O consumer health nas farmácias vem ganhando relevância como fonte de receita para o setor. Pela primeira vez o segmento ultrapassou cifras de R$ 100 bilhões em um período de 12 meses, com crescimento de 61% em relação ao mesmo período de 2020. É o que apontam indicadores da IQVIA obtidos pela redação do Panorama Farmacêutico.
As farmácias movimentaram, com essa categoria, R$ 101,4 bilhões em vendas entre julho de 2023 e junho deste ano. No mesmo intervalo de cinco anos atrás (julho de 2019 a junho de 2020), que compreendeu boa parte do período pré-pandemia, esse montante era de “apenas” R$ 62,9 bilhões.
A representatividade das cestas de consumer health, que abrangem medicamentos isentos de prescrição (MIPs), cuidados pessoais, nutrição e cuidados ao paciente, sobre o faturamento do mercado farmacêutico total é de 48%. A taxa de crescimento anual composta (CAGR) desde 2020 foi de 12,7%, contra 11,2% no caso dos medicamentos prescritos.
Consumer health nas farmácias
(faturamento em bilhões de R$ no período de 12 meses)
Consumer health nas farmácias tem crescimento concentrado
A venda de consumer health nas farmácias realça o valor dessa categoria para o setor, mas ao mesmo tempo revela um crescimento concentrado em dois canais.
“Dos R$ 38,5 bilhões de incremento no faturamento em cinco anos, R$ 28,5 bi (74%) foram resultantes das grandes redes vinculadas à Abrafarma e das representantes do associativismo/franquias. Juntos, esses dois nichos respondem por 68% do mercado farmacêutico”, comenta Jonatas Vieira, gerente de marketing da BU de Consumer Health da IQVIA.
As empresas integrantes da Abrafarma correspondem a 45% da receita e movimentaram R$ 45,6 bilhões nos 12 meses até junho de 2024. No caso do associativismo e das franquias, pela primeira vez esse mercado aparece claramente à frente das independentes em movimentação de vendas, com R$ 23,4 bilhões versus R$ 21,2 bi.
Representatividade do Consumer Health nas farmácias por nicho
(MAT junho/24 em %)
A análise por regiões também aponta elevada concentração no Sudeste (48% do total), mas outras regiões vêm ajudando a equilibrar a balança. Os mercados do Sul e do Centro-Oeste, por exemplo, obtiveram avanços acima de 10%.