Amigo de Carlos Sanchez quer 5% das ações da Hypera
Investidor já detém 4% do controle acionário da farmacêutica


A carteira de ações da Hypera sob a posse de Lírio Parisotto engordará no mês de abril, segundo apurações do Valor Econômico. Isso porque o investidor, que é amigo pessoal de Carlos Sanchez, teria o objetivo de deter 5% do capital da farmacêutica até a próxima assembleia geral ordinária (AGO), marcada para o dia 25 de abril.
Por meio de seu fundo de investimentos, a L.Par, o empresário já detém cerca de 4% do controle acionário da laboratório. Ele é apontado como um dos grandes aliados do controlador da EMS. Esta, por sua vez, enfatiza que não tem qualquer relação com Parisotto.
Compra de ações da Hypera possibilitaria chamada por voto múltiplo
Durante a última semana, a L.Par já indicou três candidatos ao conselho da Hypera, entre eles o próprio Parisotto. Mas caso atinja os 5% de participação, o fundo poderá recorrer ao voto múltiplo, expediente que permite ao acionista minoritário direcionar todos os seus votos para um único candidato.
Com o movimento, seria possível garantir sozinho uma cadeira no board. Em carta enviada a farmacêutica, a L.Par justificou o interesse pelo “potencial superior à média” do setor. No mesmo documento, destaca ainda o fato de que apenas nove cadeiras se encontram ocupadas no conselho, quando o estatuto permite 11 membros.
Conselho da farmacêutica é palco de recentes disputas
O conselho da Hypera, aliás, tornou-se palco cativo da disputa de poder entre Carlos Sanchez e João Alves de Queiroz Filho (Júnior), fundador da Hypera. Ambos vêm se articulando para ter maior representação no board.
Segundo apurações do Brazil Journal, o controlador da EMS vem buscando apoio junto a investidores da Hypera para conseguir indicar conselheiros. Um desses indicados seria Parisotto.
Já Júnior quer voltar ao conselho, ainda como parte de seu plano para blindar aproximações do empresário rival. O fundador já figura como candidato oficial.
Disputa foi parar no Cade
Sanchez resolveu apelar ao Cade na última semana. Mesmo com a recusa da Hypera em se fundir com a EMS, o empresário recorreu ao órgão para adquirir mais ações e ganhar fôlego para uma futura aquisição.
Em resposta, a Hypera acionou o conselho, pontuando inconsistências no pedido do concorrente e solicitando acesso aos autos. Ontem, dia 1º de abril, esse pedido foi indeferido, mas o Cade determinou a criação de autos destinados ao acesso da companhia, para sua análise e manifestação.