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Vacinem, por favor

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Costumava vê-lo na minha rua jogando bola com os meninos. Parecia incansável, apesar de ter de se equilibrar em muletas. Era de uma empolgação só. Gritava, orientava e festejava muito os gols. Eu ficava impressionada com a desenvoltura dele, ao mesmo tempo em que lamentava sua condição. O menino doido por futebol não podia usar os pés para correr atrás da bola. Tempos depois, descobri que ele teve poliomielite. Lembro-me de que fiquei impressionada. Não entendia por que o garoto não tinha recebido a vacina que mudaria a vida dele.

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Uma das coisas mais tristes neste mundo são crianças impedidas de aproveitar plenamente a infância, porque têm os movimentos tolhidos por paralisia. O pior é saber que alguns casos poderiam ter sido evitados, como os das vítimas de pólio.

O Brasil está livre da doença desde 1990. Agora, porém, soou o alarme. O Ministério da Saúde anunciou que 312 municípios estão com a cobertura vacinal abaixo de 50% para a moléstia, o que é um imenso risco. A cobertura segura tem de ser na casa de 95% para cima, meta que não alcançamos há dois anos. Estamos no patamar de 77%.

Talvez o fato de essa e de outras enfermidades não assolarem mais o Brasil tenha feito pais ou responsáveis ignorarem a necessidade de vacinação dos filhos. Um grave erro. Mesmo com a pólio erradicada aqui, por exemplo, o vírus ainda circula no mundo, motivo pelo qual a vacina é mantida no nosso calendário. Entre 6 e 31 de agosto, haverá campanha nacional de imunização, mas as doses estão disponíveis em qualquer posto de saúde.

Uma prova de que não podemos baixar a guarda é o sarampo. A doença, considerada erradicada no Brasil desde 2016, voltou a nos afetar neste ano. Cinco estados registraram casos: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Amazonas e Roraima. Três pessoas morreram. De acordo com o MS, 83% da população do país tomou ao menos uma dose da vacina contra a enfermidade, ou seja, ficamos abaixo daqueles 95% de segurança.

Em entrevista ao Correio, Eliana Bicudo, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, alertou: “Pais não se preocupam com as vacinas e as escolas das redes pública e privada não estão cobrando o cartão vacinal para matrícula. Aliado a isso, tem as fake news, que mistificam a vacina. Vivemos tanto tempo hoje por conta da imunização. É um grande avanço da medicina”. Um avanço que estamos ignorando. Não podemos abrir a porta novamente para os males letais que conseguimos espantar daqui. A imunização é a grande arma para proteger nossas crianças.

Fonte: Correio Braziliense

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/18/basf-cria-plataforma-para-pequenas-farmaceuticas/

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