O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (13/5) que pediu à aliada Carla Zambelli (PSL-SP) que proponha na Câmara dos Deputados uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus, mas que vêm sido defendidos por ele ao longo da pandemia.
‘Fiz uma proposta para a Carla Zambelli sugerindo uma CPI na Câmara pra investigar o tratamento imediato’, disse Bolsonaro durante live nas redes sociais. ‘Tratamento imediato, porque se falar outro nome pode cair a live aqui’, completou ele.
Bolsonaro se referia à expressão ‘tratamento precoce’ e à cloroquina. ‘Eu tomei lá atrás e, se pegar [Covid] de novo, vou tomar de novo’, disse sobre o remédio para a malária, também sem citar seu nome.
Bolsonaro reagiu ao depoimento do gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, também nesta quinta.
‘Ele falou que a proposta lá atrás [em agosto de 2020] era 9 milhões de doses no primeiro semestre e 61 milhões no segundo semestre, fechando 70 milhões. Mas fechamos um contrato [em março deste ano], fechamos 100 milhões de doses. Em vez de 9 milhões no primeiro semestre, estamos comprando 14 milhões. Precisa falar mais alguma coisa?’, provocou.
‘[em 2020] tínhamos impedimento legal, tinha que passar pela Anvisa, seria uma irresponsabilidade minha aceitar a importação da vacina’, continuou Bolsonaro.
‘Não podíamos assinar contrato ano passado, tinha muita incerteza jurídica, além de incerteza sanitária. Fizemos a coisa certa’, concluiu ele, elogiando o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que hoje pediu, via Advocacia Geral da União, para poder ficar calado quando for depor à CPI.
Bolsonaro ainda provocou o desafeto Renan Calheiros (MDB-AL): ‘A CPI tá ajudando a gente politicamente, mas não quero ajuda política? Quero ajudar a população. Muito obrigado, Renan Calheiros’, disparou Bolsonaro.
Fonte: Metrópoles