A procura por hidroxicloroquina disparou após alguns médicos afirmarem que o medicamento ajuda no tratamento da Covid-19. Segundo pacientes e os próprios médicos, a caixa com 30 comprimidos já é vendida por R$ 100.
“A gente tem relato de paciente falando que já comprou os comprimidos a R$ 100. Anterior à pandemia, a caixa era vendida a no máximo R$ 45”, afirma o médico cardiologista Henrique Bonaldi.
O médico explica que existe uma grande procura pela medicação por conta de pessoas que se estão se automedicando, mesmo sem sentir os sintomas da Covid-19, com medo de se infectarem durante a pandemia.
“Tem muita gente armazenando esse remédio em casa. Tem gente usando sem sintomas, o que é errado, até porque esses remédios possuem efeitos colaterais”.
Portadores de doenças como lúpus e artrite reumatoide estão sofrendo com a alta procura pelo remédio, uma vez que, em boa parte das farmácias do Estado, segundo pacientes, já não é possível encontrar a medicação.
De acordo com levantamento feito pela reportagem de A Tribuna, o remédio só vem sendo encontrado de forma manipulada e pode ser comprado no valor de até R$ 380.
A costureira Lilian Raimundo Madeira, 49 anos, faz uso contínuo de medicamento à base de hidroxicloroquina para tratamento de lúpus e artrite reumatoide. Ela afirma que tem tido dificuldade de encontrar o medicamento.
“Antes, eu nem pagava. Conseguia de graça e, mesmo quando pagava, era em torno de R$ 75. Agora, o valor dele, com desconto, está R$ 100. Isso se eu encontrar, porque se não, ele manipulado, custa R$ 300”, disse.
A analista de gestão Cristiene Zucchi, de 44 anos, conta que sofreu para conseguir encontrar a medicação para a mãe, a pensionista Alexandrina Candida Zucchi, de 82 anos, que sofre de artrite reumatoide.
“Tive de ficar na fila de espera de uma farmácia para conseguir e, mesmo assim, com um valor maior”.
Compra só com prescrição
A compra da hidroxicloroquina, bem como de todos os medicamentos do chamado “kit Covid”, que englobam a ivermectina e azitromicina, não deve ser feita sem prescrição médica.
É o que garante o médico cardiologista Henrique Bonaldi. O especialista explica que, embora haja estudos em andamento sobre a possível ação desses medicamentos contra o vírus que causa a Covid-19, a eficácia deles não foi comprovada até o momento.
“As pessoas precisam entender que a eficácia não está comprovada. É uma medicação que tem, inclusive, efeitos colaterais. Então, não compre sem antes passar pelo médico”, orientou.
Fonte: cennoticias
