Estudo da Universidade de Washington projeta que quase um bilhão de pessoas viverão com osteoartrite, a forma mais comum de artrite, até 2050. Atualmente, 15% da população global com 30 anos ou mais sofrem da doença. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica The Lancet Rheumatology, que analisou dados sobre a patologia em mais de 200 países no período de 1990 a 2020.
O estudo descobriu que os casos aumentaram rapidamente nas últimas três décadas devido a três fatores principais: envelhecimento, crescimento populacional e obesidade. Em 1990, 256 milhões de pessoas tinham osteoartrite. Em 2020, este número aumentou para 595 milhões de indivíduos, o que representa um aumento de 132%.
A doença afeta mais as mulheres, em função de fatores genéticos, hormonais e das diferenças anatômicas. Em 2020, 61% dos casos de osteoartrite ocorreram em pessoas do sexo feminino, contra 39% em homens.
No Brasil, segundo informações do ministério da saúde, 15 milhões de brasileiros foram diagnosticados com a condição. Ela é responsável por 7,5% de todos os casos de afastamento do trabalho e é a segunda causa mais comum de solicitação de auxílio-doença.
Diferença entre osteoartrite, artrose e artrite reumatoide
Osteoartrite – Doença degenerativa das articulações, caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos. Geralmente ocorre devido ao envelhecimento, uso excessivo das articulações, lesões articulares ou obesidade.
- Sintomas: Dor nas articulações afetadas, rigidez, crepitação, inchaço e limitação dos movimentos.
Artrose – Trata-se de um termo geral usado para descrever a degeneração da cartilagem em uma ou mais articulações do corpo. Pode ser provocada por vários fatores, incluindo osteoartrite, mas também por lesões traumáticas, condições metabólicas e outras doenças articulares.
- Sintomas: Semelhantes aos da osteoartrite, incluindo dor, rigidez e diminuição da amplitude de movimento.
Artrite reumatoide – Doença autoimune que causa inflamação crônica das articulações, levando à destruição da cartilagem e do osso. A causa exata é desconhecida, mas envolve uma resposta autoimune que ataca as próprias articulações.
- Sintomas: Além da dor e rigidez nas articulações, a artrite reumatoide pode causar fadiga, febre, perda de peso e deformidades articulares.
Complicações e manifestações específicas
A osteoartrose das colunas cervical e lombar pode levar à mielopatia, distúrbio do sistema nervoso que afeta a medula espinhal; ou provocar radiculopatia, quadro causado por compressão das terminações nervosas na coluna vertebral.
Já a estenose espinal lombar, estreitamento do canal medular na região lombar, pode causar dor nas costas ou nas pernas, que piora ao caminhar (claudicação neurogênica) ou com a extensão das costas.
A osteoartrose erosiva, por sua vez, produz sinovite e cistos na mão, afetando principalmente as articulações interfalangeanas distais (IFD), aquelas mais próximas das pontas dos dedos; e as interfalangeanas proximais (IFP), localizadas no meio do dedo.
Essas manifestações dolorosas podem ser atribuídas a uma variedade de estruturas, incluindo o osso subcondral (situado por baixo da cartilagem), estruturas ligamentares, líquido sinovial, bursa periarticular, cápsulas, músculos, tendões, discos e periósteo, todas sensíveis à dor. A pressão venosa dentro da medula óssea subcondral pode aumentar, resultando em dor (às vezes chamada de “angina óssea”).
Ocorrências por articulação
- Quadril: A osteoartrose do quadril causa uma progressiva perda de amplitude de movimento e é sintomática durante atividades de descarga de peso. A dor pode ser sentida na região inguinal (virilha) ou trocantérica (abaixo da cabeça do fêmur), ou pode ser referida na coxa e no joelho.
- Joelho: A osteoartrose do joelho é caracterizada pela perda de cartilagem. Os ligamentos podem tornar-se frouxos e a articulação menos estável, resultando em dor localizada de origem ligamentar e tendinosa.
- Mão: A osteoartrose erosiva na mão produz cistos e sinovite, inflamação da membrana sinovial, uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste as articulações do corpo humano.
Como tratar a osteoartrite
O tratamento visa aliviar a dor, melhorar a função articular e retardar a progressão da doença. As abordagens terapêuticas conservadoras podem incluir:
- Exercícios físicos: Programas de exercícios específicos como alongamento, fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos de baixo impacto podem ajudar a melhorar a flexibilidade, a força muscular e a mobilidade articular.
- Fisioterapia: Sessões de fisioterapia podem ser úteis para fortalecer os músculos ao redor da articulação afetada, melhorar a mobilidade e reduzir a dor.
- Controle de peso: Manter um peso saudável pode reduzir a carga sobre as articulações afetadas, aliviando a pressão e o desconforto.
- Adaptações no estilo de vida: Uso de dispositivos de assistência, como bengalas ou palmilhas ortopédicas, e modificação das atividades diárias ajudam a reduzir o estresse nas articulações.
Tratamento medicamentoso
- Analgésicos e anti-inflamatórios: Medicamentos como paracetamol e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ser prescritos para aliviar a dor e reduzir a inflamação.
- Injeções intra-articulares: Injeções de corticosteroides ou ácido hialurônico diretamente na articulação afetada podem proporcionar alívio temporário da dor e melhorar a função articular.
Terapias alternativas
- Acupuntura: Alguns pacientes relatam alívio dos sintomas da osteoartrite com sessões de acupuntura.
- Suplementos alimentares: Glucosamina e sulfato de condroitina são suplementos comumente usados para ajudar a manter a saúde das articulações, embora os resultados sejam variáveis.
Uma aliada no tratamento da osteoartrite é a suplementação com o Cartigen HA, suplemento à base de colágeno tipo II, ácido hialurônico e MSM (enxofre orgânico), três importantes substâncias que ajudam no tratamento da condição inflamatória.
Cirurgia
Em casos graves em que outras opções de tratamento não foram eficazes, a cirurgia de substituição articular (artroplastia) pode ser considerada. Durante este procedimento, a articulação danificada é substituída por uma prótese artificial.
É importante consultar um médico especialista para avaliação e elaboração de um plano de tratamento personalizado. Além disso, a adoção de medidas preventivas, como manter um estilo de vida saudável e evitar o excesso de carga nas articulações, pode ajudar a minimizar o impacto da doença e melhorar a qualidade de vida.
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a consulta médica. Para esclarecimento de dúvidas adicionais sobre uma patologia, medicamento ou tratamento, converse com um profissional de saúde de sua confiança. Evite sempre a automedicação