PBMs ganham força como benefício corporativo
Programas permitem subsídio de até 100% no valor dos remédios e
ajudam empresas a reduzir custos e melhorar a gestão de saúde
por Gabriel Noronha em
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Os Programas de Benefícios em Medicamentos (PBMs) vêm ganhando espaço como alternativa para ampliar o acesso da população aos tratamentos prescritos e otimizar os investimentos das empresas em saúde corporativa. Apesar do avanço, o modelo ainda é pouco difundido entre os trabalhadores.
Uma pesquisa da Associação das Empresas Operadoras de Planos de Medicamentos (PBMA), realizada em agosto de 2022 com companhias de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba que possuem mais de 100 colaboradores, revelou que 80% dos profissionais desconhecem o conceito de PBM. Entretanto, ao conhecerem os seus benefícios, 82,3% afirmaram que utilizariam o serviço caso ele estivesse disponível em seu pacote corporativo.
Os PBMs funcionam como um subsídio para a compra de medicamentos por meio de parcerias entre empresas de saúde, farmácias e a indústria farmacêutica, podendo alcançar até 100% de cobertura do valor dos remédios.
Conheça as vantagens dos PBMs para as empresas…
“A opção se destaca por reduzir os custos relacionados ao cuidado com a saúde, que têm comprometido cada vez mais a renda das famílias brasileiras. O PBM ainda facilita o acesso ao tratamento medicamentoso prescrito por meio de uma rede de farmácias credenciadas, evitando a interrupção do tratamento por falta de condições financeiras”, explica Luiz Monteiro, presidente da PBMA.
Segundo o executivo, o PBM também é estratégico para as empresas, pois pode ser até 85% mais econômico do que incorporar o valor dos benefícios à folha de pagamento. Além disso, fornece ao RH dados sobre os medicamentos mais consumidos pelos colaboradores, o que contribui para decisões mais assertivas em gestão de saúde e ajuda a reduzir afastamentos e absenteísmo.
…e para as farmácias
A venda de PBM nas farmácias, desde que agregue um bom trabalho de relacionamento com o cliente, pode responder por 8% a 13% do faturamento. O maior ganho indireto de quem trabalha com PBM é a fidelização do cliente, principalmente os pacientes com doenças crônicas, que geralmente são polimedicados e acabam comprando mais de um produto.
Um paciente com rinite alérgica, disposto a comprar um spray para nariz que faz parte do PBM, pode complementar a cesta com um antialérgico ou outro produto relacionado.
PBM ajuda famílias com menor renda
O PBM também é uma ajuda significativa para pessoas com menor renda. Isso porque, de acordo com dados da mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), apresentada pelo IBGE, entre os anos de 2017 e 2018, as despesas com saúde representaram cerca de 6,5% dos gastos dos lares brasileiros, e a compra de medicamentos chegou a comprometer mais de 70% do orçamento de famílias com renda mensal de até dois salários-mínimos.
“Portanto, subsidiar parte do valor que os funcionários gastam na compra de remédios, com contribuições que podem chegar a até 100% do valor, é um benefício que acaba se revertendo para a própria empresa. Redução do absenteísmo e uma equipe mais disposta e produtiva são apenas alguns dos impactos positivos que o PBM pode resultar dentro das companhias”, ressalta Monteiro.
Atualmente, o país tem mais de 300 empresas que já oferecem PBM para seus funcionários, com uma população de aproximadamente 2,5 milhões de beneficiados. Mais de 40 mil farmácias estão ligadas ao programa, alcançando 90% dos municípios brasileiros. “Com o reconhecimento cada vez maior que as organizações estão tendo sobre as vantagens de oferecer PBM a seus colaboradores, estimamos que até 2030 esses números cresçam, em média, 20% ao ano”, afirma Monteiro.