Anvisa aprova medicamento injetável para diabetes tipo 2

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Medicamento injetável

O segundo medicamento injetável para o tratamento de diabetes tipo 2 do Brasil recebeu o aval da Anvisa nesta segunda feira, dia 25. O Diário Oficial da União publicou a aprovação. As informações são da Folha de S.Paulo.

A droga se chama tirzepatida e é comercializada pelo nome Mounjaro. O medicamento é injetável, semanal, e antagonista dos hormônios GIP e GLP-1, agindo no controle do nível glicêmico do sangue e na sensação de saciedade.

A produtora do medicamento é a farmacêutica Eli Lilly, que afirmou que a aprovação da Anvisa foi baseada no programa Surpass, feito com mais de 19 mil participantes. O Brasil foi um dos 65 centros de estudo utilizados em todo o mundo.

“A Lilly revolucionou o tratamento do diabetes quando disponibilizou a primeira insulina em larga escala no mundo, em 1923, e na introdução da insulina humana em 1982. Estamos orgulhosos em trazer mais uma inovação que vai ajudar os pacientes com diabetes tipo dois a uma vida melhor”, disse o diretor sênior da área médica da Lilly Brasil.

Novo medicamento injetável é superior ao Ozempic

Na terceira fase de um caso clínica realizado com cerca de 1,9 mil participantes (Surpass-2), a tirzepatida apresentou redução maior no nível de açúcar em pacientes com diabetes tipo dois em até oito semanas quando comparada ao Ozempic (semaglutida).

Além disso, 51% das pessoas que receberam altas doses do novo medicamento (15g) esboçaram nível de açúcar no sangue abaixo de 5,7%. No caso dos usuários da semaglutida, o apresentado é 20%.

Após a avaliação final, o uso da tirzepatida resultou em uma redução de nível glicêmico maior de 2%, já o de semaglutida, apenas 1,86%. Os usuários de Mounjaro diminuíram o nível glicêmico a 7% em até 16 semanas, enquanto os de Ozempic em 24.

Resultados correlatos também surgem durante seu uso, havendo apresentações de náuseas, diarreia, vômitos e dores abdominais. Ambos têm como efeito secundário a perda de peso, embora não sejam aprovados para o tratamento de obesidade.

Segundo o endocrinologista e pesquisador do Departamento de Endocrinologia da Escola Médica da PUC-Rio Alexander Benchimol “A medicação é um marco na história do tratamento de diabetes tipo dois. Essa combinação de GIP + GLP-1 traz benefícios sinérgicos em relação ao controle da taxa de açúcar e a perda de peso no tratamento nunca antes vistos”, destacou.

“Todo remédio tem a indicação e a contraindicação, assim como pode ter efeito colateral. O mais comum dessa classe é gastrointestinal. Eles dependem do indivíduo, mas também são dose dependentes, por isso quanto maior a dose, maior o risco”, explica Fábio Moura, diretor da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), continua.

“A dosagem indicada para cada paciente será tomada pelo médico, com o objetivo de individualizar o tratamento, conforme os ensaios clínicos”, finaliza.

Valores ainda serão definidos

O preço de venda do medicamento injetável será definido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). O órgão é responsável pela regulação dos custos das drogas no Brasil em até 90 dias.

A empresa tem o aval para comercialização do medicamento em farmácias apenas depois da precificação estabelecida.

Em nota, a Anvisa afirmou que é responsabilidade da empresa solicitar a definição de preço à câmara após o registro.

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