“É uma conta que todos teremos de pagar”. A afirmação de Jony Sousa, presidente da Abradilan, resume com clareza uma decisão inevitável do setor farmacêutico para enfrentar a escalada no preço do combustível. Nas distribuidoras, o repasse do custo para as farmácias tornou-se um caminho obrigatório.
E a última enquete do Panorama Farmacêutico, que mobilizou 1.618 profissionais de todo o setor, ratificou esse movimento. Dois terços dos leitores (1.065) afirmaram que suas empresas já estão aferindo as despesas e perdas de receita com a crise dos combustíveis. Outros 11% (177) revelam que os custos já estão sendo repassados. E 15% (243) vêm adotando as duas estratégias simultaneamente.
Mas o preço do diesel é apenas uma das variáveis que impacta as distribuidoras. “O segmento passa a conviver com uma combinação delicada entre inflação, reajuste de medicamentos acima de 10%, fretes mais caros e ainda capital de giro para apoiar financeiramente as farmácias independentes”, observa o consultor Gilson Coelho.
Inadimplência à vista
Lucas Freire e Freire, CEO do Grupo GMill Distribuição, já identifica uma consequência desse cenário macroeconômico. “Compras com vencimentos mais recentes – menos de 90 dias – tiveram um aumento médio de 0,4% no índice de inadimplência na comparação entre 2022 e 2021. O percentual de 0,7% subiu para 1,1%, um aumento preocupante”, observa.
A distribuidora, que atende 8 mil farmácias na Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, vem buscando na tecnologia uma saída para atenuar a evolução nas despesas. “Criamos uma plataforma de marketplace com sistema de geolocalização, o que tem reduzido nossas despesas logísticas”, destaca.
A Neosul, por sua vez, enxerga nos centros de distribuição uma forma de diluir custos com a operação de transporte. Com 6 mil farmácias como clientes na Região Sul, a empresa abriu complexos em Porto Alegre e Florianópolis. O estado do Paraná conta apenas com um escritório de vendas, mas a abertura de um CD está no radar. “É um investimento inicial maior, mas conseguimos diminuir os deslocamentos da frota”, diz o diretor Aclair Machado.
Nova enquete
O investimento em tecnologia, definitivamente, já faz parte da agenda prioritária do mercado farmacêutico. Mas em quais inovações sua empresa está lançando mais fichas? Esse é o tema da nossa nova enquete. Participe!
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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