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Baixos índices de vacinação preocupam

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A despeito das campanhas de vacinação, é preocupante o avanço da febre amarela, especialmente no Sudeste. Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, de 1º de julho de 2017 a 20 de fevereiro deste ano, foram confirmados 545 casos da doença, que resultaram em 164 mortes. Numa comparação com o ano anterior, percebe-se que os números se mantêm em patamares elevados. De julho de 2016 a fevereiro de 2017, houve 557 casos, com 178 óbitos.

Ou seja, autoridades federais, estaduais e municipais têm falhado em suas estratégias para conter a expansão da doença. O que fica evidente também nos baixos índices de imunização. De acordo com o Ministério da Saúde, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro vacinaram, até a última segunda-feira, 5,1 milhões de pessoas, o que corresponde a apenas 25,2% do público-alvo do Sudeste. Para que se tenha uma proteção efetiva, especialistas recomendam imunização de pelo menos 90% da população de regiões consideradas críticas.

Pelos números do último boletim do Ministério da Saúde, Minas Gerais (264 casos, com 77 mortes); São Paulo (208 casos, com 57 mortes) e Rio de Janeiro (72 casos, com 29 mortes) concentram quase a totalidade das notificações — a exceção é o Distrito Federal, com um óbito. No entanto, há casos sob investigação em Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Tocantins, Pará e Amazonas. O Ministério da Saúde inclusive já estuda ampliar a vacinação para todo o país.

No Rio, as notificações deram um salto no carnaval. De acordo com o boletim divulgado em 22 de fevereiro, com números mais atualizados do que os do Ministério da Saúde, o estado já tem 85 casos confirmados, com 38 mortes — antes do feriadão eram 50 casos, com 23 mortes. Os maiores números de óbitos foram registrados na Ilha Grande (nove), Valença (seis) e Teresópolis (seis).

Podem parecer contraditórios os baixos índices de imunização no Sudeste e as cenas observadas em algumas regiões mais críticas, onde moradores enfrentam filas quilométricas em postos de saúde para conseguir doses da vacina.

Na verdade, esse tem sido um comportamento cíclico. Quando o número de casos aumenta, as pessoas correm para os postos. Quando diminui, as filas se esvaziam. Autoridades não têm agido de forma diferente. Basta lembrar que, em setembro do ano passado, quando houve redução do número de notificações — provavelmente devido à sazonalidade —, o Ministério da Saúde anunciou o fim do surto de febre amarela no país. Um equívoco, cujo resultado está aí.

Convém lembrar que cabe às autoridades de saúde promover intensivas campanhas e usar todos os meios disponíveis para alertar a população sobre a necessidade de se proteger. Não é admissível que cidadãos continuem a morrer de uma doença para a qual existe vacina. E não adianta alegar que as pessoas não procuram os postos. Que tal se elas forem procuradas?

Fonte: O Globo

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