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Conheça os riscos de interações medicamentosas com CBD

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Conheça os riscos de interações medicamentosas com CBD

Algumas interações medicamentosas podem provocar efeitos inesperados se administradas em conjunto com a cannabis medicinal. Elas fazem parte de uma lista de compostos químicos, elaborada por pesquisadores da Faculdade de Medicina Penn State. Um alerta importante para farmacêuticos que atuam na revisão dos remédios consumidos regularmente por seus pacientes.

O medicamento Valproato, usado para controlar crises de epilepsia, e a Varfarina, um anticoagulante para evitar trombose, são alguns das cerca de 60 substâncias que integram essa relação.

Os autores do estudo, publicado no jornal científico Medical Cannabis and Cannabinoids, foram o professor e diretor de farmacologia Kent Vrana e o farmacêutico Paul Kocis. A pesquisa focou os medicamentos com margem terapêutica estreita, ou seja, prescritos em doses muito específicas, suficientes para serem efetivos. Do contrário, qualquer excesso pode causar danos à saúde. A lista visa a auxiliar médicos a considerar os medicamentos prescritos e suas interações.

Para realizar o trabalho, os pesquisadores avaliaram quatro medicamentos canabinoides. As bulas continham uma lista de enzimas que processam os ingredientes ativos dos medicamentos, como o THC e o CBD. Em seguida, compararam as informações com as bulas de remédios convencionais, disponíveis em agências regulatórias como a U.S. Food and Drug Administration, para indicar onde poderia haver sobreposição.

Interações medicamentosas sob risco incluem antibióticos

As interações medicamentosas exigem cautela especialmente entre idosos e pacientes com doenças renais e do fígado.

A relação que requer atenção especial inclui remédios para o coração, antibióticos, antifúngicos e anticoagulantes. Por exemplo, a Varfarina, que previne a formação de coágulos e é prescrita para pacientes com fibrilação atrial ou depois de substituição de válvula cardíaca, tem grande potencial de interação com canabinoides.

Com margem terapêutica estreita, qualquer alteração em seus efeitos pode causar sangramentos ou trombose. Como o CBD e o THC inibem a atividade das enzimas CYP, podem acarretar a diminuição dos efeitos da droga. O cuidado, portanto, deve ser tomado tanto por médicos prescritores da cannabis quanto por prescritores da Varfarina

Outro medicamento listado é o Clozabam, um benzodiazepínico usado para tratar convulsões associadas à síndrome de Lennox-Gastaut em crianças e adultos. Mesmo assim, o Clozabam é aprovado pela FDA para tratar ataques epiléticos. Quando as duas drogas são usadas juntas, o CBD aumenta a concentração do Clozabam, chegando a triplicá-la no metabolismo. Isso não só aumenta os seus efeitos como também a sedação. Por isso, médicos devem ser orientados a diminuir as doses do Clozabam quando usado em conjunto com o CBD.

O mesmo acontece com o Valproato, indicado para tratar epilepsia, transtorno bipolar e ainda prevenir dores de cabeça. Se tomado junto com o CBD pode aumentar os níveis enzimáticos no fígado e causar dano ao órgão.

Ação sobre enzimas

A família CYP450 é a responsável por metabolizar diversos canabinoides, inclusive o CBD. Mas, durante este processo, o canabidiol também interage com ela, que é responsável por metabolizar pelo menos 50% dos remédios prescritos. Como o CBD pode estimular ou inibir a ação dessas enzimas, o remédio pode permanecer por mais ou menos tempo no corpo, trazendo efeitos indesejados.

Além desses medicamentos com margem terapêutica estreita, os pesquisadores relacionaram cerca de outros 140 que também podem ter interações medicamentosas com a cannabis. Eles planejam fazer atualizações frequentes, incluindo medicamentos logo que sejam aprovados e conforme o surgimento de novas evidências científicas.

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