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Brasil ainda estuda 2a aplicação da Janssen

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Ao longo desta semana, tanto o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos quanto a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) daquele país recomendaram que sejam aplicadas doses de reforço da vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson, a Janssen. O imunizante até então era aplicado em dose única. O CDC indica que o reforço seja feito para pessoas com 18 anos ou mais, pelo menos dois meses após receber a vacina.

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— Há dois braços de estudos conduzidos pela Janssen, com uma dose e com duas doses. As respostas imunes com duas doses são melhores, mas à época os estudos clínicos com uma dose tinham sido suficientes para demonstrar sua eficácia naquele cenário de pandemia, então licenciou-se com uma dose. O que motivou a rediscussão nos EUA foi justamente a duração da proteção, já que se constata que indivíduos com dose única acabam tendo uma perda de proteção mais precoce — explica o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.

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Em junho, o Ministério da Saúde recebeu dois lotes de Janssen, utilizados para aplicar 4.823.786 doses no Brasil. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 301.831 doses deste imunizante foram aplicadas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, no momento, a Johnson & Johnson está conduzindo no país um estudo sobre dose de reforço da vacina, mas que ainda não houve solicitação do laboratório para que seja avaliada e incluída na bula do imunizante a dose de reforço.

“A indicação em bula depende da apresentação de dados que sustentem a necessidade e eficácia desta dose adicional”, informou a agência, em nota enviada a GZH.

A Janssen, por sua vez, relatou que os estudos citados pela Anvisa mostraram que quando a segunda dose da vacina foi aplicada seis meses após a primeira, os níveis de anticorpos aumentaram nove vezes após uma semana e continuaram a subir para 12 vezes mais após quatro semanas. Com o reforço administrado dois meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram de quatro a seis vezes mais do que os observados após a dose única.

A fabricante informa que fornecerá à Anvisa e outros órgãos reguladores, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), os mesmos dados apresentados à FDA, “para auxiliar na tomada de decisão e estratégias locais de administração de vacinas, conforme necessário”.

O Ministério da Saúde foi consultado pela reportagem, mas até o fechamento deste texto não havia respondido sobre o planejamento envolvendo a aplicação ou não da segunda dose de Janssen. De acordo com dados da pasta, o Brasil ainda receberá 36.198.450 doses do imunizante até dezembro. Na última quarta-feira (20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que 7,8 milhões de ampolas são esperadas ainda para novembro. Desta forma, se for instituída a D2 de Janssen no Brasil, o país teria em novembro doses suficientes para completar o esquema vacinal de quem já recebeu uma primeira aplicação (4,8 milhões de pessoas).

A possível mudança não deve ter grande impacto no Plano Nacional de Imunizações (PNI), uma vez que, entre as doses aplicadas na população brasileira até o momento, apenas 1,9% foram Janssen. A maior parte dos brasileiros recebeu AstraZeneca (41,4% das doses).

— Acredito que a decisão de revacinação da Janssen será mundial e que o próprio fabricante mudará o esquema primário para duas doses. Temos muito poucos brasileiros vacinados com Janssen e vamos receber cerca de 36 milhões de doses ainda neste ano, que serão suficientes para terminar esses esquemas começados. Independentemente da bula, acredito que o próprio Ministério da Saúde vai optar por dar uma segunda dose para a população. O andamento depende do ministério e da chegada de vacinas em novembro, esse é o tempo que vamos ter para rediscutir e recomendar a revacinação de Janssen — afirma Kfouri.

Rio Grande do Sul

A vacinação com a Janssen no Rio Grande do Sul começou no final do mês de junho. Foram vacinadas 301.831 pessoas com o imunizante, a grande maioria adultos sem comorbidades, segundo informa a SES. A atual etapa de vacinação de reforço no RS, que é feita com vacina da Pfizer, já contempla pessoas que fizeram inicialmente a dose única de Janssen. A secretaria não soube informar, no entanto, quantas pessoas que foram vacinadas com Janssen inicialmente já receberam a dose de reforço de Pfizer. No momento, a campanha é restrita a profissionais da saúde ou idosos com 60 anos ou mais, após seis meses da segunda ou única dose, ou 28 dias de intervalo para indivíduos imunodeprimidos.

Fonte: Zero Hora

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