Os dois novos CDs da Solfarma no estado de São Paulo marcam mais uma etapa da franca ascensão da distribuidora, que acaba de completar 35 anos de operações. Com 100% de atuação no mercado paulista, a companhia vem obtendo índices de crescimento acima da média geral do atacado farmacêutico. No primeiro semestre de 2024, o faturamento em relação ao mesmo período de 2023 avançou 40%, enquanto o setor teve alta de 9,8%.
A evolução acumulada nos últimos quatro anos chega a 103%. De janeiro a junho, a distribuidora sobressaiu especialmente na venda de genéricos e não medicamentos, cujas receitas aumentaram 64% e 37%, respectivamente. Na categoria de medicamentos éticos, um de seus carros-chefes, o incremento foi de 34%.
A receptividade do mercado a esses números tornou-se evidente no evento anual da empresa, ocorrido no início de agosto em Ribeirão Preto (SP). O Conexão Solfarma atraiu executivos de mais de 450 players da indústria e do varejo farmacêutico e alimentar, canal para o qual também presta serviço. O Panorama Farmacêutico acompanhou com exclusividade a noite regada a um farto jantar, show e uma concorrida palestra do economista e ex-ministro Paulo Guedes (ver galeria de fotos ao final).
“Na edição do ano passado, convivíamos com uma crise de credibilidade setorial, em meio a processos de recuperação judicial no atacado e no varejo, que somavam R$ 2,5 bilhões em dívidas. Já estávamos na contramão desse cenário e pedimos um voto de confiança aos nossos parceiros. E a resposta não poderia ser melhor”, celebra o presidente Wagner Zanardo (foto principal acima), relembrando com orgulho sua história empreendedora inspirada pela mãe comerciante.
Crescimento da Solfarma x atacado farmacêutico
O empresário criou a Solfarma em agosto de 1989, ao adquirir a estrutura de uma pequena distribuidora em Araraquara, que comercializava seringas e um mix restrito de medicamentos para o varejo. Zanardo transferiu as instalações para Bebedouro, agregando mais produtos hospitalares ao portfólio. “Era um momento de muita informalidade no atacado, o que tornava nossa missão ainda mais desafiadora”, conta.
Seu centro de distribuição na cidade, com 28 mil m² e capacidade para armazenar 16 mil SKUs, testemunhou a consolidação no mercado farmacêutico. A distribuidora abastece atualmente cerca de 12,5 mil PDVs em mais de 640 municípios, entregando em torno de 19 mil pedidos e separando 750 mil unidades diariamente. Atende mais de 140 indústrias em todo o estado. Os medicamentos Rx formam 45% do faturamento, seguidos em importância pelos não medicamentos (35%), genéricos e similares (20%).
Em 2003, a Solfarma estreou no canal alimentar após a incorporação da JMoreira Distribuidora de Alimentos. Já presta serviço para mais de 12 mil empresas do setor, concentrando-se no interior paulista. Hoje também atua no mercado pet, com operações para varejistas em Bauru, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
Novos CDs da Solfarma fortalecerão apoio ao pequeno e médio varejo
Os novos CDs da Solfarma estão situados em Bebedouro e Cajamar, com início das operações previsto para setembro. Na primeira cidade, o complexo terá 7 mil m² e foco no canal alimentar, permitindo que o centro de distribuição já existente passe a atender exclusivamente o mercado farmacêutico – responsável por 75% do volume de negócios. E ao fincar bandeira em Cajamar, em um galpão de 13,5 mil m², a companhia projeta ganhar corpo na capital e na Região Metropolitana de São Paulo.
Essa expansão poderia inspirar a distribuidora a avançar rumo a outros estados. Porém, esse movimento não integra a agenda de prioridades, pelo menos nesse momento. “Jamais descartamos a expansão nacional, mas São Paulo é nossa vocação e queremos garantir mais robustez ao estoque do pequeno e médio varejo farmacêutico local”, enfatiza Zanardo.
Os principais alvos dessa estratégia são o associativismo e os PDVs independentes. “Nossa intenção é melhorar o nível de serviço dessas farmácias, por meio de iniciativas como a oferta de descontos progressivos de acordo com o volume de compras e um modelo de cashback”, destaca o diretor comercial Rodrigo Aranda.
O CD de Cajamar será encorpado com tecnologia intensiva. A estrutura incluirá esteiras automatizadas e o sistema de pick-to-light, pelo qual luzes guiam o trabalho do operador e indicam a quantidade exata de itens a serem separados de acordo com cada pedido. “Além de assegurar mais agilidade, dispensamos o uso do papel e reforçamos a sustentabilidade nos processos”, explica.
Empresa familiar formou sólida estrutura de governança
O primeiro bilhão de faturamento chegou em 2021 e fomentou as bases para os novos investimentos. A distribuidora contabilizou R$ 1,68 bilhão de receita em 2023. Neste primeiro semestre, já alcançou 65% do resultado de todo o ano passado. O êxito nos indicadores confirma o sucesso da empresa familiar que, especialmente nos últimos seis anos, formou uma sólida estrutura de governança.
De capital aberto e auditada pela Grant Thornton, a Solfarma recrutou nomes com vivência no mercado. São os casos de Rodrigo Aranda e do gerente de marketing Weslley Alledo, com longas passagens por players como P&G, Netshoes e Unilever. A direção administrativa e operacional fica a cargo da filha de Wagner Zanardo, Michelle Zanardo Torres.
A companhia detém ainda o Rating Nacional de Longo Prazo AA+, segundo maior grau na escala da Fitch, uma das mais reconhecidas agências globais de classificação de risco de crédito. Essa chancela foi determinante para avalizar a emissão de R$ 65 milhões em debêntures, aprovada em fevereiro deste ano.
Além disso, a distribuidora constituiu um time de 126 vendedores exclusivos e celetistas, medida rara no setor. “Sempre prezamos pela expansão organizada e que prioriza a profissionalização em todos os processos. É um compromisso em prol do desenvolvimento da cadeia farmacêutica”, finaliza Zanardo.
SOLFARMA
Fundação: 1989
Estrutura: Três centros de distribuição no estado de São Paulo, sendo dois em Bebedouro e um em Cajamar
Faturamento: R$ 1,68 bilhão em 2023 e R$ 1,09 bilhão no 1º semestre de 2024
Lucro líquido: R$ 53,98 milhões em 2023 e R$ 45,09 milhões no 1º semestre de 2024
Capilaridade: atende mais de 12,5 mil farmácias em São Paulo