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Brasil tem aproximadamente 900 mil pessoas com glaucoma, diz OMS

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O Glaucoma é um conjunto de diversas doenças distintas que envolvem a pressão intraocular associada à neuropatia óptica. Por conta disso, ele possui características bem específicas, em que ocorre um dano no nervo óptico, parte do olho que carrega a informação visual até o cérebro, causando a perda progressiva (se não tratada) e irreversível da visão.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. Estima-se que a prevalência da doença no mundo é de aproximadamente 1 a 2% já no Brasil, a estimativa é de que 900 mil pessoas são portadoras da doença.

Para ter acesso ao atendimento com o médico oftalmologista (especialista qualificado para identificar o glaucoma), o usuário do SUS deve passar pela Unidade de Saúde da Família (USF), que é a porta de entrada para os serviços da rede pública de saúde, onde terá sua consulta marcada com o oftalmologista.

As consultas podem acontecer no Cais de Jaguaribe, Hospital Universitário Lauro Wanderley, Hospital Edson Ramalho e outros serviços conveniados.  Além dos procedimentos, os usuários do SUS também têm acesso gratuitamente aos colírios para o tratamento do glaucoma, que são disponibilizados nas clínicas que realizam as consultas.

A médica oftalmologista Carla Pereira (foto acima) enfatiza que é importante procurar um médico especializado em cuidados de visão, no caso, o oftalmologista, que é quem está habilitado para detectar o Glaucoma.  “Os oftalmologistas, pela sua especialização e formação, bem como pelo âmbito do que podem diagnosticar e tratar, diferem dos especialistas em optometria que atuam em ótica. Os pacientes vão para o optometrista achando que estão sendo examinados e o que ele faz são apenas os óculos. Em consequência disso, os pacientes que tem glaucoma deixam de ter a doença detectada e o glaucoma vai evoluindo”, enfatiza Carla Pereira.

Causas do Glaucoma

A oftalmologista explica que, na maioria das vezes, o glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular (PIO) do indivíduo. Mas, segundo ela, como isso acontece? A parte anterior dos olhos produz continuamente um líquido chamado humor aquoso que preenche toda a parte da frente do órgão. Após isso, ele deixa o olho através de canais localizados na córnea e na íris. Quando esses canais são bloqueados ou parcialmente destruídos, a PIO pode aumentar. Com esse aumento, o nervo óptico pode ser danificado e como esses danos podem ser progressivos, o campo de visão pode ser afetado gradativamente.

As causas desse aumento na pressão do olho ainda não são conhecidas, porém especialistas acreditam que um ou mais desses fatores listados a seguir podem influenciar: colírios dilatadores; drenagem restrita ou bloqueada em seu olho; uso de corticoides; má circulação ou redução sanguínea no nervo óptico; pressão arterial alta ou elevada.

Sintomas e tratamento

Carla Pereira explica quais os principais sintomas do Glaucoma e forma de tratamento. “Os sintomas da doença são bem variáveis e isso acontece por conta do tipo da doença. Alguns casos são completamente assintomáticos. Já outros podem apresentar outros sintomas que não a perda da visão”, ressalta a oftalmologista.

Ela acrescenta que existe o Glaucoma de ângulo aberto, no qual grande parte das pessoas não apresenta sintomas até o início da perda da visão. Com o decorrer dos anos, acontece a perda gradual da visão periférica lateral.

Existe também o Glaucoma de ângulo fechado, no qual o paciente apresenta dor grave e repentina no olho; visão diminuída ou embaçada; náuseas e vômitos; olhos avermelhados e olhos com aparência inchada.

Já no Glaucoma congênito, a maioria desses sintomas é notada quando a criança ainda tem poucos meses de vida. Nesse caso, os principais sintomas são nebulosidade na parte frontal do olho; aumento de um olho ou em ambos; olhos vermelhos; sensibilidade à luz e lacrimação em excesso.

Fatores de risco – “O glaucoma possui um caráter hereditário, onde familiares de quem possui a doença tem mais chances de desenvolvê-la também. Porém, além desse fator de risco, há ainda outros que podem influenciar o seu aparecimento”, esclarece Carla.

A oftalmologista lista alguns fatores de risco, a exemplo da pressão intraocular elevada; idade acima de 60 anos ou acima de 40 anos (para casos de glaucoma agudo); afrodescendente tem mais tendência a desenvolver a doença, principalmente acima dos 40 anos; Histórico familiar apresenta risco de até 6 vezes mais do desenvolvimento da doença; doenças como diabetes, problemas cardíacos, hipertensão e hipertireoidismo; doenças no olho, como tumores, descolamento de retina e inflamações; uso prolongado de medicamentos à base de corticosteróides.

Tratamento para o Glaucoma – Carla Pereira acrescenta que por mais que o Glaucoma não tenha cura, há diversas formas de tratamento para que a perda da visão seja controlada e também para que a qualidade de vida do paciente seja a melhor possível. “Além disso, o tratamento deverá ser individualizado, considerando fatores como a gravidade do glaucoma, idade do paciente, histórico familiar, espessura da córnea.

Diagnóstico – A ocorrência de glaucoma só pode ser detectada após exames oftalmológicos realizados pelo oftalmologista. Por isso, é super importante que você vá ao menos uma vez no ano no médico, para realizar os diversos exames que diagnosticam não só essa doença, mas várias outras também. Quanto mais cedo diagnosticado o glaucoma, melhores são as chances de seu tratamento.

Dentre os exames que o médico poderá realizar estão o de acuidade visual que detecta alterações na visão; o exame de pupila que detecta lesão nas vias ópticas, incluindo o nervo óptico; exame com lâmpada de fenda que avalia o interior e o exterior do olho; tonometria que confere a pressão intraocular; fotografia do nervo óptico que documenta a aparência do nervo óptico, além de ser muito útil em sua monitoração; nervo óptico que mede a escavação e a palidez; gonioscopia que avalia o ângulo da câmara anterior do olho; campo visual que verifica a perda de campo visual do paciente.

Fonte: Espaço ecológico

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