Em entrevista ao portal NeoFeed, o empresário Fernando de Castro Marques, presidente da União Química falou sobre a batalha para aprovar a vacina russa Sputnik V no Brasil. Desde janeiro, a companhia vem tentando importar 10 milhões de doses do imunizante russo, usado em mais de 60 países. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve se reunir nesta segunda-feira (26), para decidir sobre o assunto.
Além da intenção de importar, a União Química investiu R$ 100 milhões para fabricar a vacina no Brasil e, a partir de junho, conseguirá produzir 8 milhões de doses por mês. Boa parte disso, será vendida a estados do Norte e Nordeste que encomendaram 60 milhões de doses. Mas, independentemente da aprovação, a empresa tem uma carta de intenção de compra de dois milhões de doses por parte da Argentina, além do Uruguai, do Peru e Equador.
A empresa também está investindo em reatores e outros equipamentos que estão chegando para ter o IFA da Sputnik verticalizado em território brasileiro, sem dependência nenhuma. “Temos uma expectativa de passarmos a produzir 8 milhões de unidades mensais, entre maio e junho. Hoje o preço que oferecermos é coisa de US$ 12,30 a importada. Quando estivermos produzindo aqui, acreditamos que poderemos baixar para menos de US$ 10 por unidade”, acrescenta.
Na entrevista ao NeoFeed Marques explica que a aproximação com o Instituto Gamaleya ocorreu por conta de outro projeto da companhia na área de saúde animal para introduzir no mercado russo. “Quando veio a pandemia, embarcamos no assunto da Sputnik. Assinamos um contrato com o RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto) de transferência tecnológica para atender o Brasil e os países da América Latina”, explica o executivo.
Marques também afirmou que sua empresa vai criar uma divisão de vacinas para produzir imunizantes de vários tipos e falou sobre a politização da vacina, que envolve os imunizantes do Instituto Butantan e da Fiocruz.
“A discussão foi totalmente politizada. É uma defesa dos interesses das duas empresas estatais que mantêm esse monopólio junto ao PNI (Programa Nacional de Imunizações. Temos excelentes cientistas na Fiocruz e no Butantan, mas os administradores são tecnocratas despreparados e politizados. Não são pessoas que poderiam estar fazendo uma administração competente dentro de grandes organizações”, finaliza.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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