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CFF alerta para cuidados na aplicação de injetáveis

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Aplicação de injetáveis
Foto: Canva

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) alerta para os devidos cuidados na aplicação de injetáveis pelos farmacêuticos, após a morte de uma gestante que recebeu um coquetel de vitaminas para aumentar a imunidade em uma farmácia de Cuiabá (MT).

Segundo o conselheiro Ricardo Amadio, integrante do Grupo de Trabalho sobre Farmácia Comunitária do CFF, este tipo de medicamento pode ser aplicado em farmácias, por farmacêuticos ou técnicos habilitados sob a supervisão de farmacêuticos (Resolução/CFF n.º 499/2008), mediante apresentação obrigatória da prescrição médica e desde que o estabelecimento possua estrutura adequada e alvará sanitário para a prestação de tal serviço (RDC Anvisa nº 44/2009).

Amadio alerta que nenhum injetável pode ser administrado sem receita médica e é vedada a administração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar e que não há na bula do Neo Cebetil esta definição, sendo assim, ele poderia ser aplicado em farmácia, porém nunca em gestantes. Segundo a bula, o coquetel de vitaminas em questão é contraindicado em caso de gravidez.

Aplicação de injetáveis requer prescrição médica

Não só no caso dos injetáveis, mas para todos os medicamentos, o conselheiro recomenda cuidados adicionais mesmo diante da apresentação de receita médica. “O farmacêutico deve analisar a prescrição e todas as características do medicamento. Como exemplo neste caso, a contraindicação de aplicação em gestante. Além disso, o profissional precisa fazer uma anamnese, para que possa obter dados do paciente para embasar a decisão de realizar ou não a injeção”, enumera.

Familiares da gestante afirmaram que a farmácia não tinha equipamentos para prestar o socorro que o caso requeria. “De fato, a farmácia deve ter os recursos necessários e sua equipe deve estar capacitada para atender a este tipo de emergência. Porém, temos no Brasil, uma situação contraditória que expõe o profissional que atua nas farmácias: apesar da adrenalina ser um medicamento considerado fundamental para salvar a vida de um paciente que apresente anafilaxia, ele é um recurso que não pode ser adquirido pelas farmácias. A epinefrina ou adrenalina, primeiro e mais importante medicamento para o tratamento para a anafilaxia, é de uso exclusivo hospitalar no país, ou seja, não pode ser comercializada para as farmácias”, comenta Amadio.

O CFF já reivindicou formalmente à Anvisa que corrija tal situação pois, hoje, mesmo que o profissional esteja preparado tecnicamente para atender esta emergência, o principal recurso (adrenalina) não estará disponível no estabelecimento. “Essa é uma das nossas prioridades, porém dependemos do órgão regulador para as providências necessárias. Vamos reforçar à Anvisa essa necessidade”, destaca o secretário-geral do CFF, Luiz Gustavo Pires, conselheiro federal de Farmácia pelo estado do Paraná.

 Entenda o caso

Uma grávida no oitavo mês de gestação morreu após receber um coquetel de vitaminas para aumentar a imunidade em uma farmácia do Bairro Tijucal, em Cuiabá (MT), no começo do mês. Segundo a perícia, a principal suspeita é que a gestante, de 32 anos, sofreu um choque anafilático pelo uso de medicações endovenosas, no entanto, a confirmação será feita após exame. O bebê esperado por ela era uma menina e também morreu.

O farmacêutico proprietário da farmácia, que era devidamente registrada no CRF-MT, contou que Elaine procurou o estabelecimento para tomar uma medicação para fortalecer a imunidade. Foi aplicado o Neo Cebetil – complemento vitamínico dos complexos B e C. Segundo ele, antes de terminar a aplicação do medicamento, a gestante começou a passar mal e a aplicação foi suspensa.

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