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Cientistas descobrem em micro-organismos nova esperança contra a obesidade

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Cientistas descobrem em micro-organismos nova esperança contra a obesidade – Segundo Bernardo Martins, médico gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Gastroenterologia (SBG), o estudo americano explora moléculas conhecidas como essenciais na perda de peso. “Sabemos que pacientes que são obesos tendem a ter uma microbiota mais inflamatória e, por isso, produzem menos GLP1, o que está relacionado à sensação de saciedade”, explica. “Trocar a flora intestinal seria a saída para mexer nesse processo. Apesar de não ter tido resultados satisfatórios na redução do peso durante essa pesquisa, houve alterações importantes. Isso mostra que estamos no caminho certo”, avalia.

Pesquisas anteriores com animais mostraram que ratos obesos podem ficar magros e roedores magros, obesos apenas alterando a microbiota intestinal. Ensaios anteriores em humanos submetidos a transplante fecal revelaram melhora na resistência à insulina no fígado em pacientes com síndrome metabólica. “Os nossos dados sobre o ácido biliar certamente são intrigantes e sugerem que, talvez, haja uma ou mais vias diferentes em ação. A obesidade é um transtorno muito complexo, e acreditamos que, no centro de seu desenvolvimento, está um processo multifatorial”, diz Allegretti.

Mais desafios

Os cientistas contam que o estudo terá continuidade: a equipe vai buscar medidas mais sensíveis, que possam ter um impacto sobre o GLP1. Também planejam, com estudos adicionais, examinar doses variadas de material fecal e outros mecanismos para entender melhor o papel do microbioma na obesidade.

No Brasil, segundo Martins, os estudos relacionados à microbiota humana também avançam. “Temos especialistas na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que trabalham com esse tema. Acredito que, só aos poucos, com pesquisas como essas, poderemos entender melhor o poder da microbiota e como ela pode ser usada para combater problemas como a obesidade”, diz.

O médico brasileiro pontua possíveis resultados dos desdobramentos de pesquisas. “Poderão mostrar maneiras de alterar o GLP1, qual a quantidade de bactérias que precisa ser transplantada para que isso ocorra e em que periodicidade isso precisa ser feito, semanalmente, mensalmente etc. Existem muitos pontos a serem aprofundados”, frisa.

“Nosso estudo adiciona um primeiro passo encorajador na tentativa de entender o papel do microbioma intestinal em pessoas metabolicamente saudáveis com obesidade. Esperamos que isso sirva para terapias mais direcionadas”

Jessica Allegretti, principal autora do estudo e diretora do Programa de Transplante de Microbiota Fecal no Hospital Brigham and Women

O médico brasileiro explica que o hormônio GLP1 é foco em tratamento de pacientes diabéticos. “Existem remédios que fazem com que ele não seja destruído, e isso ajuda esses indivíduos. Ou seja, sabemos que é uma via importante e que vale ser estudada também em relação à obesidade”, complementou.

Fonte: Diário de Pernambuco Online

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