A produção de IFA no Brasil ainda é baixa, mas um player está ampliando sua presença nesse mercado. Com nova planta, a Prati-Donaduzzi passa a produzir cabergolina. As informações são da Gazeta de Toledo.
O insumo é utilizado na fabricação de medicamentos com a mesma função da dopamina. O remédio em questão age na hipófise e impede a produção da prolactina, um hormônio responsável pela produção de leite.
Com o início da fabricação, a farmacêutica paranaense entra em um seleto grupo de fabricantes desse insumo, no qual existem apenas sete no mundo. Presente na lista do SUS, a terapia é destinada aos tratamentos de hiperprolactinemia e de tumores benignos da hipófise.
“Desde 2018, pesquisamos e nos preparamos para a produção de IFAs. Foram mais de quatro anos para estruturar nosso setor e iniciar a verticalização dos serviços”, comenta Nelson Claro Júnior, diretor da área de IFAs da companhia.
Produção de IFA no Brasil e entrada em mercado milionário
Com o quilo comercializado por mais de US$ 268 mil (cerca de R$ 1,5 milhão), a fabricação de cabergolina inserirá a Prati-Donaduzzi em um mercado milionário. Segundo a IQVIA, o mercado mundial do IFA em questão movimenta US$ 147 milhões (cerca de R$ 835,1 milhões) por ano.
O negócio se torna ainda mais atrativo para o laboratório porque a América Latina é o segundo maior mercado consumidor do medicamento. Cerca de 10% do que é produzido em todo o mundo é consumido na região.
“Com a produção do IFA temos maior vantagem competitiva no mercado e, também, conseguimos abastecer as indústrias brasileiras, da América Latina, Europa e Estados Unidos”, afirma. Além da cabergolina, a Prati-Donaduzzi já produz também o IFA do canabidiol sintético. “Ainda em 2024 vamos colocar no mercado mais dois IFAs”, completa o diretor.
Apenas 5% dos IFAs é produzido no Brasil
O Brasil, apesar de contar com uma indústria farmacêutica desenvolvida, ainda patina quando o assunto é a produção dos insumos farmacêuticos. De acordo com a Abiquifi, apenas 5% do que é utilizado no país é fabricado por aqui.
Países como China e Índia detém o protagonismo no mercado. A expectativa do governo é que, em dez anos, 70% dos bens da saúde, dentre eles os IFAs, sejam produzidos no Brasil.