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Brasil discute ameaça global da resistência aos antibióticos

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O mundo se mobiliza contra a resistência antimicrobiana. O problema foi eleito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez maiores ameaças à saúde pública. O assunto é tema de discussão, entre os dias 18 e 24 de novembro, por motivo da Semana Mundial de Conscientização sobre Antimicromibianos.

 

No Brasil, autoridades da área de saúde e de agricultura, acadêmicos e profissionais se reuniram, em Brasília, para debater o tema da Campanha mundial que é “O futuro dos antibióticos depende de todos nós”. O evento foi promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (PANAFTOSA), pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

 

O Conselho Federal de Farmácia foi representado no encontro pela assessora da presidência, Josélia Frade. Ela ressalta a importância da participação dos diversos setores da sociedade na discussão sobre a resistência antimicrobiana, que é considerada uma das principais preocupações globais em saúde pública.

 

Josélia lembra que, na área farmacêutica, muitos profissionais já estão envolvidos no gerenciamento dos antimicrobianos, principalmente, no ambiente hospitalar, com experiências relevantes pelo País. “Devido à complexidade do tema, é necessários o engajamento e o envolvimento dos diferentes setores como agricultura, pecuária, meio ambiente e a própria sociedade para o enfrentamento desse problema. O evento é um reflexo de que a interação entre as entidades dos diferentes setores já está acontecendo e foi uma oportunidade importante para que elas demonstrassem o que já estão fazendo”.

 

Em palestra no evento, o farmacêutico e microbiologista Marcelo Pillonetto destacou também a importância da participação da sociedade para que seja feito um melhor uso do antibiótico. “O uso irracional de antibióticos está fazendo com que nós, cada vez menos, possamos contar com esse medicamento como uma arma eficaz para o combate às bactérias. È preciso que as pessoas façam o uso consciente desses antibióticos. Então, se foi prescrito um antibiótico por dez dias, você deve tomar por dez dias. Se foi prescrito o antibiótico amoxicilina para o seu filho, você deve dar só para o seu filho e para mais ninguém. Se você está com um resfriado ou gripe e o médico prescreve antibiótico, você deve questioná-lo se essa prescrição é mesmo necessária”, explica.

 

O especialista lembra que o antibiótico não serve pra tudo e nem cura tudo, e que de 30% a 60% das vezes são prescritos sem necessidade. “Na nossa sociedade brasileira há um hábito muito generalizado da ingestão de antibióticos. O Brasil é um dos países que mais consomem antibióticos per capita no mundo. Então, a gente tem que reverter esse nosso costume e hábito de ir ao médico com febre e deixar de achar que o médico só é bom se ele prescrever antibiótico, pois tem várias situações que nós podemos ter febre e não ser necessário antibiótico, como para infecções virais. Nós temos que desmistificar isso”.

 

A estimativa é que até 2050 a falta de eficácia dos antibióticos seja responsável pela morte de 10 milhões de pessoas, ou seja, uma pessoa a cada 3 segundos; além de um prejuízo econômico de 100 trilhões de dólares.

 

Escute essa e outras matérias sobre antibióticos na Rádio Newsfarma.

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Fonte: CFF

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