De acordo com apuração do Valor Econômico, a venda do laboratório brasileiro Cristália acabará nos tribunais. Isso porque às famílias sócias, Stevanatto e Pacheco, não concordam com os valores.
Os Stevanatto, que detém 50% do negócio, decidiram vender sua fatia, com a ajuda do Itaú BBA. Os Pacheco, por sua vez, têm preferência na compra, mas não concordam com o montante exigido.
O preço para o negócio foi julgado muito alto e, para reverter a situação, os últimos entraram com uma ação judicial para que o valor seja melhor arbitrado.
Família pede R$ 9 bi por 50% de laboratório brasileiro
Segundo fontes consultadas pela reportagem, a pedida da família Stevanatto pelos seus 50% da Cristália seria R$ 9 bilhões. Apesar disso, eles estariam dispostos a aceitar propostas de, no mínimo, R$ 7 bilhões.
Apesar de ter interesse em assumir o comando total da farmacêutica, Ogari Pacheco afirmou, em entrevista a publicação, que estão abertos a seguir com apenas metade da empresa. “O que está claro é que não queremos vender a nossa parte”, garantiu.
Gigantes brasileiras se interessaram pelo negócio
Se os Pacheco estão dispostos a ter novos parceiros como sócios, tem gigantes do mercado de olho na oportunidade. O negócio chegou a chamar a atenção de EMS e Hypera mas, por hora, as conversas não avançaram.
O que pode travar a chegada de um novo player no negócio é o foco da atuação da Cristália. Como é especialista na fabricação de anestésicos, o laboratório tem como principais clientes os estados e a União, o que a torna, de certa forma, dependente do poder público.
Outro entrave é a participação da companhia em várias Parcerias de Desenvolvimento Produtivos (PDPs), o que afasta a possibilidade de um grupo estrangeiro entrar na jogada.
