O gestor que encara grandes redes de farmácias no Pará

Enquanto redes de farmácias como Big Ben e Extrafarma disputavam espaço no mercado de Belém (PA), Ed Carlos Diniz Reis amadurecia a corajosa ideia de encarar as grandes e realizar o sonho de um projeto próprio no varejo. Era 2010 e ele não hesitou em abrir mão da bem-sucedida carreira de representante de vendas.

Com 13 PDVs na capital paraense, a Droga Norte totaliza 16 mil SKUs e uma média diária de 1 mil unidades comercializadas por loja. O resultado da farmácia regional chamou a atenção do grupo associativista Minas Farma, que escolheu a rede para representar a bandeira no Norte do país. O sucesso da empresa confirma a resiliência do empreendedor que, desde a infância, se acostumou a entender o simbolismo das palavras desafio e superação.

Com apenas nove anos de idade, o menino nascido em Santo André, no ABC Paulista, se viu obrigado a mudar com a família para Teresina (PI). E com 12 anos, começou a ajudar no sustento da casa vendendo bolo, cuscuz e pães pelas ruas. Também trabalhou na farmácia do tio. A experiência no varejo foi inspiradora para o jovem.

“A farmácia independente é a que mais te ensina a importância do acolhimento e do atendimento personalizado. Desde então, tive a certeza de que, ainda adolescente, havia feito a escolha que ditaria meus rumos profissionais”, ressalta.

Redes de farmácias no caminho

Ao chegar à maioridade, foi em busca de uma nova oportunidade em Belém. Em 1995, já casado com sua esposa Régia, mudou de endereço com cara, coragem e o incentivo um do outro. E as redes de farmácias continuariam a fazer parte de sua trajetória.

No Pará, ele tornou-se representante comercial do Grupo Jorge Batista, controlador da Drogarias Globo. Sua missão era a de alavancar as operações de uma varejista consolidada no Nordeste, mas que almejava expandir horizontes para outros estados. O alvo era a Região Norte.

Não foi difícil para Ed Carlos assimilar o DNA do grupo, originário do Piauí, justamente o estado onde deu os primeiros passos na carreira. Foram 12 anos de dedicação integral como executivo, com metas batidas e polpudas comissões. Entretanto, o sonho de empreender ainda o acompanhava.

“Já tinha pleno conhecimento do ambiente da farmácia e também das particularidades que regem a relação com a indústria. Estava pronto para ter o meu negócio”, relembra. A conversa com a direção do Grupo Jorge Batista poderia ser difícil. Mas o que se viu foi, pura e simplesmente, incentivo para perseguir seu objetivo.

“Utilizei toda a reserva financeira que formei ao longo dos anos, para inaugurar a primeira loja própria em 2010, contando com o apoio da Régia e da minha irmã Edinilza. Conciliava essa tarefa com a atuação como representante”, destaca. Com base no aprendizado do varejo independente e na confiabilidade que conquistou junto à indústria, priorizava compras à vista para barganhar preço e volume com os fabricantes. E assim foi constituindo seu capital de giro.

Cinco anos depois, chegava a hora de acelerar a expansão orgânica e Ed Carlos encerrava seu ciclo no Grupo Jorge Batista. Ergueu mais 12 unidades, todas na Região Metropolitana de Belém, e investiu também em farmácias dentro de supermercados – com cinco estabelecimentos em PDVs do Grupo Mateus.

Em novembro, estreia a operação de delivery e já ensaia alcançar novos patamares no mercado ao lado do seu filho. “Mas sem perder a essência de nossa origem, procurando profissionalizar sempre os colaboradores e buscando atualização do mercado dia após dia. A experiência que vivi com os clientes que conquistei estará sempre comigo. Esse é o espírito que jamais me deixou desmotivado no balcão”, conclui. Outras grandes redes continuam dividindo espaço com a Droga Norte, mas o empreendedor segue em sua jornada de superação.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico