os contribuintes e o motivo é sempre o mesmo: as divergências sobre o que pode ou não gerar créditos.

Sobre esse tema, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) definiu em 2018 que o crédito do Pis/Cofins está atrelado à essencialidade e relevância do insumo nas atividades de uma indústria, empresa de serviço ou comércio.

Atualmente, por exemplo, há empresas do varejo que recorreram ao Judiciário sob a alegação de que o cartão de crédito é essencial para as suas atividades e, portanto, as taxas cobradas pelas operadoras são despesas que devem gerar créditos.

TESE DO SÉCULO

Em termos de valores envolvidos, sem dúvida, o desfecho da discussão que envolveu a exclusão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da base de cálculo das duas contribuições, conhecida como a “tese do século”, é a mais importante.

Em março de 2017, finalmente, o STF decidiu favoravelmente aos contribuintes, gerando um impacto importante aos cofres públicos e precedentes para outras discussões, envolvendo, por exemplo, a inclusão do ISS (Imposto sobre Serviços) na base de cálculo do PIS/Cofins.

De acordo com estimativas do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), essa derrota do fisco gerou cerca de R$ 360 bilhões em créditos fiscais para as empresas.

Fonte: Diário do Comércio