Preço é fator decisivo para o público sênior nas farmácias

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

CONSUMIDOR 50+ NAS FARMÁCIIASConsumidor 50+, varejo, farmácias, orientação empresarial
Foto: Canva

Os produtos e serviços voltados para o público sênior nas farmácias estão mudando a dinâmica do varejo e mereceram estudos exclusivos que mapeiam os hábitos desse público. A expectativa é de que o número de idosos no Brasil dobre nos próximos 30 anos, o que amplia a importância de entender o perfil desse cliente.

O levantamento do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (Ifepec), em parceria com o Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT) da Unicamp, revelou novos insights sobre as rotinas de compra do público sênior. Para isso, foram entrevistados 2.200 consumidores e 300 cuidadores de idosos de todas as regiões do Brasil.

De acordo com a pesquisa, o critério mais importante para 91% dos entrevistados ao escolher uma farmácia é o preço dos produtos. Isso demonstra a sensibilidade em relação aos custos, especialmente considerando que muitos têm a aposentadoria como a principal fonte de renda. O estudo indica que 36,9% dos consumidores acima de 50 anos dependem da aposentadoria, enquanto 21,1% ainda estão envolvidos em atividades informais remuneradas e 19,3% são empregados do setor privado.

Essa preocupação com o preço é compreensível, dado que 67,7% dos entrevistados afirmam pagar por seus próprios medicamentos, enquanto 28,1% dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) ou do Programa Farmácia Popular para ter acesso aos remédios.

As despesas com medicamentos tornam-se ainda mais relevantes, já que 73,3% dessa população lida com pelo menos uma doença crônica, como hipertensão (54,1%), diabetes (24,2%) ou colesterol alto (19,3%).

Fidelidade prevalece entre o público sênior nas farmácias

Apesar de 85,8% do público sênior nas farmácias afirmar que pesquisa preços em outros pontos de venda, a fidelidade aos estabelecimentos preferidos manteve-se forte. A pesquisa indicou que 61,4% dos consumidores compram medicamentos quase sempre na mesma farmácia, enquanto 30% compram sempre no mesmo local.

Além do preço, outros critérios também influenciam a escolha da farmácia. Cerca de 60,1% dos entrevistados consideram a localização um fator importante, seguido por disponibilidade de estoque (54,4%), estacionamento (52,9%), participação no programa Farmácia Popular (43,6%) e a qualidade do atendimento (39,2%).

A ascensão do digital

Em relação aos hábitos de consumo, o estudo mostra que, embora a maioria dos consumidores (86,6%) ainda prefira realizar suas compras presencialmente, vem ocorrendo uma ligeira migração para o ambiente digital. Cerca de 17,5% dos entrevistados mencionaram utilizar o WhatsApp para realizar pedidos e 8,7% recorreram a aplicativos de farmácias.

“Os dados deixam claro que o público 50+ representa uma fatia significativa e estratégica do mercado farmacêutico no Brasil. Com uma população em envelhecimento e uma demanda crescente por medicamentos e serviços de saúde, as farmácias precisam estar cada vez mais preparadas para atender às necessidades desse grupo”, avalia Edison Tamascia, presidente da Febrafar.

Qual o horário de compra do consumidor 50+

Um levantamento da Bnex, que mapeou os horários de compra por idade, revelou uma prevalência nas vendas entre 10 e 11h da manhã e um pico às 18h entre os consumidores de 50 a 59 anos. Já nas faixas de 60 anos ou mais, o pico de compra ocorre às 10h. A participação das vendas nesse horário aumenta conforme cresce a faixa etária dos clientes.

“Isso demonstra a importância de se aplicar uma inteligência de mercado para instalar um novo PDV. Ele deve estar localizado no sentido de volta do trabalho, no caso da população mais jovem; e próximo das residências dos mais idosos”, explica Eduardo Donoso, especialista em marketing da Bnex.

Além disso, demonstra a importância da comunicação no momento certo para o cliente certo. “Como a população mais idosa tende a utilizar produtos diferentes do cliente mais jovem, percebe-se que o momento ideal para ofertar produtos como medicamentos de uso contínuo e fraldas geriátricas, por exemplo, seria o período da manhã”, finaliza o executivo.

Notícias Relacionadas