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Após morte de neto de Lula, busca por vacina zera estoques em Campinas

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A morte do menino Arthur Araújo, de 7 anos, neto do ex-presidente Lula, na última sexta-feira (1º), provocou uma verdadeira corrida dos campineiros a clínicas particulares de vacinação.
Arthur morreu de meningite meningocócica. Na rede pública, estão disponíveis vacinas somente para três tipos de bactérias que causam a doença (leia mais abaixo). A busca desenfreada de pais desesperados é pela vacina contra a mningite do tipo B.

A reportagem do ACidade ON apurou que, nesta quarta-feira (6), os estoques da vacina estão esgotadas em três clínicas particulares – de um total de seis que foram consultadas. Nestas, novas doses só chegarão amanhã à tarde (7).
Segundo funcionários ouvidos pela reportagem, o movimento foi mais intenso no sábado. Uma das clínicas, inclusive, abriu as portas na terça (5), feriado de Carnaval, para atender a demanda de clientes. Crianças precisam tomar duas doses da vacina, e cada uma varia de R$ 550 a R$ 650.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/04/02/laboratorio-multinacional-e-obrigado-pela-justica-catarinense-a-cumprir-contrato-e-entregar-vacinas-contra-a-gripe/

SEM DESESPERO

Embora compreenda a preocupação dos pais, Valéria Correia de Almeida, médica infectologista do Devisa (Departamento de Vigilância Sanitária de Campinas), diz que a correria pela vacina do tipo B não se justifica porque há poucos casos da doença na cidade nos últimos anos.
“Quando alguém famoso ou conhecido morre por causa da doença, ela ganha mais visibilidade mesmo. Mas não há nenhuma incidência de casos fora do normal, pelo contrário, temos percebido uma queda”, afirma. Segundo ela, Campinas registrou 12 casos de meningite meningocócica em 2018 – sete delas do tipo B. Não houve óbitos pela doença no ano passado na cidade.
Já em 2017, foram 11 casos registrados e três óbitos – uma do tipo B, outra do tipo C e uma em que não foi possível identificar o agente causador. No caso do neto do ex-presidente, o tipo de meningococo também não foi identificado. Sabe-se apenas que ele foi contaminado pela meningite do tipo bacteriana.

Lula e o neto Arthur no aniversário de 70 anos do ex-presidente (Agência Brasil)TIPOS DA DOENÇA E VACINAS
A meningite é a inflamação da meninge, membrana que envolve o cérebro e o sistema nervoso central. Grande parte da incidência da doença é provocada por vírus e bactérias – os casos mais graves são bacterianos.
Nos casos das bactérias, a doença pode ser provocada por meningococos, pneumococos ou agentes hemófilos – para todas elas há vacinas disponíveis no sistema público de saúde. A Secretaria de Saúde de Campinas diz que não é possível quantificar se houve aumento na procura na rede pública porque as unidades ficaram fechadas no feriado de Carnaval e reabriram somente às 13h desta quarta (6).
O problema é que, no caso dos meningococos, apenas para o tipo C a imunização é gratuita. Para os meningococos do tipo B, A, W e Y, a vacina está disponível apenas na rede particular.

Segundo Valéria Correia de Almeida, da Devisa de Campinas, o alto custo e a baixa incidência de casos não justifica a inclusão da vacina contra os tipos A, B, W e Y na rede pública. “O custo proporcional em termos de benefício coletivo é alto e não compensa em termos de saúde pública”, diz.
Na rede pública, há três vacinas que garantem proteção contra a meningite. A de meningite C (que ministra doses nas crianças aos 3 meses, 5 meses e 1 ano, além do reforço com 11 anos); a pneumo-10 (que imuniza contra o pneumococo e deve ser dada com 2 meses, 4 meses e 1 ano) e a pentavalente (que protege contra os agentes hemófilos e deve ser ministrada com 2 meses, 4 meses e 6 meses).

A vacina contra o meningococo C foi incluída no calendário nacional de vacinação em 2010. A vacina é recomendada somente para adolescentes com no máximo 14 anos.
SINTOMAS
Os principais sintomas da meningite são dor de cabeça, rigidez na nuca, febre alta e, às vezes, vômito e manchas rochas na pele. No caso das meningites meningocócicas, a evolução dos primeiros sintomas para os estágios mais graves da doença é muito rápida. Mesmo que não provoque a morte, as meningites mais severas podem deixar sequelas graves.

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Fonte: A Cidade On

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