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Após admitir aplicação da vacina da Covid em crianças, Prefeitura de Ribeirão Preto volta atrás e diz que cometeu erro de digitação

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Após admitir a vacinação contra a Covid-19 em crianças de zero a 9 anos em nota enviada ao G1 na manhã desta quarta-feira (7), a Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto (SP) voltou atrás e disse, depois da publicação da reportagem, que não distribuiu as doses. Segundo a pasta, houve um erro de digitação na tabela enviada e lentidão no sistema usado para lançar dados da campanha.

O G1 solicitou uma entrevista com um porta-voz da pasta, mas o pedido foi negado. Nos dados enviados, a pasta confirmou a vacinação em 55 crianças de 0 a 17 anos com aplicação da AstraZeneca e CoronaVac. Ambas não têm autorização em bula para aplicação em menores de 18 anos.

A primeira nota foi enviada por e-mail às 9h05. Confira a íntegra:

‘A Secretaria Municipal da Saúde informa que até o momento, 55 crianças de 0 a 17 anos institucionalizadas (APAE, Cantinho do Céu, entre outra instituições) de Ribeirão Preto foram vacinadas, com base no critério de alto risco de contaminação.

Foram vacinadas também 701 pessoas com 18 anos de idade, (grávidas, portadoras de comorbidades, profissionais de saúde), permitido pelo Plano Nacional de Imunização.

As vacinas aplicadas foram AstraZeneca e Coronavac.

Dados voláteis, atualizados agora’.

Depois, às 12h27, ao enviar uma nova tabela já sem dados de menores de 18 anos, o posicionamento mudou:

“A Secretaria Municipal da Saúde esclarece que não houve vacinação de crianças e adolescentes com menos de 17 anos em Ribeirão Preto. Dados publicados referentes a vacinação desse público, apresentados em tabela não corrigida. Apresentamos os dados corretos em tabela anexa”.

O que dizem as instituições citadas?

A Associação dos Pais e Amigos Excepcionais (APAE) de Ribeirão Preto disse que todos os colaboradores da instituição receberam as duas doses da vacina. No entanto, ainda não informou se menores de 18 anos foram imunizados, conforme citou a Prefeitura.

O Cantinho do Céu foi procurado. Por telefone, funcionários da instituição disseram que houve falha de comunicação da Prefeitura e que todos os colaboradores e pacientes maiores de 18 anos receberam as duas doses da CoronaVac entre janeiro e fevereiro.

Em maio, durante a campanha de vacinação contra a Influenza, houve a vacinação também para os menores de idade.

Aplicação não autorizada

Segundo a Anvisa, somente a vacina da Pfizer tem indicação em bula para vacinação de pessoas com 12 anos ou mais, pois foi a única que apresentou estudos que sustentam o uso na população menor de idade. A vacina da Janssen, em uso emergencial no Brasil, teve estudos clínicos autorizados para menores de idade. As pesquisas estão em andamento.

O Ministério da Saúde afirmou que a vacinação de crianças contra a Covid-19 ainda não está liberada, mas que estados e municípios têm autonomia para adaptação do Plano Nacional de Imunizações (PNI) de acordo com a demanda local.

A pasta ainda informou que a prioridade no Brasil é vacinar todos os maiores de 18 anos até o final do ano. Equipes técnicas do Ministério foram acionadas para analisar o caso de Ribeirão Preto e ainda não se manifestaram.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que o Grupo de Vigilância Epidemiológica da região de Ribeirão Preto está em contato com o município e reforçou que não é indicada a aplicação da segunda dose do imunizante para crianças que receberam a primeira etapa do imunizante.

‘Até o momento, não há indicação de vacinas contra Covid-19 em indivíduos com menos de 18 anos. As aplicações de vacinas devem seguir os protocolos do Programa Estadual de Imunização (PEI) e diretrizes do Programa Nacional de Imunização (PNI) e Anvisa, que definem as condutas de imunização no SUS’, disse em nota.

Vacinação de crianças

Em junho, a China foi o primeiro país do mundo a aprovar o uso de uma vacina contra a Covid-19 para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Ainda não se sabe, no entanto, quando o grupo receberá as doses da CoronaVac, fabricada pelo laboratório chinês Sinovac e que está em uso no Brasil.

A farmacêutica realizou um estudo clínico na população menor de idade no início deste ano.

Já a Pfizer ampliou a quantidade de voluntários menores de 12 anos em testes da vacina na Europa e nos EUA. O novo estudo pretende ter até 4,5 mil crianças e adolescentes em mais de 90 centros clínicos de quatro países.

Além do Brasil, a vacina da Pfizer já é autorizada para quem tem 12 anos ou mais na Europa, nos EUA, no Reino Unido e no Canadá.

A Moderna, que ainda não é usada no país, deu início em março deste ano aos estudos clínicos em pessoas com idade a partir de 6 meses.

Fonte: G1

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