A EMS anunciou na última sexta-feira, dia 27, a autorização da Anvisa para a produção nacional de um concorrente do Ozempic, como noticiado pelo Panorama Farmacêutico. Na visão da farmacêutica brasileira, seu medicamento à base de liraglutina deve ser “muito mais barato” que o da Novo Nordisk, além de ter um tempo de entrega inferior. As informações são da Folha de S.Paulo.
Apesar do princípio ativo diferente, a comparação entre os fármacos é inevitável pela semelhança entre seus efeitos e propostas. A produção de um genérico do Ozempic, no entanto, já está nos planos da farmacêutica brasileira: “Ele é protegido por patente e estamos esperando ela cair. Mas são todos primos: Saxenda, Ozempic e Mounjaro”, explica Iran Gonçalves Júnior, diretor médico da EMS.
“A Anvisa deu autorização para produzirmos o que é baseado na liraglutina. Ela é menos potente que a semaglutida. Mas são todos parentes. A grande diferença é o mecanismo de ação. Não temos similar do medicamento nem do processo de produção. O peptídeo é uma pequena proteína e, com uma linha de produção, você pode fabricar diversos medicamentos”, complementa.
Apesar de ser originalmente projetada para o tratamento da diabetes, essa classe de fármacos ganha cada vez mais usos, por meio de novos estudos clínicos.
“Essa via metabólica começou a ser vista como boa para tudo, por isso que todo dia sai uma notícia nova, principalmente com a semaglutida, que é boa para a prevenção de Alzheimer e Parkinson. Ela ajuda também na intoxicação alcoólica, diminuindo o número de episódios. Quem tomou semaglutida na época do Covid morreu menos”, explica o diretor.
Concorrente do Ozempic será vendido nos EUA
Ainda segundo o executivo, a aprovação coloca de vez o Brasil na corrida tecnológica para produção desse gênero de remédio. A substância e a linha de montagem validadas pela Anvisa também foram positivamente avaliadas pelo FDA, permitindo que o fármaco seja, futuramente, exportado para os Estados Unidos, ampliando as opções de mercado da EMS.
O SUS também é um dos principais compradores em potencial da novidade, fator que é encarado por Iran, inclusive, como um investimento para o futuro: “A tendência é diminuir o gasto de saúde, com menor incidência de casos de infarto, AVC e insuficiência renal”, explica.