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Beleza natural: A sustentabilidade na indústria de cosméticos

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Chegar em casa e ter uma rotina extensa de cuidados com a pele ou cabelo é uma realidade comum a cada vez mais pessoas, que encontram em produtos cosméticos um meio de solucionar ou prevenir incômodos estéticos e ter momentos de auto cuidado e relaxamento. Toda essa indústria da beleza, que hoje nos é tão natural, atravessou a história da sociedade em seus aspectos mais profundos, moldando-se a mudanças sociais, políticas e culturais.

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Se voltarmos ao período de ascensão do cristianismo, no Império Romano, qualquer forma de exaltação da própria aparência e até práticas de higiene eram reprimidas. Mais tarde, com o Renascimento e o desenvolvimento da ciência, a realeza popularizou a busca pela beleza e a Rainha Elizabeth I popularizou a pálida ‘máscara da juventude’. O que na época era um pó feito de chumbo branco e extremamente tóxico, hoje é um item essencial num estojo de maquiagem.

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Os cosméticos retornaram com toda a força durante a Idade contemporânea, quando eram comumente produzidos de forma artesanal e caseira por mulheres. No século 20, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, esse cenário mudou e as grandes indústrias de cosméticos surgiram, com a popularização de itens como o batom, que acompanhou o marco da independência feminina e da quebra de tabus. Hoje, a indústria dos cosméticos alcança, mais do que nunca, um forte papel de expressão identitária e fortalecimento da auto estima.

No Brasil, a indústria movimentou cerca de R$109 bilhões de reais apenas em 2018. Aqui, marcas como a Avon, Natura, O Boticário, Vult e Quem disse berenice compõem o grande quadro nacional de empresas que aproveitam a enorme diversidade e abundância de matéria prima natural do país e construíram uma cadeia produtiva independente do mercado internacional. Ativos amazônicos como o óleo de buriti, a manteiga de karité e o açaí são utilizados amplamente na indústria nacional de cosméticos e explorados também por centenas de empresas internacionais.

Um marco na utilização de ativos amazônicos em produtos cosméticos é a The Body Shop, marca inglesa que possui apenas produtos veganos. Nas redes sociais, a presença dessas grandes marcas de cosméticos é impulsionada por influencers que as testam, divulgam e opinam sobre produtos. A forte interação com o público faz com que marcas já consolidadas adaptem-se às novas demandas dos consumidores por produtos sustentáveis, o que envolve a extinção dos testes em animais, o uso de cada vez menos ativos químicos na composição de cosméticos, a utilização de materiais que substituam o plástico nas embalagens e mão de obra justa.

Apesar disso, grandes empresas como M.A.C, L’oreal, Revlon e Neutrogena ainda envolvem-se em paradoxos éticos e polêmicas recorrentes nas mídias sociais. grande maioria comercializa em países como a China, que exige das empresas do ramo cosmético a realização de testes em animais. Em contrapartida, outras marcas já consolidadas utilizam dessa nova demanda de mercado para abolir os testes em animais e produzir produtos veganos e livres de plástico, ganhando espaço no mercado que valoriza essa prática e alcançando o público que busca por esse tipo de produto.

Centenas de pequenas marcas surgiram, apenas no Brasil, na crescente de sustentabilidade e de retorno ao consumo de produtos orgânicos artesanal. A Face It Vegan Beauty, uma das pioneiras nesse mercado, surgiu em 2017 e produz maquiagem vegana, livre de crueldade animal e com ativos naturais. Uma empresa que também se destaca no mercado, especialmente na diminuição do uso de plástico é a B.O.B, que produz shampoo e condicionador em barra, vendidos em embalagem de papel. Uma pesquisa realizada pela Grand View Research mostra que o mercado global orgânico de cuidados pessoais deve atingir US$ 25,11 bilhões até 2025, só no Brasil, o mercado de cosméticos orgânicos movimenta cerca de R$ 3 bilhões.

Com todas essas mudanças, é evidente o esforço das empresas por evidenciar aos consumidores essa busca por práticas mais sustentáveis. Marcas como a Natura e The Body Shop apostam em embalagens com cores, materiais e selos de organizações como a The Leaping Bunny, da organização Cruelty Free International, que atesta um produto como livre de crueldade animal.

O Brasil ainda não possui uma regulamentação própria para produtos veganos ou uma lei federal que proíba testes em animais, o que pode causar confusão aos consumidores que procuram esses produtos nas prateleiras. Embalagens em tons de verde e terrosos, selos diversos e termos como ‘Cruelty free’, ‘Vegan’ ou ‘Produto verde’ podem facilmente parecer confiáveis, mas nem sempre essas alegações são verídicas.

Uma coisa é fato: a única constante em toda a história recente do mercado de cosméticos é o foco no consumidor, e para este o mercado sempre se adaptará. As necessidades do público jamais serão oposição ao produto e existe a chance de continuar moldando um mercado que valoriza o natural e o essencial, usando substâncias e materiais menos nocivos ao corpo e ao meio ambiente, mesmo que em passos pequenos.

Fonte: CiberExperimental

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