Anvisa aprova primeiro tratamento semanal para obesidade

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tratamento semanal para obesidade

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira, dia 2, o Wegovy (semaglutida 2,4 mg), primeiro tratamento semanal para obesidade e sobrepeso (com comorbidades) no Brasil.

O medicamento, da Novo Nordisk, foi o primeiro produto biológico aprovado pela Anvisa pelo mecanismo de reliance, que dispõe sobre o aproveitamento de análise realizada por Autoridade Reguladora Estrangeira Equivalente (AREE), neste caso a agência europeia (EMA).

O aval foi baseado nos resultados do programa de ensaios clínicos STEP (Semaglutide Treatment Effect in People with Obesity), onde foi revelado que pacientes que utilizaram Wegovy® (semaglutida 2,4mg) conseguiram uma perda de peso corporal média de 17%, em 68 semanas, contra 2,4% do grupo placebo.

Além disso, um em cada três pacientes perdeu 20% de seu peso corporal e 83,5% dos pacientes alcançaram uma redução de 5% ou mais com a utilização do Wegovy (semaglutida 2,4mg) vs. 31,1% para placebo. Outro destaque dos estudos STEP é a melhora dos índices cardiometabólicos, como redução da circunferência abdominal, hemoglobina glicada, triglicérides e pressão arterial.

Tratamento semanal para obesidade é uma conquista para pacientes

“A aprovação de Wegovy (semaglutida 2,4mg) no Brasil representa importante conquista para as pessoas que convivem com a obesidade e excesso de peso. Trata-se de uma doença crônica, progressiva e multifatorial e que exige uma série de cuidados durante todo o tratamento. Nesse sentido, a Novo Nordisk fica extremamente satisfeita em oferecer para esses pacientes o melhor e mais seguro medicamento já produzido e que é capaz de melhorar a qualidade de vida desses pacientes”, explica a diretora médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar.

Ainda não há uma data definida para que ele chegue ao mercado visto que, após a análise de conformidade pela Anvisa, deve-se aguardar a finalização de outros processos, como a definição de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

“Com essa aprovação, entramos oficialmente numa nova era no tratamento da obesidade, com resultados de redução de peso nunca antes vistos”, reforça Bruno Halpern, médico endocrinologista e presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).

O Wegovy (semaglutida 2,4mg) já é comercializado nos Estados Unidos desde 2021, com resultados consistentes e animadores entre os pacientes. O medicamento é um agonista receptor do GLP-1 (GLP-1 RA), com 94% de semelhança com o hormônio humano GLP-1 que é produzido naturalmente. A molécula induz a perda de peso, reduz a fome, aumenta a sensação de saciedade, contribuindo para que o indivíduo coma menos e, consequentemente, reduza a ingestão calórica.

Ele é indicado como coadjuvante à redução de calorias e aumento da atividade física em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial maior ou igual a 30 kg/m2 (obesidade) ou maior ou igual a 27 kg/m2 (excesso de peso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada com o peso.

A posologia inicial é de 0,25mg, uma vez por semana, e deve ser titulado gradualmente ao longo de um período de 16 semanas, até atingir a dose de manutenção recomendada de 2,4mg uma vez por semana.

Segurança e tolerabilidade

A molécula semaglutida já está disponível no mercado brasileiro desde 2018, quando foi liberada pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2 com o lançamento de Ozempic. No início de 2022, houve também o lançamento de sua versão oral, Rybelsus, também para o tratamento do diabetes tipo 2.

Durante os ensaios clínicos, o Wegovy apresentou eventos colaterais leves e transitórios, sendo os mais comuns gastrointestinais, como náuseas, diarreia, vômitos, constipação e dores abdominais.

A semaglutida não deve ser utilizada com outros produtos que contenham a mesma substância ou outros medicamentos agonistas receptores de GLP-1.

O medicamento não é recomendado para grávidas ou pessoas que estejam amamentando e deve ser descontinuado pelo menos 2 meses antes de uma gravidez planejada, devido à sua longa meia-vida.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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