A CEO da Roche, Lorice Scalise, concedeu uma entrevista à seção Viva Bem do portal UOL. Na conversa, a executiva defendeu que a indústria farmacêutica deve se aproximar dos demais players do mercado da saúde.
“A indústria farmacêutica não é a escória do mundo. Precisamos desse diálogo para pensar em políticas públicas com ações concretas e compartilhamento de risco para descomprimir o sistema de saúde”, analisa.
Na conversa, Lorice abordou os formatos de negócio já utilizados pelo laboratório e também manifestou o desejo da companhia de ampliar essas parcerias para o SUS e o mercado de saúde suplementar.
CEO da Roche revela desejo de expandir parcerias de risco compartilhado
Segundo Lorice, a Roche mantém contratos diferenciados com instituições como Hospital A.C. Camargo e o Grupo Oncoclínicas. Em ambos os casos, a farmacêutica flexibilizou padrões adotados pelo setor.
“Temos um modelo de negócio completamente diferente com o Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, na qual criamos um programa completo na área de câncer de pulmão. Se o prognóstico imaginado não se cumprir por qualquer razão, significa que falhamos juntos. Nesse caso, a Roche não recebe 100% do que deveria ser pago”, explica a CEO.
“Também fizemos recentemente um acordo para o tratamento de câncer de mama com o Grupo Oncoclínicas. Como existem diferentes formas da doença e protocolos de tratamento, estabelecemos um preço único por pessoa. O Oncoclínicas paga esse valor para ter acesso ao nosso portfólio completo. A escolha do medicamento é feita com base no que for melhor para o paciente e não seguindo critérios de orçamento”, completa.
Quando perguntada sobre levar esse formato para o SUS, a executiva afirmou que esse é um objetivo pessoal. “O meu desejo é ter mesas de diálogo sem as barreiras nas quais estamos acostumados”, afirma.