Pesquisadores da UFMG criam teste de urina para detecção de anticorpos da Covid-19

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A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) patenteou um teste que utiliza a urina de pacientes para a detecção de anticorpos da Covid-19. A Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica da instituição está em busca de parceiros industriais, principalmente laboratórios, que viabilizem a produção em larga escala e a oferta da tecnologia à sociedade.

Segundo os pesquisadores, este tipo de exame é inédito e pode tornar o processo de detecção de anticorpos mais simples, barato e menos invasivo do que os testes realizados a partir da coleta de sangue.

A ideia partiu da pós-doutoranda do programa de Infectologia e Medicina Tropical da UFMG, Fernanda Ludolf.

“Há relatos de que existem anticorpos de outras doenças na urina, e daí surgiu a ideia de verificar a existência de anticorpos de Covid-19 também. Nós usamos a plataforma Elisa (ensaio de imunoabsorção por ligação enzimática), que é utilizada para testes sorológicos de Covid e outras doenças”, explicou Fernanda.

“Há relatos de que existem anticorpos de outras doenças na urina, e daí surgiu a ideia de verificar a existência de anticorpos de Covid-19 também. Nós usamos a plataforma Elisa (ensaio de imunoabsorção por ligação enzimática), que é utilizada para testes sorológicos de Covid e outras doenças”, explicou Fernanda.

Ela decidiu levar a hipótese ao supervisor, o professor Eduardo Antônio Ferraz Coelho, que sugeriu a formação de uma equipe para dar prosseguimento à pesquisa, iniciada há cerca de três meses. Os docentes Flávio Fonseca e Vandack Nobre também participaram do projeto.

Os pesquisadores analisaram 240 amostras de urina de aproximadamente 150 pacientes com Covid-19, com diferentes níveis de gravidade. A sensibilidade, que indica a menor quantidade de anticorpos que o exame consegue detectar, foi de 93%. Já a especificidade, que consiste na capacidade de identificar apenas anticorpos contra antígenos do coronavírus, foi de 100%. Isso indica, por exemplo, que resultados negativos são, de fato, negativos.

O ideal é que o teste seja feito 20 dias após o início dos sintomas, quando a sensibilidade aumenta, mas o período para o desenvolvimento de anticorpos varia de pessoa para pessoa.

“O teste identifica os anticorpos depois que ocorre a conversão imunológica. Alguns pacientes começaram a produzir anticorpos mais rapidamente, logo no começo dos sintomas, e outros demoraram um pouco mais”, explica Fernanda.

“O teste identifica os anticorpos depois que ocorre a conversão imunológica. Alguns pacientes começaram a produzir anticorpos mais rapidamente, logo no começo dos sintomas, e outros demoraram um pouco mais”, explica Fernanda.

Segundo a pesquisadora, o teste de urina é menos invasivo, já que não necessita de coleta de sangue. Além disso, como elimina a necessidade de agulhas e seringas, o processo é mais barato.

“Muitas pessoas não aceitam puncionar o sangue por questões religiosas, pessoais, físicas ou fisiológicas. Além disso, tem a vantagem de que a urina é muito estável. Ela pode ser mantida em temperatura ambiente por alguns dias”, afirma.

“Muitas pessoas não aceitam puncionar o sangue por questões religiosas, pessoais, físicas ou fisiológicas. Além disso, tem a vantagem de que a urina é muito estável. Ela pode ser mantida em temperatura ambiente por alguns dias”, afirma.

A ideia é que o teste seja realizado como um exame de urina “normal”, coletado em casa e analisado em laboratório. Como o exame usa um conservante, não é preciso guardar na geladeira.

De acordo com Fernanda, para que o produto seja disponibilizado ao mercado, além de um parceiro industrial, é necessário licenciamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“A liberação de um produto leva em torno de seis meses, mas, tratando-se de Covid, talvez seja mais rápida. Esperamos que chegue ao mercado o quanto antes”, conclui.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/20/anvisa-aprova-uso-emergencial-de-anticorpos-contra-a-covid-19/

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