A revisão medicamentosa promovida pelo farmacêutico pode se tornar ainda mais precisa com o cálculo da dosagem correta de CBD.
Para entender esse assunto, é preciso também considerar a própria dinâmica do sistema endocanabinoide do organismo humano, no qual o CBD atua e através do qual interage com outras células. Cada indivíduo reage de uma maneira própria à medicação, o que influencia a quantidade de remédio a ser administrada. A ação do canabidiol acontece quando ele é absorvido pelo organismo.
O uso do CBD como alternativa de tratamento se destaca por suas propriedades como relaxante muscular, analgésico e neuroprotetora. Com base nesses aspectos, na hora de estipular a dose o médico ainda leva em conta a potência do medicamento, o peso do paciente, o efeito esperado e a via de administração.
Não há dose mínima padrão e, em geral, os médicos começam com quantidades baixas, que vão aumentando conforme a resposta do paciente. A dosagem é personalizada.
Confira as doses indicadas em estudos acadêmicos para determinadas doenças tratáveis com CBD:
Ansiedade – Um dos distúrbios de comportamento mais comuns por aqui levou a Organização Mundial da Saúde a classificar o Brasil como o país mais ansioso do mundo
O estudo Anxiolytic Effects of Repeated Cannabidiol Treatment in Teenagers With Social Anxiety Desorders tratou um grupo de adolescentes com Transtorno de Ansiedade Social (SAD) com doses diárias de 300 mg de óleo de CBD
Autismo – Para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o estudo Oral Cannabidiol Use in Children With Autism Spectrum Disorder to Treat Related Symptoms and Commorbities sugeriu óleo a 30% de CBD, com doses diárias de 16 mg/kg, chegando ao máximo de 600 mg
Câncer – Como auxiliar nos cuidados paliativos em pacientes com câncer, o CBD mostra-se eficaz para reduzir náuseas, vômitos e anorexia
O estudo The Effects of Dosage-Controlled Cannabis Capsules on Cancer – Related Cachexia and Anorexia Syndrome in Advanced Cancer Patients: Pilot Study recomendou cápsulas de 5 mg de cannabis uma ou duas vezes ao dia
Doença de Alzheimer – A pesquisa Effects of THC – Free CBD Oil on Agitation in Patients With Alzheimer’s Disease teve o objetivo de verificar a eficácia do óleo de CBD para reduzir a agitação de pacientes com essa condição
As intervenções consistiram na administração oral durante seis semanas de óleo de CBD em cápsulas, começando com doses duplas diárias de 15 mg, com possibilidade de porções de até 45 mg duas vezes ao dia
Mal de Parkinson – A investigação Effects of acute cannabidiol administration on anxiety and tremors induced by a Simulaled Public Speaking Test in patients witn Parkinson’s disease sugere a dose de 300 mg diárias
Os pesquisadores verificaram que a dosagem mínima para ter os efeitos esperados era de 150 mg, não devendo ultrapassar os 600 mg por dia.
Epilepsia – No tratamento de epilepsia a dosagem varia de acordo com a origem da doença. É o que indica a pesquisa Use of Cannabidiol in the Treatment of Epilepsy: Efficacy and Security in Clinical Trials
Testes realizados com crianças portadoras da Síndrome de Dravet – tipo de epilepsia grave caracterizada por convulsões recorrentes – revelaram que a dose ideal fica entre 10 mg a 20 mg diárias. As diagnosticadas com epilepsia intratável receberam doses entre 20 mg a 450 mg por dia
Pelo que as pesquisas revelaram, é possível ter uma ideia de que faixas são seguras, dependendo da doença tratada. Ao mesmo tempo, nenhum estudo é conclusivo o bastante para assegurar que as doses testadas são definitivas. Cada caso requer uma abordagem individualizada. É mais um alerta para se evitar a automedicação e só fazer ajustes na dosagem sob a orientação exclusiva de profissionais de saúde especialistas
