Sucessão da Cristália embola com retorno de antigo gestor


Após um período de afastamento, a volta de Ogari Pacheco tumultuou a sucessão da Cristália. O executivo, de 86 anos, retornou ao comando da farmacêutica após desentendimentos com seu filho e agora ex-presidente, Ricardo Pacheco. As informações são do Valor Econômico.
Segundo fontes consultadas pela publicação, os problemas que levaram à saída do herdeiro também estariam relacionados a conflitos com a família Stevanatto, que detém 50% do laboratório.
Sucessão da Cristália começou há cerca de quatro anos
Depois de contrair Covid-19 e passar um longo período hospitalizado, Pacheco deixou o comando da Cristália. Por cerca de quatro anos, seu filho comandou a operação, mas, há aproximadamente um mês, o patriarca voltou a assumir as rédeas do negócio.
Nesse período longe da farmacêutica houve um forte crescimento, motivado pela comercialização da maior parte dos medicamentos que compõem o que ficou conhecido como “kit intubação” durante a pandemia. Na época, a receita saltou para R$ 3 bilhões e hoje já chega aos R$ 4 bilhões anuais.
Apesar do avanço, o pai julgou que o novo gestor não estava dando atenção necessária ao negócio, uma vez que também comanda um outro empreendimento na área veterinária. Com isso em mente, durante reunião do Conselho de Administração, no fim de agosto, Ogari anunciou seu retorno.
Ricardo ficou impressionado com a decisão e resolveu, então, abrir mão também de sua cadeira como diretor-geral da Cristália. Apesar da súbita troca de comando, o patriarca nega que estivesse insatisfeito com os resultados.
Venda da farmacêutica foi parar na justiça
Em outubro do ano passado, a venda da Cristália foi parar nos tribunais por conta de conflito de valores. A família Stevanatto quer sair da sociedade e a preferência de compra é da família Pacheco, que julga o montante solicitado muito alto.
A novela segue até hoje. “Estamos em negociação de forma amigável e respeitosa. O restante é boato de mercado”, garante.
Presidente se posicionou
Por meio de nota enviada ao Panorama Farmacêutico na manhã de segunda-feira, dia 30, Ogari se posicionou sobre o noticiado. Confira a íntegra abaixo.
Informo que boatos têm surgido na imprensa dizendo que houve um desentendimento entre mim e o Ricardo e que eu estava insatisfeito com o trabalho dele. Isso não é verdade. Sou muito grato pelo tempo em que Ricardo esteve no comando da empresa, onde fez um excelente trabalho.
Informo também que estou em negociação com a família Stevanatto de forma cordial e harmoniosa para adquirir a parte dela na sociedade, uma vez que a família tem interesse em vender sua participação.