Até agora amargando falta de recursos, os projetos de vacinas brasileiras começam a ser vistos como estratégicos. Com o país sem doses suficientes de vacinas estrangeiras para proteger a população, cientistas brasileiros esperam que, finalmente, o governo invista no desenvolvimento de imunizantes 100% nacionais.
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Entre 15 projetos de vacina contra Covid-19 propostos no Brasil em 2020, quatro veem agora chances reais de seguir adiante. Os projetos do Instituto do Coração, do Instituto de Ciências Biológicas da USP, da start-up paulista Farmacore e da UFMG buscam iniciar testes em humanos ainda este ano.
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Lançados em iniciativas dispersas, estes projetos dividiram em 2020 um bolo de verbas modesto (R$ 9 milhões) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações — que, alinhado ao Ministério da Saúde, apostou em medicamentos sem eficiência comprovada contra o coronavírus.
O governo começou a fazer acenos a alguns dos cientistas. Mas ainda não há valor concreto anunciado nem se sabe de onde sairia a verba a ser investida.
Parceria público-privada
O ministro Marcos Pontes já se arriscou a prever que teríamos uma vacina 100% brasileira até o final de 2021. Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse: “Covid, pessoal, vai ficar a vida toda. (…) Vamos ter que aprender a conviver com isso aí. E nada melhor do que termos a nossa própria vacina para tal.” Na sexta, ele defendeu a vacina brasileira (“não pode ficar comprando se pode produzir aqui”) e disse que Pontes “está quase acertando aí 300 milhões” para a produção de imunizantes nacionais, também sem dizer de onde viria o dinheiro.
Jorge Kalil, diretor do laboratório de imunologia do Instituto do Coração, ligado à USP, conta que já recebeu promessa de apoio do governo federal, caso avance até a fase 3 de ensaios clínicos, após provar segurança e capacidade de resposta imune.
Fonte: Plantão Da Hora