Comportamento do líder revela avanço ou estagnação da empresa
Confira cinco sinais que ajudam a identificar quando a postura do empresário está travando o sucesso do negócio
por Ana Claudia Nagao em


Um levantamento da consultoria The Bakery mostra que 64% dos empresários brasileiros não conseguem dedicar tempo ao planejamento, conduzindo seus negócios de forma reativa e focados apenas em apagar incêndios. Esse padrão faz com que falhas de liderança se transformem em problemas da equipe e, em seguida, comprometam toda a operação.
A relação entre liderança e desempenho é confirmada também por dados globais. O estudo Company Culture Stats That Matter in 2025 revela que o comportamento dos líderes é apontado por 80% dos funcionários como o fator que mais influencia a cultura da empresa. Entre executivos, 92% reconhecem que uma cultura sólida é decisiva para o sucesso do negócio.
Na visão de Thiago Oliveira, CEO da holding Saygo, a cultura organizacional de uma empresa é reflexo direto de quem a lidera. “A ausência de rotina, clareza e método por parte dos fundadores é hoje um dos maiores obstáculos ao crescimento. A empresa é o reflexo do dono. Enquanto o líder não mudar, nada muda de verdade. A falta de foco e a comunicação truncada são os principais freios para a evolução”.
A diferença entre comandar e liderar de fato também é determinante. Para Oliveira, comandar é apenas dar ordens, enquanto liderar é construir clareza, coerência e exemplo. “O time não segue discurso, segue comportamento. E o maior risco está nas empresas que crescem em receita, mas não evoluem em gestão. É como colocar combustível em um carro desregulado: vai andar, mas vai quebrar”.
Segundo o especialista, o maior erro dos empreendedores é mudar o time ou os processos sem antes ajustar a própria postura. “Só cresce com consistência quem tem método e se conhece como líder. O resto é discurso vazio”, afirma.
Como identificar se o comportamento do líder está travando a empresa
Ausência de rotina clara – Se o dono atua apenas apagando incêndios e não dedica tempo ao planejamento, a operação tende a repetir erros
Comunicação truncada – Equipes que não entendem prioridades ou recebem mensagens contraditórias trabalham com baixa produtividade
Centralização excessiva – Gestores que não delegam sobrecarregam-se e impedem o time de assumir responsabilidades
Decisões sem dados – Escolhas baseadas apenas em intuição aumentam riscos e reduzem a previsibilidade
Crescimento sem gestão – A receita aumenta, mas sem método e indicadores claros o negócio fica vulnerável a rupturas