Boa Vista conta atualmente com 13 casos suspeitos de sarampo conforme atualização repassada nessa segunda-feira, 26, pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Até o momento, houve apenas uma confirmação dada pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), no Rio de Janeiro. Os demais casos estão em fase de investigação.
Os treze pacientes identificados são crianças, na faixa etária de cinco meses a dez anos de idade, sendo quatro de origem brasileira e nove de origem venezuelana. Sete são do gênero feminino e seis do masculino, todos residentes em Boa Vista. Entre as crianças, cinco foram hospitalizadas e um caso sofreu agravamento, o de uma criança venezuelana de cinco anos com desnutrição. O ponto em comum em todos os pacientes é que nenhum deles foi vacinado previamente.
Segundo a coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, os pacientes apresentaram os sinais mais comuns da doença, como febre alta e pintas pelo corpo, acompanhadas de alguns dos sintomas de tosse, coriza, conjuntivite e dores nos ossos.
A coordenadora afirma que todos os pacientes têm recebido o atendimento necessário, tanto do estado quanto do município, com soro e coleta de amostra de sangue, urina, mucosa nasal e oral para avaliação. As coletas são encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen-RR).(P.C.)
Mais de 40 mil prontuários foram revisados
Segundo a coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, a Sesau tem realizado a avaliação de prontuários de saúde da rede pública e privada dos últimos 30 dias, período que houve o primeiro diagnóstico da doença. Até agora, já foram revistos mais de 40 mil prontuários.
A análise serve para saber se algum caso não passou despercebido, com outro diagnóstico similar, principalmente, por conta de o Estado contar com a circulação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Segundo Daniela, dos 40 mil, foi feita a triagem de cerca de 40 pessoas, em que duas foram notificadas por se enquadrar no quadro suspeito.
“Essas duas pessoas tiveram suas amostras coletadas para que a gente entenda onde que há ligação, traçar uma história epidemiológica e tentar achar o caso inicial, onde é que tudo começou. Uma informação importante que já obtivemos é que esse vírus do primeiro caso foi genotipado, ou seja, hoje podemos afirmar que o primeiro caso é o mesmo vírus que circula na Venezuela, do tipo D8. Podemos dizer que foi um caso importado da Venezuela”, informou Daniela Souza. (P.C.)
Campanha de vacinação será organizada com Organização Pan-Americana de Saúde
Ontem, 26, membros da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) chegaram a Roraima para reunião com entidades não governamentais e o poder público sobre a situação da migração venezuelana e os casos suspeitos de sarampo.
Daniela afirmou que a Opas vem com um aporte internacional para apoiar incondicionalmente o Governo do Estado em uma grande campanha de vacinação prevista para ser implementada no Estado, com o objetivo de impedir o registro de novas suspeitas em outros municípios e que a doença se espalhe para outros estados do país.
“A prioridade é o trabalho da campanha com os municípios, para que ela seja executada da melhor forma possível e que a gente alcance uma melhor cobertura, em torno de 95%. É a meta do trabalho”, salientou.
Outro ponto frisado pela coordenadora é a iniciativa de implementar o registro nominal de vacinação, para auxiliar o registro de vacinas no interior. O Estado deverá fornecer 60 computadores aos municípios para que as localidades não dependam tanto da carteira de vacinação. “A gente quer agora saber quem está vacinado a partir de um sistema para não ter um trabalho maior durante a possibilidade de um surto”, disse Daniela. (P.C.)
População pode procurar secretarias de Saúde para relatar suspeitas
A coordenadora afirmou que a população também pode fazer a sua parte na investigação dos casos. Uma delas é procurar a secretaria, tanto municipal quanto estadual, de saúde para relatar alguma suspeita da doença, caso tenha passado pelos sintomas mais comuns de sarampo.
A outra continua sendo a conscientização da importância da vacina. “Estamos falando de uma doença de alta contaminação, de rápida propagação, mas é uma doença que pode ser combatida”, disse a coordenadora.
“Hoje nós temos uma vacina gratuita disponível para a população, onde todos os postos estão abastecidos, então, a melhor ajuda da população nesse momento é de verificar suas carteiras de vacinação e caso esteja necessitando da vacina da tríplice, que vá em busca dos postos para tomar essa dose”, concluiu Daniela. (P.C.)
Fonte: Folha de Boa Vista
